SALA A TARDE
"Eventos climáticos vieram para ficar", diz vice-presidente do Ibrades
Samanta Pineda participou da Sala A TARDE, nesta sexta-feira, 17
Por Cassio Moreira
Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Ibrades), Samanta Pineda participou da Sala A TARDE, no II Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, nesta sexta-feira, 17. Durante a conversa, a advogada frisou que os eventos climáticos "vieram para ficar".
Samanta também ressaltou a importância da realização do evento para discutir o tema sustentabilidade. "Quando a gente fala de sustentabilidade hoje, isso está na pauta de todo mundo. Está na pauta de quem mora perto de áreas alagáveis ou não, está na de quem compra comida, porque o agro é o primeiro afetado, de quem pega transporte público. Esse evento já nasceu grande, que ano passado foi um sucesso, mas este ano foi providencial, no sentido de trazer representantes tanto do Legislativo, que faz as normas, quanto do Executivo, que executa as normas, quanto do Judiciário, junto com a iniciativa privada", pontuou Samanta, que cobrou um olhar lúcida ao debater o assunto.
"Essa pauta é cada vez mais presente. Tenho certeza que esses eventos climáticos vieram para ficar. Só que a gente não pode ser simplista, "é culpa da mudança climática". Vamos olhar com parcimônia. Não dá para olhar com olhar apaixonado, ter achismo [...] Quem não pode discutir apaixonadamente essas questões são os juízes, desembargadores, advogados, promotores e tomadores de decisão, que precisam ser científicos nessa hora. Eu tenho certeza que o evento do Rio Grande do Sul, pelo que os cietistas veem e pelo que a gente vê ao longo da história, ele iria acontecer, é uma réplica do que aconteceu tanto em 1941, quando teve El Niño, como em 1983. Esse evento ia acontecer, mas ele foi exarcebado, potencializado pelas mudanças climáticas. É o décimo mês consecutivo que temos temperatura recorde na Terra. Teve El Niño, mudanças climáticas, e tem também a forma errada que estamos ocupando as cidades", afirmou.
"A ocupação urbana precisa olhar de uma forma mais responsável. No Brasil a gente já fez alguma coisa. A gente tem um código florestal que respeita as áreas de preservação permanente, isso não tem no mundo [...] Daqui para frente não dá mais para ser assim (urbanização nas margens dos rios). A Ibrades vem com esse olhar de desenvolvimento sustentável. Não vamos olhar apaixonadamente para dizer "agora o mundo, o ser humano é mau". Nós temos que olhar de com parcimônia, com equilíbrio para o desenvolvimento que tem que olhar as pessoas e a sustentabilidade", continuou a vice-presidente do Ibrades.
A vice-presidente do Ibrades ainda reforçou a necessidade de uma educação ambiental desde cedo para que a sociedade tenha consciência de preservação da natureza.
"A gente precisa entender que ativismo não é você está lá no seu computador, na sua casa, com ar-condicionado ligado, brigando contra o desmatamento na Amazônia e tomando água mineral na garrafinha e jogando no lixo. Precisamos levar mais a sério isso. A gente precisa ter um pouco mais de consciência interna para poder fazer isso de verdade, sem hipocrisia e falso moralismo. Cada um tem a sua parte", afirmou Samanta.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes