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POVOS ORIGINÁRIOS

Indígenas da Bahia debatem direitos fundamentais

Acampados em Salvador, mais de 2 mil indígenas querem terras demarcadas, educação e saúde

Por Priscila Dórea

05/11/2024 - 6:00 h
Indígenas dançam toré na abertura do encontro que busca direitos essenciais
Indígenas dançam toré na abertura do encontro que busca direitos essenciais -

“É com muita satisfação e felicidade que recebemos todos os nossos caciques, cacicas, mulheres e juventude indígenas, pois sem eles esse acampamento não seria possível. É uma oportunidade para unirmos forças e mostrarmos a urgência de políticas que respeitem e protejam nossos direitos”, afirmou o coordenador geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Agnaldo Pataxó-hã-hã-hãe, ontem, durante a abertura oficial do VI Acampamento Terra Livre (ATL). O evento segue até dia 7, na área verde da Assembleia Legislativa da Bahia.

Reunindo 33 povos indígenas, e cerca de 2 mil lideranças, membros e apoiadores de diversas etnias indígenas da Bahia, o ATL 2024 tem como pauta principal a demarcação dos territórios - 736 terras indígenas estão registradas na Funai -, um tema urgente para a sobrevivência das populações. Outras demandas essenciais incluem educação, segurança e saúde dos indígenas, tópicos de discussão nas rodas de conversa, painéis temáticos, atividades culturais e audiências com representantes governamentais. O ATL conta ainda com uma feira de produtos típicos e serviços de saúde para os indígenas.

Presentes na abertura, a Ministra da Cultura (MinC) Margareth Menezes e a Ministra dos Povos Indígenas (MPI) Sônia Guajajara, que exaltou a presença de tantas etnias indígenas baianas no evento. “A Bahia, onde aconteceu a maior violência sofrida pelos povos indígena. Esse povo se levantou, puxou o toré e hoje é a segunda maior população indígena do país. Isso é muito importante para a construção de políticas públicas e para mostrar a resistência dos povos indígenas”, afirmou a ministra do MPI.

Sônia Guajajara ressaltou ainda a importância e a força da luta coletiva para que os povos indígenas tenham seus direitos garantidos. “Nós chegamos aqui (no Ministério) para ficar, vamos continuar com um pé no chão da aldeia e outro na mesa de decisão. Nós temos que mostrar o valor dos povos indígenas e a força da nossa ancestralidade. Essa é nossa resistência. Uma existência viva porque queremos nossas lideranças vivas”, pontuou.

Cacique Raimundo Flechiá Tuxá, do município de Rodelas (norte da Bahia), ainda não tem seu território demarcado e destaca: “Nessas demandas urgentes temos a demarcação de nossos territórios, segurança, saúde e até segurança alimentar. É um lugar onde buscamos também o fortalecimento de nossos povos, jovens e crianças, mas onde pedimos que os governantes cumpram suas promessas. Para isso estamos aqui”.

União de forças

A ministra Margareth Menezes, defendeu a união de forças como estratégia de ação, entre as culturas tradicionais, afro-brasileiras e indígenas. “Quem tem meta e esperança consegue vencer, mas essa vitória não é construída facilmente, pois a luta é contra uma instituição enorme. É contra um pensamento social que veio se implantando ao longo desse tempo na sociedade, mas nós podemos sim, cada vez mais, ter voz ativa e reclamar pelos nossos direitos”, declarou.

Para a cacica Lindalva Maria Freire Gomes, da Aldeia Atikum Nova Esperança, do município de Rodelas, declarar a falta desses direitos diante de tantos governantes torna o ATL tão rico. “O meu povo é muito humilde, muito sofrido, assim como tantos por aí. Então eventos assim são importantes na nossa busca para melhorar a educação e a saúde da aldeia, assim como a nossa necessidade de moradias melhores, pois as nossas estão sendo destruídas por barbeiros (inseto). Precisamos de ajuda para construir casas”, relatou.

A liderança ainda apontou um ponto importante do evento: os serviços de saúde disponíveis. “Na nossa aldeia o atendimento médico chega de 15 em 15 dias. Quando chega. Mas muitas vezes nem remédio temos. Então, ter atendimento médico no ATL tem sido muito importante, muitas mulheres do meu grupo já fizeram mamografia, muitos mediram pressão e diversas outras coisas”, conta Lindalva, que torce para o ATL 2024 traga boas novas ao seu território - ainda não demarcado.

Aberto ao público e com uma programação intensa até dia 7, a agenda completa do VI Acampamento Terra Livre está disponível no Instagram @mupoiba.

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Tags:

Bahia direitos fundamentais indígenas

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