PITUBA
Bar na Pituba é acusado de discriminação após clientes esperarem 3 horas por mesa
Mulheres afirmam que foram impedidas de entrar no estabelecimento por um longo período

Por Jair Mendonça Jr

Duas mulheres, Eisa Maria e Aline, relatam um episódio de suposta discriminação no bar Pirambeira, situado no bairro da Pituba, em Salvador, na noite de sábado, 20. As mulheres afirmam que foram impedidas de entrar no estabelecimento por um longo período, enquanto outras pessoas, que chegaram mais tarde, puderam acessar o local sem dificuldades.
É muito doloroso ser questionada do porquê de estar naquele ambiente.
As mulheres contam que a situação se prolongou por cerca de três horas. A equipe do bar justificou a recusa de entrada alegando que não havia mesas disponíveis. No entanto, após insistirem, elas conseguiram entrar brevemente e constataram que, de fato, havia espaço disponível no interior.
"Chegamos em torno das 18h e permanecemos na porta até às 21h, sem conseguir entrar. Nesse período, outras pessoas entraram no ambiente com várias justificativas. E a gente sem entender por que não conseguíamos entrar […] A desculpa era que não tinha mesa, não tinha cadeira. E a gente via que várias pessoas entraram, mesmo sem mesa e cadeira, ficando em pé”, disse Eisa.
Ela continuou o desabafo ao relatar o que ouviu. “Quando a gente retorna para a porta do bar, as pessoas comentam: ‘olha, quando vocês entraram a outra recepcionista ainda comentou que a gente tinha sorte de estar naquele local’”, acrescentou.
As suspeitas de que a negativa era motivada por discriminação foram reforçadas, segundo elas, por um comentário de um funcionário do local, que teria dito que as mulheres eram "sortudas por estarem naquele lugar".
“Qual a nossa sorte de entrar no estabelecimento que a gente iria consumir, que a gente ia pagar e não íamos dever nada a ninguém? Por que a gente tem sorte de estar naquele lugar? E os outros não têm sorte de estar ali por quê?”, questionou Aline.
"Para mim, o que era só uma dúvida, se confirmou. É muito doloroso ser questionada do porquê de estar naquele ambiente. A gente só saiu para de divertir", lamentou.
O que diz o bar?
Em resposta às acusações, o Bar Pirambeira divulgou nota de esclarecimento, lamentando profundamente que as clientes não tenham se sentido acolhidas e respeitadas no estabelecimento.
O bar reiterou que seu princípio é o respeito e a valorização de todas as pessoas, e que não compactua com qualquer forma de preconceito, seja racial, religioso, de gênero ou de outra natureza e que sua equipe é constantemente treinada para oferecer o melhor atendimento sem distinção.
Sobre a questão da entrada das clientes, o Pirambeira mencionou que, "infelizmente, devido à limitação de espaço físico, nem sempre é possível receber a todos".
O bar informou que entrou em contato com as clientes para apurar o ocorrido e que propôs a criação de uma campanha de conscientização e combate à discriminação, voltada para bares e restaurantes.
A nota finaliza afirmando o "compromisso com o diálogo e com a transformação dessas situações em oportunidades de reflexão mútua, para que os espaços de convivência sejam sempre locais de respeito, diversidade e inclusão".
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