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Malária: tire aqui as suas dúvidas e saiba como se proteger da doença

Por Claudia Lessa

25/01/2018 - 10:18 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
A Malária pode, de fato, levar à morte caso não seja tratada a tempo e adequadamente
A Malária pode, de fato, levar à morte caso não seja tratada a tempo e adequadamente -

Muito se sabe da existência da Malária, mas as informações sobre essa doença infecciosa, causada pelo protozoário do gênero Plasmodium e transmitida pelos mosquitos Anopheles, são pouco difundidas na Bahia e no Brasil. O assunto volta à tona por conta do surto no assentamento Chico Lopes, zona rural de Wenceslau Guimarães, município a 300 km da capital baiana. Nessa localidade, já foram confirmados, até o momento, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (SESAB), 22 casos e a morte de uma mulher de 31 anos, identificada como Luciene Souza Santos, causada por complicações da infecção por Malária.

A Malária pode, de fato, levar à morte caso não seja tratada a tempo e adequadamente. Daí a coordenadora interina da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, Akemi Erdens, ressalta a importância de a pessoa se dirigir a uma unidade médica ao sentir sintomas como febre alta, sudorese e calafrios, que podem ser as primeiras manifestações da doença. “Se o paciente for diagnosticado com Malária, que é feito através do exame de sangue chamado gota espessa, ele receberá tratamento medicamentoso, fornecido pelo SUS”, ressalta, lembrando que não existe vacina.

A prevenção da Malária, ressalta Akemi Erdens, envolve medidas de proteção individual. São elas: em áreas de transmissão, manter-se distante de criadouros naturais de insetos, como beiras de rios e áreas alagadas; evitar a exposição ao ar livre entre o final da tarde e o amanhecer, pois são os horários em que os mosquitos estão mais ativos; utilizar calças e camisas de manga comprida quando estiver ao ar livre, pois isso limita a área em que o mosquito pode picar; usar repelentes à base de DEET nem uma concentração de 30 a 35% para proteção por até 5 horas (gestantes e crianças pequenas podem utilizar repelentes à base de Icaridina); utilizar cortinas e mosquiteiros com inseticida sobre a cama ou rede quando for dormir; usar telas em portas e janelas ajudam a manter os mosquitos fora dos ambientes internos.

População em alerta

Mesmo a Bahia não sendo um Estado endêmico em relação à Malária, a população deve se manter alerta, pois uma pessoa vinda de uma área onde a doença está sempre presente pode ser picada pelo inseto vetor e este contaminar uma outra pessoa sã, iniciando o ciclo. Foi o que aconteceu em Wenceslau Guimarães, como frisa a técnica da SESAB, referindo-se à mulher que morreu, tendo ela vindo do Norte do país, região endêmica da Malária.

“Trata-se de um surto localizado, sem registros no restante do Estado”, afirma a coordenadora, destacando que, desde então, as unidades de Vigilância Epidemiológica do Estado foram acionadas para dar o suporte à população local, incluindo borrifação na área para diminuir a quantidade de mosquitos.

Fatores de risco

Existem alguns fatores de risco que aumentam as chances de encontrar os mosquitos vetores. São eles: viver ou visitar áreas onde a doença é endêmica; viver perto de rios, lagoas e locais onde a proliferação do mosquito é mais fácil; não ter acesso à informação, a serviços médicos de qualidade ou condições financeiras para prevenir e tratar a doença; não tomar os devidos cuidados antes de se expor ao ar livre. Existem, também, alguns grupos que sofrem mais consequências quando contraem a doença: bebês e crianças pequenas; viajantes de áreas onde não há malária; e gestantes.

Leia mais: Devo me vacinar contra a Febre Amarela?

Tire aqui as suas dúvidas sobre a Malária

Quais as causas da Malária?

A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium. Isto significa que existe mais de um microrganismo causador da doença: P. falciparum, P. malariae, P. vivax e P. Ovale. Esses microorganismos atacam o fígado e a corrente sanguínea, destruindo os glóbulos vermelhos. É essa destruição que leva aos sintomas da doença.

Como o Plamodium é transmitido?

