MAMÍFERO MARINHO
Projeto Baleia Jubarte gera impacto econômico do turismo de observação
Desafio para crescimento da prática é a necessidade de maior divulgação do segmento turístico
Por Madson Souza
Observação de baleias não é a primeira coisa que vem à mente quando se fala em turistar na Bahia. Mas, além do turismo cultural, religioso, gastronômico e uma série de outras vertentes, o turismo de observação do mamífero marinho é uma modalidade que tem se destacado e consolidado cada vez mais como alternativa no setor.
A observação de baleias rendeu em 2023 cerca de R$4.500.000 em benefícios diretos a partir de Praia do Forte e mais de R$9 milhões em benefícios indiretos. O desafio para o crescimento da prática é a necessidade de maior divulgação
Os números citados são de uma pesquisa de valoração econômica desenvolvida pelo mestre em economia do meio ambiente, Leonardo Hasenclever, ainda não publicada.
Quem busca a Bahia para observar baleias não se limita ao passeio de barco, mas participa de toda uma cadeia que inclui hospedagem, alimentação, transporte e compra de souvenires, fatores que fortalecem a economia local. Os passeios para observar as baleias custam entre R$200 e R$400, dependendo da operadora.
Os valores apresentados revelam o potencial e importância da observação de baleias para o turismo, de acordo com Enrico Marcovaldi, um dos diretores do Projeto Baleia Jubarte. "O dado comprova a importância desse turismo na geração de emprego e renda, além de ser uma ferramenta de preservação das baleias", afirma.
O carro-chefe desse tipo de turismo na Bahia é a Praia do Forte, mas outras áreas também têm se destacado, como Porto Seguro, Morro de São Paulo, Itacaré e Ilhéus. Espaços que têm um número significativo de turistas que buscam observar as baleias.
Mesmo com a pesquisa direcionada à Praia do Forte, Enrico fez uma estimativa de que o turismo de observação na Bahia pode ter movimentado em 2023 até R$15 milhões. Paulinho Limontsik, sócio da Portomar - que realiza serviços de passeio para observação de baleias -, confirma que a prática é um atrativo associado com outros negócios, como seu hostel.
"Vejo como algo que traz, sim, turismo para cá (Praia do Forte). Apesar de muita gente chegar sem saber da observação de baleias, quando descobrem, acabam fazendo o passeio. Aqui, no hostel, recebemos muitos grupos de estudantes e turistas que vêm especificamente para a temporada de observação e trazem outros rendimentos".
"O turista que vem por causa da temporada de baleias paga pela hospedagem, vai a restaurantes, toma uma água de coco, come um acarajé, faz um transfer. No meu hostel, por exemplo, a temporada de baleias traz um incremento de, pelo menos, 15% na ocupação", revela.
Um dos desafios para consolidar o setor é a maior necessidade de divulgação. "É preciso de mais apoio. O Instituto Baleia Jubarte faz um trabalho fantástico, mas ainda assim precisamos divulgar mais. Muitas pessoas chegam aqui e não sabem que é temporada de baleias", explica Paulinho.
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