SALVADOR
Da Sant'Ana ao Paes Mendonça: como os 'impérios' faliram em Salvador
Saiba como esses comércios faliram
Por Gabriel Moura
A beleza natural de Salvador e da Baía-de-Todos-os-Santos é perene, mas as lojas com inconfundíveis fachadas que adornam a metrópole trocam ao longo dos anos. A que um dia foi Paes Mendonça passou por Bompreço e findou em Carrefour.
O protagonismo comercial dos estabelecimentos pode até chegar ao fim, mas segue firme na nostalgia daqueles que guardam boas memórias vividas naqueles espaços. Relembre alguns deles.
Farmácia Sant'Ana
As ruas da Salvador do início dos anos 2000 eram decoradas com o letreiro em vermelho e azul, cores da Bahia, indicando a presença da Farmácia Sant'Ana. No auge, eram 103 unidades da drogaria instaladas na cidade.
A gigante do ramo farmacêutico, fundada por José Sant'Ana, quase monopolizavam o mercado na cidade, sendo a preferida dos baianos.
Para uma crise financeira provocada por má gestão e dívidas milionárias, no entanto, não houve remédio.
A derrocada iniciou em 2013, um ano após o negócio ser vendido para a Brazil Pharma. Em 2018 a última das moicanas, aberta no centro da cidade, fechou.
Insinuante
Nascida em Vitória da Conquista, em 1959, a Insinuante rapidamente se espalhou pelo interior da Bahia, atingindo pouco depois não apenas Salvador, mas outros estados no Nordeste.
Chegou a ter 260 lojas, com presença em todas as cidades nordestinas com mais de 50 mil habitantes. Em Salvador, o destaque era uma mega loja aberta na Paralela. Ela líder absoluta na venda de eletrodomésticos na região.
O início do fim marca de 2010, com a fusão com a Ricardo Eletro. O nome da baiana foi, aos poucos, sendo ocultado. Em 2016, oficialmente sumiu dos letreiros e do comércio virtual. Um ano depois, a própria Ricardo Eletro faliu.
Paes Mendonça
Diz a lenda que os baianos mais 'raiz' insistem em chamar determinados mercados de Paes Mendonça, apesar da marca ter desaparecido nos anos 90.
A homenagem, apesar de cada vez mais rara, é justa. Não é que Mamede Paes Mendonça fundou um mercado em Salvador, ele fundo o mercado em Salvador.
Antes dele, todos os baianos faziam as compras do mês em feiras e quitandas. Após uma viagem a Argentina, o empresário descobriu o conceito de 'supermercados' e o importou para a capital baiana.
E mesmo quando outras empresas desembarcaram em Salvador, o Paes Mendonça seguiu líder.
A marca expandiu para outras regiões do país, inclusive São Paulo, mas a unidade mais icônica e charmosa sempre foi a posicionada no edifício Oceania, em frente ao Farol da Barra.
Em meados dos anos 90 o Paes Mendonça, já enfrentando problemas financeiros e políticos, teve seus letreiros alterados para Bompreço, grupo de mercados fundado pelo irmão de Mamede, Pedro.
Aeroclube
A alegria pousou no Aeroclube em 1999 e por lá permaneceu até 2006. Neste período, o antigo clube de pouso de aviões virou o local preferido de crianças, jovens e adultos para se entreter em Salvador.
No shopping a céu aberto, havia um enorme cinema, a casa noturna de shows Rock in Rio Café, o restaurante Café Cancun, o Magic Games, boliche, mini kart e minigolfe.
O fim oficial ocorreu em 2014, mas a decadência iniciou entre 2006 e 07, com o encerramento das atividades de várias lojas. Hoje, o Centro de Convenções de Salvador funciona no local após a demolição da estrutura do Aeroclube.
Comércio
Esta não é uma loja específica, mas um bairro. Antes dos shopping centers se popularizarem em Salvador, os baianos realizavam as compras nas lojas de rua do Comércio.
A função do bairro é denunciada pelo próprio nome. E ele permaneceu como principal polo comercial da capital por muitos séculos, até o início da obsolescência no final do século XX.
Hoje alguns bancos funcionam na região, mas a maioria das lojas fecharam levando, entre outros problemas, a violência para o bairro.
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