RETROSPECTIVA 2022
Após início ruim, Bahia conquista acesso para a Série A e vira SAF
Tricolor de Aço vai começar 2023 com expectativa de superar o ano de 2022
Por Marcos Valença
Após o rebaixamento para Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, em 2021, o Bahia começou a temporada de 2022 passando por uma reformulação no futebol. Figurões como os atacantes Rossi e Gilberto deixaram a equipe. Enquanto, por outro lado, o técnico Guto Ferreira foi mantido no comando técnico do time, mesmo tendo sido o comandante da reta final da Série A que culminou no descenso.
Janeiro – Elenco se reforçando
O time que se apresentou ao técnico Guto Ferreira contava com novidades, como os laterais-esquerdo Djalma Silva e Luiz Henrique, lateral-direito Jonathan e os volantes Rezende e William Maranhão. Pelo Campeonato Baiano foram três partidas. O time misto empatou com o Bahia de Feira (2 a 2) e Unirb (1 a 1) e venceu o Doce Mel (1 a 0). Em paralelo, a Copa do Nordeste também começou a rolar e o Tricolor venceu o Campinense por 3 a 1, em Campina Grande.
Fevereiro – Atentado ao ônibus
O mês começou com o desempenho ruim. Pelo Baianão, aconteceu o empate com o Vitória e as derrotas para o Barcelona de Ilhéus e Juazeirense, ambos por 1 a 0. Na Copa do Nordeste, o Tricolor oscilava bastante, perdendo para Atlético de Alagoinhas e Fortaleza, empatando com o CSA, e vencendo Globo e Sampaio Corrêa.
Porém, apesar dos resultados não terem sido positivo, o momento mais crítico do mês e da temporada aconteceu antes do jogo contra a Bolivia Querida, 24 de fevereiro. Enquanto o ônibus se dirigia à Arena Fonte Nova, o veículo foi atingido por bombas caseiras, deixando o goleiro Danilo Fernandes com risco de perder a visão, e o lateral-esquerdo Matheus Bahia ferido com estilhaços. O atacante Marcelo Cirino pediu rescisão contratual com o clube logo na sequência também.
Março – Mês das eliminações
Apesar de terminar o estadual com duas vitórias consecutivas, contra o Jacuipense e Vitória da Conquista, a derrota no início do mês para o Atlético de Alagoinhas, fez com que o Tricolor de Aço fosse eliminado de forma precoce na competição, sem conseguir passar da primeira fase.
Fato parecido aconteceu na Copa do Nordeste. O Esquadrão perdeu para o Sport, por 3 a 2, de virada, na Fonte Nova, e nem mesmo o resultado positivo contra o Sergipe, 3 a 1, foi suficiente para equipe avançar na competição, acumulando mais uma eliminação precoce.
Com o intuito de oxigenar o elenco para a disputa do Brasileirão da Série B, a diretoria do clube foi ao mercado eanunciou a contratação do atacante Vitor Jacaré, chegando da equipe do Ceará, através de indicação de Guto Ferreira.
Abril - Começo Surpreendente na Série B
O Esquadrão seguia se reforçando. Antes mesmo da bola rolar para o Campeonato Brasileiro da Série B, o Tricolor anunciou a contratação do atacante Matheus Davó, que ao termino da competição viraria a se tornar o artilheiro do time, com 10 gols marcados.
Ao contrário das outras competições disputadas na temporada, o Tricolor começou a Segundona com todo gás. Logo de cara, emplacou três triunfos, contra Cruzeiro, Náutico e Sampaio Corrêa. No entanto, em sequência, empatou com o CSA e perdeu para o Ituano.
O mês também serviu de estreia do time na Copa do Brasil. A equipe tropeçou e ficou no empate sem gols com o Azuriz.
Maio – Em casa arrasador e classificação na Copa do Brasil
Durante a disputa da Série B, o Bahia seguia arrasador quando atuava dentro da Arena Fonte Nova. O time de Guto Ferreira goleou o Londrina e também venceu a Ponte Preta. Enquanto isso, fora de casa, perdeu para o Vasco da Gama e o Tombense, ambos por 1 a 0.
Apesar de conseguir se sustentar nas primeiras posições na tabela da Segundona, dentro do G-4, os jogadores tiveram que ir até Pato Branco, no Paraná, garantir a classificação na Copa do Brasil. No sufoco, o Esquadrão ao venceu o Azuris nos pênaltis, avançando para a próxima etapa da competição.
Junho - Mudança no comando técnico
O mês começou favorável para o time baiano, vencendo os três primeiros confrontos do mês em sequência, contra o Sport, Operário-PR e Criciúma. No entanto, as três derrotas seguidas diante da Chapecoense, do Athletico Paranense e do Grêmio Novorizontino, fizeram com que o técnico Guto Ferreira não resistisse à pressão e deixasse o cargo.
Na sequência o técnico Enderson Moreira foi contratado para assumir o comando técnico do time. Na sua primeira partida, ainda no próprio mês, o time vence o Brusque por 2 a 0, em Santa Catarina.
