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SALVADOR

Ciência e tecnologia são aliadas na produção de alimentos na BA

Soluções inovadoras aperfeiçoam técnicas e potencializam resultados de pequenos produtores rurais

Por Da Redação

18/09/2024 - 18:20 h
Colônia de pescadores na cidade de Conceição da Feira (BA)
Colônia de pescadores na cidade de Conceição da Feira (BA) -

Tema prioritário da administração estadual, a redução da insegurança alimentar passa pelo desenvolvimento de soluções e ferramentas que auxiliem no aumento da produção e na melhoria da qualidade de alimentos, bem como na captação e utilização de recursos hídricos. Um exemplo simples e eficiente de ações pelo fortalecimento da agricultura sustentável está em Conceição da Feira, na Bahia, onde uma colônia de pescadores tem aprimorado sua atividade de produção de peixes, com técnicas viabilizadas por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Cecílio Ramos, sócio na Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-92, conta que os pescadores passaram a receber orientações que estão fazendo diferença na sua comunidade. “Estamos aprendendo sobre estocagem de peixe, biometrias e controle de ração, além de aprender a trabalhar com ração de qualidade”, conta. “Em sete meses, conseguimos aumentar a média de produção, resultado que não tivemos antes desses projetos virem para a colônia. Isso é muito bom pra gente, porque conseguimos vender a produção, ter um dinheirinho melhor pra dividir entre as famílias que participam do projeto e ainda comprar mais alguma coisa pra colocar dentro de nossa casa.”

Para Aline Ramos, presidente da Z-92, a experiência melhorou bastante a produtividade, porque trouxe instrução e conhecimento técnico. “Para a gente, no início, foi um pouco difícil se adequar à visão ampla do projeto e o que a universidade e o professor tinham para nós”, lembra. “Antes, criávamos os peixes de forma muito rústica, sem conhecimento, sem técnica, fazíamos do nosso jeito. Hoje, estamos tendo a oportunidade de fazer de um jeito diferente.”

O pesquisador Bruno Olivetti, professor da UFRB, coordena o projeto que tem ajudado pescadores e pescadoras a desenvolverem a piscicultura familiar como forma de produzir alimento, promover segurança alimentar, nutricional e gerar renda. “Esse projeto veio por meio de ações que já realizamos em nosso grupo de pesquisa, no qual pensamos a ciência aplicada, para que achados científicos possam ser utilizados no setor, e, dessa forma, ciência e produção possam andar lado a lado, visando ao ganho conjunto”, afirma.

Ainda de acordo com o professor, o projeto contempla também a instalação de um sistema automático para alimentação dos peixes, o que vai proporcionar aos pescadores qualidade de vida e contato com a tecnologia.

Outras dezenas de famílias, desta vez de estudantes da Escola Família Agrícola dos Município Integrados da Região de Irará, também serão auxiliadas com a produção de peixes e hortaliças. Daniela Souza, professora e coordenadora pedagógica da escola, acredita que toda a região vai se beneficiar com a ação.

“Será um momento que vai contribuir muito com a segurança e soberania alimentar em nossa escola, porque as hortaliças e os peixes serão direcionados para a nossa alimentação”, avalia. “Então, na verdade, acredito que toda região, tanto de Irará como os territórios que abrangemos na nossa formação enquanto escola técnica e formação em agropecuária integrada ao ensino médio e ensino fundamental, serão beneficiados.”

Tradição

A ciência, tecnologia e inovação também estão beneficiando a agricultura familiar no oeste baiano. Naquela região, comunidades tradicionais, como a Geraizeiros, estão aprendendo com ações pedagógicas em uma formação voltada para a instalação e o manejo de sistemas agropecuários biodiversos e com a organização e comercialização de produtos do Cerrado.

“Esse projeto tem o propósito de promover opções de modelos socioprodutivos capazes de unir saberes e fazeres tradicionais e camponeses com conhecimentos científicos e técnicos, direcionando-os para a conservação da natureza e para o bem-estar social e humano”, explica o professor da Universidade Federal do Oeste Baiano (Ufob), Mario Alberto dos Santos.

Manuela Souza, presidente da Associação Comunitária de Moradores Geraizeiros de Ponte de Mateus, em São Desidério (BA), reconhece a importância da parceria com a universidade e lembra da luta e da força de vontade do seu povo para melhorar as condições de vida. “Por meio do projeto, teremos a oportunidade de ampliar nossos negócios, de melhorar a qualidade de nossos produtos, de aperfeiçoar as técnicas tradicionais que nosso povo já usa, além de dar voz ao povo Geraizeiro”, destaca.

Esses projetos, apresentados por pesquisadores de universidades de todo o estado para beneficiar, principalmente, pequenos agricultores, povos originários e comunidades tradicionais, têm em comum o fato de terem sido viabilizados com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesb), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).

As iniciativas fazem parte da estratégia Ciência na Mesa, que está alinhada às ações do Programa Bahia Sem Fome. Dos cinco editais, que totalizam um investimento de R$ 34 milhões, três já foram lançados.

Editais Ciência na Mesa auxiliam no combate à fome

O combate à fome é um dos temas inseridos no programa Bahia Mais Inovadora, liderado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), com algumas ações executadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), como é o caso dos editais Ciência na Mesa, que têm o objetivo de reunir soluções inovadoras para desenvolver ferramentas que auxiliem na erradicação da pobreza na Bahia.

Entre 2023 e 2024, a Fapesb e a Secti, em parceria com diversos outros órgãos governamentais, já lançaram três editais Ciência na Mesa: o Ciência na Mesa 1 – Inovações para a Agricultura Familiar; o Ciência na Mesa 2 – Incubadoras para cooperativas e associações populares e empreendimentos econômicos solidários de base tecnológica, e o Ciência na Mesa 3 – Água para consumos e produção de alimentos no campo e na cidade.

O diretor-geral da Fapesb, Handerson Leite, ressalta que os editais, além de alcançar metas ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Agenda 2030 da ONU, também fomentam a produção de alimentos e a geração de renda para o povo baiano.

“As chamadas Ciência na Mesa 1, 2 e 3 destinam mais de R$ 22 milhões para promover a segurança alimentar e nutricional na Bahia”, destaca. “Além desses, mais dois editais do Ciência na Mesa serão lançados. Ou seja, o governo do estado está investindo alto em ciência, tecnologia e inovação porque sabe da importância disso para encontrar soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida dos baianos em diversos aspectos, não somente nas questões nutricionais, que é o foco, mas também dando oportunidades às pessoas de produzirem para gerar renda.”

Alinhado com os secretários da Casa Civil, Afonso Florense, e da Secti, André Joazeiro, o coordenador do Bahia Sem Fome, Tiago Pereira, destacou o Ciência na Mesa como uma das grandes inovações que surgiram no âmbito do programa.

“O Bahia Sem Fome visa a erradicar a fome no estado, mas, ao mesmo tempo, dar incentivo a um conjunto de iniciativas que fortaleçam a vida, principalmente à população em situação de vulnerabilidade”, ressalta. “Estamos tratando de uma iniciativa que promove articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, de modo a produzir inovações tecnológicas, processos, ações efetivas por meio de conhecimentos integrados que vão, com certeza, contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população em situação de vulnerabilidade”.

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