MINERAÇÃO
Setor mineral baiano tem alta de 15% no faturamento
Com R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre, Bahia foi o único estado com expansão entre os produtores nacionais
Por Aloísio Pontes
Com um total de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre, a Bahia foi o único estado, dentre os maiores produtores minerais no Brasil, que registrou alta no faturamento. Em relação ao mesmo ao mesmo período de 2022, o incremento foi de 15% e em relação ao período anterior (4º tri de 2022), a alta foi de 7%, segundo o balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Para o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm o que coloca a Bahia em destaque é a diversificação da produção mineral. “Temos mais de 40 produtos minerais, alguns que pouco são conhecidos como o talco, por exemplo. Somos o único estado produtor de urânio no país e o único da América Latina a produzir vanádio. Ainda temos produção de níquel, essencial para as baterias de carros elétricos”, enumera Tramm.
Dentre os minérios produzidos pelo estado, o ouro (29,8%), níquel (19,08%) e cobre (17,1%) representam mais de 65% do faturamento de toda a produção mineral do estado, conforme dados do último Sumário Mineral divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE).
Emprego e renda
“As cidades onde estão situadas as empresas são beneficiadas tanto com o dinheiro da CFEM que retorna para o município, quanto pelos empregos gerados, que normalmente pagam três vezes a mais do que em outros setores, beneficiando toda a economia da região”, afirma Tramm. Em 2022, a Bahia foi terceiro maior estado em arrecadação de CFEM, com mais de R$ 182 milhões, ficando atrás, apenas, de Minas Gerais e Pará. A mineração também contribui para o aumento das exportações do estado, impulsionando a balança comercial. Em 2022, foram exportados US$ 1,35 bilhão em minerais produzidos no estado.
Conforme dados do IBRAM, a expectativa é que sejam investidos no estado, de 2023 a 2027 mais de US$ 10 milhões, o que representa mais de 23% de todo o investimento em mineração que será realizado no país durante esse período. Já a SDE detalha que para o período 2022-2026, 14 municípios baianos contam com grandes projetos de investimento na mínero-indústria. Segundo a Secretaria, a Bahia soma US$ 5,9 bilhões em investimentos previstos, a maior parte destinada à produção de ferro, mas também voltados para o incremento da produção de grafita, ouro, cobre, níquel, cromo, magnesita, diamantes, fosfato, titânio e vanádio.
Mais investimentos
Uma das empresas que anunciou investimentos é a Largo Vanádio de Maracás. Única produtora de vanádio da América Latina, a empresa, localizada município de Maracás, é responsável por cerca de 8% da produção mundial do metal com alto valor agregado e uma das duas empresas no mundo que fornecem vanádio de alta pureza para o mercado aeroespacial. No ano passado, a Largo anunciou o Plano Estratégico com investimentos para a próxima década – cerca de R$ 3 bilhões – e a ampliação da produção de vanádio em Maracás de 12.500 toneladas/ano para 15.900 toneladas/ano até 2032, volume que ainda pode ser alterado, após nova avaliação em andamento. A empresa anunciou também a atualização das reservas minerais que se estendem para 20 anos, um aumento de 12 anos em comparação com o relatório técnico de 2017.
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