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14/08/2024 às 5:00 - há XX semanas | Autor: Gabriel Vintina*

CORTEJO

Celebração a Omolu une Salvador com a tradição afro; saiba detalhes

Ritual ao orixá, também conhecido por Obaluaiê, percorre as ruas da capital com tabuleiros de objetos sagrados e balaios de oferendas de pipocas

Imagem ilustrativa da imagem Celebração a Omolu une Salvador com a tradição afro; saiba detalhes
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O mês de agosto em Salvador é marcado por uma vibrante celebração religiosa: o Sabejé, um ritual dedicado ao orixá Omolu, também conhecido como Obaluaiê. A festa, que ocorre anualmente nas ruas da cidade, é uma oportunidade para afirmar a presença do orixá e promover a união e o combate à intolerância religiosa.

O babalorixá Pai Ducho do Ogum, líder do Terreiro Ilê Axé Awa Nejy, detalha: "Sabejé é um ritual que reflete a origem e o papel de Omolu como um orixá ligado à cura e à terra. No dia do evento, preparamos um tabuleiro especial para a oferenda, que inclui pipoca para ser distribuída".

Ritual e origem

O Sabejé traz às ruas um cortejo festivo e ritualístico. Vestidos com roupas brancas adornadas com rendas e bordados, os participantes carregam tabuleiros repletos de objetos sagrados e amplos cestos com pipoca, conhecida como doburu. A pipoca, elemento central da celebração, simboliza a presença e a essência do orixá Omolu, representando tanto um alimento quanto um ato de oferenda.

Para o antropólogo e babalorixá do Ilê Oba L’okê, Caetano de Souza, a origem do Sabejé pode ser traçada até países africanos como a Nigéria, onde orixás percorrem bairros e comunidades, distribuindo cura e proteção.

"O ritual de Sabejé é uma forma de trazer essa prática ancestral para Salvador, promovendo a cura e o equilíbrio tanto para os participantes quanto para a cidade", observa Caetano. Ele destaca que a pipoca, ou doburu, é um símbolo do calor e da renovação, representando o próprio Omolu em sua forma mais pura.

Homenagens em SSA

Em Salvador, as comunidades religiosas e pessoas se mobilizam para celebrar o orixá na capital baiana. Uma das celebrações é a Caminhada Azoany, que acontece há 26 anos, no dia 16 de agosto, organizada pela Associação Comunidade Alzira do Conforto.

“O propósito do evento é, em parte, combater a intolerância religiosa que historicamente perseguiu o candomblé. É uma caminhada de união e caridade, onde também se busca fortalecer os laços com o continente africano e preservar a oralidade e as tradições da nossa religião”, afirma Sérgio Santana, coordenador da produção da caminhada.

Albino Apolinário, um dos idealizadores da caminhada, compartilha um testemunho sobre o impacto espiritual do evento. "A minha família passou por uma grande provação quando minha filha teve que enfrentar várias cirurgias e não tinha garantia de sobreviver. Eu pedi muito a Omolu para restabelecer a saúde dela e evitar que ela falecesse. Acreditamos que a caminhada e a nossa fé desempenharam um papel importante nesse processo de cura", relata.

Celebrações dia 16

A celebração do dia 16 coincide com a festa de São Roque, refletindo o sincretismo religioso em Salvador. Da mesma forma, no dia 25 de agosto, a festividade é novamente realizada pelos terreiros da cidade, alinhada com a celebração de São Lázaro. Embora o foco permaneça em Omolu, a escolha das datas reforça a conexão entre o orixá e São Lázaro, uma figura católica associada à cura e à proteção. Em ambas as celebrações, participantes, incluindo adeptos do candomblé e outros devotos, seguem em cortejo até a Igreja de São Lázaro. Durante o trajeto, os presentes carregam balaios e celebram a presença do orixá Omolu, oferecendo pipoca como símbolo de bênçãos.

A reação da população de Salvador ao Sabejé é geralmente positiva, embora o evento ainda enfrente certos desafios. “A maioria das pessoas já está acostumada com o Sabejé e sabe que agosto é o mês da pipoca nas ruas. No entanto, ainda enfrentamos episódios de intolerância religiosa. A presença constante de policiais e bombeiros é uma medida de segurança para garantir a paz durante a celebração”, diz Caetano.

O Sabejé, portanto, é mais do que uma celebração religiosa; é um ato de resistência cultural e uma afirmação da identidade afro-brasileira em Salvador. A festa continua a ser um importante ponto de encontro para a comunidade, promovendo a fé, a cura e a preservação das tradições ancestrais, enquanto desafia as barreiras da intolerância religiosa.

*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre

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