Os mosquitos vetores da malária são as fêmeas do gênero Anopheles, que se alimentam do sangue humano. Existem mais de 400 espécies desse gênero que podem transmitir a doença. O macho não transmite a doença, pois se alimenta de seiva e néctares das plantas. Nomes populares para o inseto transmissor são: muriçoca, carapanã, sovela, mosquito-prego e bicuda. Outra maneira de ser transmitido é por meio do contato com o sangue de uma pessoa infectada.

Quais os sintomas da malária?

No geral, as primeiras manifestações da doença são muito parecidas com uma gripe: dor de cabeça; febre; calafrios e ataques de tremedeira; dores articulares; náusea e vômito; suor intenso; dor abdominal; diarreia; falta de apetite; tonteira; e fadiga. Os sintomas costumam aparecer entre uma e duas semanas após a infecção, pois o protozoário precisa amadurecer no fígado antes de ser liberado na corrente sanguínea. Esse tempo silencioso é chamado de período de latência e sua duração depende da espécie de Plasmodium presente no organismo. Em alguns casos, esse período pode durar até mesmo anos. Em muitos casos, esses sintomas não são contínuos: costumam ir e vir a cada 48 ou 72 horas. Conforme vai progredindo, a doença pode acometer outros órgãos — inclusive o cérebro —, causando outros sintomas ainda mais graves, como dificuldade para respirar; insuficiência renal; icterícia; fraqueza intensa; pressão baixa; e convulsões.

Como prevenir a malária?

A prevenção da Malária envolve medidas de proteção individual. Em áreas de transmissão, manter-se distante de criadouros naturais de insetos, como beiras de rios e áreas alagadas; evitar a exposição ao ar livre entre o final da tarde e o amanhecer, pois são os horários em que os mosquitos estão mais ativos; utilizar calças e camisas de manga comprida quando estiver ao ar livre, pois isso limita a área em que o mosquito pode picar; usar repelentes à base de DEET numa concentração de 30 a 35% para proteção por até 5 horas (gestantes e crianças pequenas podem utilizar repelentes à base de Icaridina); utilizar cortinas e mosquiteiros com inseticida sobre a cama ou rede quando for dormir; usar telas em portas e janelas ajudam a manter os mosquitos fora dos ambientes internos.

Como se dá o ciclo da Malária?

Um mosquito não infectado pica uma pessoa infectada. Ao se alimentar do sangue dessa pessoa, ele é infectado pelos protozoários presentes na corrente sanguínea. Ao picar outra pessoa para se alimentar, o mosquito libera uma pequena quantidade dos microrganismos na corrente sanguínea do indivíduo. Os parasitas viajam até o fígado, onde ficam alojados por um tempo até alcançar a maturação — isso pode levar dias, semanas e até mesmo anos, dependendo da espécie do parasita. Quando estão maduros, os parasitas migram para a corrente sanguínea, usando principalmente os glóbulos vermelhos para a sua reprodução, que se dá de forma intensa e veloz. Essa multiplicação resulta na destruição dessas células, provocando os sintomas da doença. Nessa hora, se um mosquito não infectado pica o enfermo, ele adquire os parasitas para si, por consumir o sangue cheio de protozoários da vítima. Assim, o ciclo reinicia.

Que outros meios de transmissão existem?

Mais raramente, a Malária pode ser transmitida por meio da exposição ao sangue infectado. Isso significa que os protozoários podem ser facilmente transmitidos nas seguintes situações: da mãe para o feto (se o sangue da mãe estiver infectado, ele passa os protozoários para o feto por meio da circulação placentária); transfusões sanguíneas (embora existam muitos testes para evitar a transmissão de doenças na hora de doar ou receber sangue, a transfusão sanguínea ainda é um fator de risco para contração da malária); compartilhamento de seringas e agulhas (pessoas infectadas podem passar os protozoários para outras, caso usem as mesmas seringas ou agulhas. Isso tende a acontecer mais frequentemente em usuários de drogas, visto que, em hospitais, é costume descartar tais materiais após o uso).

Onde a Malária ocorre com mais frequência?

