SALVADOR
Festa de Santa Bárbara movimenta trabalho de ambulantes em Salvador
Trabalhadores relatam movimento mais fraco em comparação com os últimos anos

Por Luiza Nascimento e Victoria Isabel

A abertura do calendário de festas populares de Salvador, celebrada nesta quinta-feira, 4, com a tradicional Festa de Santa Bárbara, também marca um dia importante para dezenas de ambulantes que encontram no evento uma oportunidade de renda e, muitas vezes, um legado familiar.
Entre eles está Geraldo dos Santos, que vende fitinhas e escapulários todos os anos. O trabalho, conta, é uma herança materna. “Foi de minha mãe para mim. Minha mãe criou 18 filhos vendendo fitinhas no Bonfim”, lembra, orgulhoso. “Na barriga da minha mãe eu já vendia. Ficou aquele negócio mesmo que foi de minha mãe.”
Geraldo divide a rotina entre o emprego em uma empresa terceirizada e as vendas, que realiza nas horas vagas. Mesmo com as mudanças ao longo do tempo, ele segue firme na tradição. “A procura hoje não é mais como antes, nada é mais como antes. Mas a tradição não cai de vez. Ainda é uma festa muito boa para trabalhar”, diz.

Irmãs ambulantes
Entre os ambulantes que circulam no Pelourinho, as irmãs Nadja e Daniele também compartilham histórias marcadas pelo trabalho nas ruas, embora em fases distintas da trajetória.
Nadja, experiente e acostumada a trabalhar desde a infância ao lado da mãe, avalia que o movimento deste ano começou mais fraco. “Esse ano deixou a desejar, foi mais fraco. Ano passado foi melhor”, afirma. Ainda assim, ela se mantém otimista: “Tenho expectativa de vender mais até o final do dia. Vai ter shows, então espero vender toda a minha mercadoria.”
Com o verão chegando, ela já planeja as próximas festas e reforçou a equipe chamando a irmã para ajudar. “A expectativa está grande. Já estou acompanhando mercadoria, vendo para quais festas vou. Arranjei minha irmã para colar comigo, para a gente lucrar bastante nesse verão.”

Se para Nadja a rotina já é conhecida, Daniele vive seu primeiro ano como ambulante na Festa de Santa Bárbara.
“É um desafio. É tudo novo para mim”, admite. “Tenho que ter jogo de cintura, agilidade, decorar os valores… Às vezes muda o preço. Eu sou totalmente inexperiente no ramo, mas tô gostando.”
Empolgada para o que virá, ela vê na maratona de festas que se aproxima uma oportunidade de aprendizado e renda. “Agora é só festa! Salvador tem muita festa, então tô positiva. Acho que as vendas vão ser ótimas. Final de ano, verão… Vai ser muito bom”, afirma, animada.
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