Julho – Eliminação na Copa do Brasil
O sétimo mês do ano começa com dois empates na Série B para o Tricolor. O time ficou igual no marcador sem gols, contra o Grêmio, e empatou em 1 a 1 com Vila Nova, fora de casa. Na sequência, foi eliminado da Copa do Brasil ao perder novamente para o Athletico Paranaense, pelo placar de 2 a 1.
Com o foco voltado exclusivamente à Série B, o Bahia venceu o Guarani longe de Salvador. No entanto, empatou com o CRB, na Fonte Nova, e perdeu para o Cruzeiro. Antes de virar o mês, entretando, uma vitória por 3 a 0 diante do Náutico trouxe ânimo renovado, deixando a equipe cada vez mais próxima do acesso para a Série A.
Agosto – Chegadas com desconfianças
Buscando reforçar o elenco, o Bahia contratou o lateral-direito Marcinho e o meia-atacante Ricardo Goulart. O lateral chegou com a desconfiança e bastante criticado pelo torcida, por conta de ser réu em um caso de atropelo que resultou na morte de um casal, em 2020, no Rio de Janeiro. Já Ricardo Goulart havia sido dispensado do time do Santos, por não render o esperado.
Em campo, mesmo com algumas oscilações, o time continuava no G-4 e se aproximando do acesso para a Série A. O Bahia venceu CSA, Ituano e o Vasco da Gama. Mas, por outro lado, a equipe foi derrotada para a Ponte Preta e para o Sampaio Corrêa.
Setembro – Resultados preocupam campanha
O Bahia começou o mês de maneira positiva. O Tricolor venceu o Tombense por 3 a 1, porém uma sequência de quatro jogos sem vencer - empates contra o Criciúma e Operário-PR, além de derrotas para Sport e Chapecoense - fizeram com que o trabalho do treinador Enderson Moreira fosse contestado.
Se em campo a bola começou a ter problemas para entrar, a possibilidade do Bahia torna-se uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) virava uma pauta cada vez mais forte nos bastidores, principalmente após a proposta oficial do Grupo City ser entregue aos Conselheiros o clube
Outubro - Mudança de Treinador e acesso adiado
O mês de outubro começou com mais uma mudança no comando técnico do clube. Enderson Moreira foi demitido e para o seu lugar foi contratado Eduardo Barroca. Mesmo com a equipe figurando entre as quatro primeiras posições desde o início da competição nacional, o receio da queda de rendimento e resultados adversos pairavam incessantemente na cabeça do torcedor do Tricolor.
O empate contra o Grêmio Novorizontino, fora de casa, colocou o time de volta dentro do eixo. A situação viria a ficar ainda mais confortável, depois da vitória contra o Brusque e o empate com o Grêmio, em Porto Alegre, resultados que colocavam o Tricolor muito próximo do acesso.
Duas oportunidades foram dadas em jogos na Fonte Nova, ambas frustradas por dois empates. O primeiro ocorreu contra o Vila Nova-GO e o segundo contra o Guarani, os dois por 1 a 1, deixando o acesso para a 1ª divisão para a última rodada da competição.
Novembro – Confirmação do acesso
Novembro chegou como divisor de águas do Bahia na Segunda Divisão e na temporada de um modo geral. Precisando vencer o CRB, em Alagoas, para garantir o acesso à elite do futebol nacional, o Tricolor cumpriu seu papel e venceu por 2 a 1, podendo enfim comemorar o acesso no Estádio Rei Pelé.
Além do retorno para a Série A em 2023, no penúltimo mês de 2022 também teve confirmada a antecipação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de Sócios, para votar a mudança estatutária e a venda da SAF para o Grupo City. O que estava programado para a primeira quinzena de dezembro foi marcado para o terceiro dia do mês.
Dezembro – SAF Aprovada e novidades no futebol
No dia 3 de dezembro, os sócios do Bahia aprovaram a venda de 90% da SAF para o Grupo City. No período da manhã, a adequação do estatuto à Lei nº 14.193/2021 foi aprovada. Depois, no período da tarde, foi a vez da oferta do Grupo City também ser aprovada pelos votantes.
O City Football Group, ou "Grupo City" apresentou uma proposta com o aporte financeiro de R$ 1 bilhão, cujo valor será dividido em três frentes. Para a compra de jogadores, será disponibilizado R$ 500 milhões do montante. Para pagamento de dívidas do clube, será disposto R$ 300 milhões. Por fim, R$ 200 milhões será designado a investimentos em infraestrutura, categorias de base, além de capital de giro e outras finalidades.
De acordo com o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, o contrato prevê que todos os ativos ligados ao futebol do clube passarão a ser geridos pelo Grupo City. No entanto, a marca "Bahia" não sofrerá alterações, tais como hino, símbolos, brasão, alcunha e cores. Os programas sociais do clube também serão mantidos, e podem ser ampliados sob a batuta do Grupo City.
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