Ao todo, são 88 países onde há endemia da doença, sendo que a maior parte se concentra perto do Equador, sendo classificados como países tropicais. Os países africanos abaixo do deserto do Saara são os mais afetados e também onde há o maior número de mortes. No Brasil, as áreas mais afetadas são os Estados da Amazônia (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima); oeste do Maranhão, noroeste do Tocantins e norte do Mato Grosso. No entanto, há registros também ao longo da Mata Atlântica na região sudeste e no Vale do Rio Paraná. O mosquito não costuma viver em altitudes maiores de 1.500 metros do nível do mar; para sobreviver, precisa estar em um local com uma média de temperatura mínima superior a 15º C.

Quais os fatores de risco para se contrair a Malária?

Existem alguns fatores de risco que aumentam as chances de encontrar os mosquitos vetores. São eles: viver ou visitar áreas onde a doença é endêmica; viver perto de rios, lagoas e locais onde a proliferação do mosquito é mais fácil; não ter acesso à informação, a serviços médicos de qualidade ou condições financeiras para prevenir e tratar a doença; não tomar os devidos cuidados antes de se expor ao ar livre. Existem, também, alguns grupos que sofrem mais consequências quando contraem a doença: bebês e crianças pequenas; viajantes de áreas onde não há malária; e gestantes.

É possível adquirir imunidade contra a Malária?

Nunca foi registrado caso de imunidade total. A exposição frequente ao protozoário é capaz de criar uma imunidade parcial, o que melhora o prognóstico da doença, embora não impeça novas infecções. Ou seja, o paciente ainda poderá ser infectado novamente, mas os sintomas e complicações não tendem a ser tão graves quanto em pessoas que nunca foram infectadas. Essa imunidade parcial dura apenas enquanto ainda houver muito contato com o parasita. Caso a pessoa se mude para uma área onde não há a propagação da doença, ela pode perder essa imunidade, e, ao entrar em contato com o protozoário novamente, sofrer consequências tão graves quanto outras pessoas.

Como é feito o diagnóstico da Malária?

O exame que é feito para diagnosticar a doença é chamado Gota Espessa. Trata-se de um teste que consiste em submeter uma amostra de sangue do paciente à observação por microscópio com um corante vital (azul de metileno e Giemsa) para detectar a presença ou não do protozoário. Esse corante permite visualizar o parasita e diferenciá-lo de acordo com a sua morfologia (forma), além de permitir ter uma noção de concentração de parasitas na corrente sanguínea. Ajuda, ainda, a determinar qual o tipo de Plasmodium que está causando a infecção.

A Malária tem cura?

Sim, desde que seja diagnosticada e tratada a tempo. No contexto dessa doença, a cura significa a eliminação total do parasita no organismo. Deste modo, o corpo se recupera e a pessoa volta a levar uma vida saudável. Existem medicamentos efetivos contra os parasitas do gênero Plasmodium, que são administrados em unidades de Saúde. O tratamento deve começar imediatamente após o diagnóstico, a fim de evitar complicações graves. Mas somente o médico poderá indicar o medicamento, a dosagem e a duração do tratamento.

Quais os riscos da Malária na gravidez?

O cuidado deve ser redobrado nas mulheres grávidas, visto que o parasita pode viajar até a placenta através da corrente sanguínea da mãe. Em locais onde a doença é endêmica, a mãe pode ser infectada e não demonstrar sintomas por causa da “imunidade parcial” obtida. A gestante infectada pelo Plasmodium pode trazer sérias consequências para o bebê, como anemia; baixo peso do bebê ao nascer; aborto espontâneo; nascimento prematuro; e morte do bebê ainda dentro do útero (natimorto). O Ministério da Saúde tem recomendações gerais para o tratamento de mulheres grávidas, dependendo do período gestacional.

Que ações os órgãos públicos poderão fazer para evitar a transmissão da malária?

Como a malária é transmitida por mosquitos, o controle dos vetores é uma das melhores maneiras de combater a doença. Existem diversas políticas públicas para implantar ações que controlam a proliferação dos insetos, a começar pela eliminação de criadouros dos insetos ou medidas que erradicam aqueles já crescidos. Entre as ações estão: drenagem de áreas alagadas; saneamento básico; controle da vegetação aquática; melhorias nas condições de moradia de pessoas em áreas endêmicas; controle químico com borrifação intradomiciliar (dedetização), nebulização espacial e mosquiteiros impregnados com inseticidas de longa duração.

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