SALVADOR
Bahia lança dois festivais de artesanato; inscrições abrem nesta terça
Eventos têm como objetivo impulsionar a geração de renda
Por Marcela Magalhães*
Abre nesta terça-feira (17) e segue até 31 de janeiro as inscrições dos artesãos que desejam participar do II Festival Nacional de Artesanato na Bahia (FENABA) e o 1º Festival do Artesanato Baiano Indígena, que ocorrerão em abril e julho de 2025, respectivamente. Os eventos, lançados ontem em edital, têm como objetivo impulsionar a geração de renda, fortalecer a identidade cultural baiana e ampliar redes de negócios no setor artesanal. As preparações para os dois festivais iniciaram ontem, com a cerimônia de lançamento na Casa Artesanato da Bahia, no Porto da Barra, reunindo autoridades, artesãos, representantes indígenas e parceiros.
Entre os participantes confirmados, o artesão Édson Duarte Marques produz miniaturas de casas sertanejas feitas com terra de casas de farinha e ruínas antigas. “Minha arte carrega memórias e emoções. Eventos como esses são essenciais para dar visibilidade ao nosso trabalho e gerar renda”, declarou Édson, que já participou da primeira edição do FENABA e espera repetir o sucesso.
Com peças a partir de R$ 360, ele destacou a importância do apoio recebido na organização: “A primeira edição foi incrível, com excelente estrutura e divulgação. Isso nos motiva a dar o nosso melhor”.
Com data marcada entre 24 e 27 de abril de 2025, o II FENABA acontecerá na Arena Fonte Nova, com a expectativa de superar os números expressivos da edição anterior. Em 2024, mais de 30 mil pessoas visitaram o evento, movimentando cerca de R$ 2 milhões em vendas. Este ano, o festival contará com a participação de mais de 300 artesãos, ampliando a presença de estados brasileiros e promovendo o intercâmbio cultural. “A Bahia é um dos maiores polos de produção artesanal do país e vem se consolidando no calendário nacional com eventos como o FENABA. Nosso objetivo é atrair mais estados e aumentar a visibilidade do artesanato baiano”, destacou Davidson Magalhães, secretário da SETRE.
A programação vai além da comercialização de produtos, incluindo rodadas de negócios, atrações musicais e valorização de mestres artesãos. Segundo Weslen Moreira, coordenador de Fomento ao Artesanato da Bahia, o objetivo é aumentar em 30% o número de participantes e fortalecer o impacto econômico e cultural do evento.
Já entre os dias 17 e 20 de julho de 2025, o extremo sul da Bahia receberá 1º Festival do Artesanato Baiano Indígena, reunindo 32 povos de quatro macrorregiões do estado. O evento busca promover a inclusão socioprodutiva, geração de renda e a valorização das culturas indígenas através do artesanato, da gastronomia e de apresentações culturais. De gamelas e colares de madeira Pataxó a cerâmicas Kiriri e trançados de palmeira de licuri, a diversidade será o grande destaque. “Além de gerar renda para nossas comunidades, é uma oportunidade de mostrar nossa cultura e desmistificar a ideia de que indígenas estão concentrados apenas no norte do Brasil”, afirmou Kâhu Pataxó, presidente da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá. A cacica Renata Tupinambá reforçou a importância do evento: “São 33 etnias diferentes, com artesanatos únicos, feitos em sua maioria por mulheres. Este festival é fundamental para divulgar e fortalecer essas tradições”.
Uma curadoria especializada fará a seleção dos participantes, analisando a diversidade e a qualidade das peças expostas. “Nosso foco é garantir a continuidade dessas tradições, atrair a juventude e ampliar os horizontes do artesanato baiano, seja no mercado físico ou digital”, concluiu Davidson Magalhães.
*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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