MATERNIDADE ATÍPICA
Dia das Mães: rotinas e expectativas de mães de crianças com microcefalia
Conheça histórias de mães de crianças que nasceram com microcefalia para entender as dores e os sabores da maternidade.
Por Jair Mendonça Jr

Parafraseando o poeta Vinicius de Morais: Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos. Como sabê-los? Ser mãe de uma criança especial, seja ela com alguma deficiência física, intelectual ou outro tipo de necessidade, é uma jornada repleta de desafios e conquistas. Neste domingo é celebrado o Dia das Mães e o PORTAL A TARDE ouviu mães de crianças que nasceram com microcefalia para entender as dores e os sabores da maternidade.
Entre 2015 e 2017, ocorreu no Brasil uma epidemia de casos de microcefalia relacionada à infecção no período gestacional pelo vírus Zika. O primeiro exame físico do recém-nascido é rotina nas maternidades e deve ser feito em até 24 horas após o nascimento. Este período é um dos principais para se identificar possíveis anomalias congênitas no recém-nascido.
Em um caminho que exige muita força, resiliência, dedicação e, muitas vezes, a busca por apoio e recursos para garantir o bem-estar do filho e da família, a auxiliar administrativa Flaviana Oliveira de Sousa, mãe de Jhulia Oliveira, 9 anos, diagnosticada ainda na gestação, aos 6 meses, fala que os desafios da maternidade são inúmeros: de acessibilidade ao estado clínico que muda todos os dias.

“Por isso, não temos como ter uma rotina fixa ou uma noite de sono tranquila. Não podemos fazer grandes planos. Vivemos um dia de cada vez como costumo dizer. Ela me escolheu para ser mãe dela e eu aprendo todos os dias”, conta Flaviana.

Driely Checcucci, 35 anos, mãe de Denyelle Checcucci, 9 anos, conta que apesar da rotina dura e cansativa, não trocaria essa maternidade por nada. “Sou só gratidão. Conheci o verdadeiro amor, que é aquele que se dá sem pedir nada em troca. Sou grata a Deus por ter esse amor tão puro e singelo. Mas é uma rotina cansativa, um esgotamento físico mental diário”, disse Driely.
Ainda segundo a mãe de Denyelle, os cuidados diários são muitos. “Ela não dorme a noite. Só se alimenta por sonda nasal. Fisioterapia e fono todos os dias. Troco fraldas a cada 30 minutos e os medicamentos têm horários. Tudo isso para proporcionar uma melhor qualidade de vida, já que não existe cura” completa.
A Organização Mundial da Saúde define a microcefalia com base nos seguintes critérios:
Microcefalia: recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 2 desvios-padrão, ou seja, mais de 2 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo;
Microcefalia grave: recém-nascidos com perímetro cefálico inferior a 3 desvios-padrão, ou seja, mais de 3 desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo.
Orientação do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde reforça às gestantes que evitem usar medicamentos não prescritos por profissionais de saúde e que realizem todas as consultas de pré-natal preconizadas e exames previstos nesta fase, além da importância de relatar aos profissionais de saúde qualquer alteração percebida durante a gestação. Essas medidas permitem que o médico que acompanha a gestação faça o correto aconselhamento sobre os fatores de risco previamente citados para a ocorrência da microcefalia, bem como oriente a gestante caso haja a presença ou exposição a tais fatores de risco
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