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SALVADOR

Salvador realiza a 16ª Lavagem da Estátua de Zumbi

A lavagem é promovida pela União de Negros pela Igualdade (Unegro) e pelas baianas

Por Madson Souza

21/11/2024 - 7:54 h
Além da lavagem da estátua, o clima foi de celebração pelo que já foi conquistado
Além da lavagem da estátua, o clima foi de celebração pelo que já foi conquistado -

Com negros em roda aconteceu ontem a 16ª lavagem da estátua de Zumbi dos Palmares, em celebração ao dia da Consciência Negra. Pela primeira vez a data foi comemorada como feriado nacional e contou com evento que teve como tema a “defesa da vida da população negra”. Políticos, representantes de movimentos negros e de religiões de matriz africana, baianas de acarajé, capoeiristas, militantes, membros da população e curiosos se reuniram na Praça da Sé para a festividade. Além da lavagem da estátua, o clima foi de celebração pelo que já foi conquistado e principalmente de reivindicação por avanços na luta contra o racismo.

Faz sete anos que a lavagem da estátua de Zumbi faz parte da rotina da professora de história Luci Vieira. Por conta do feriado deste ano, João Gabriel, de 13 anos, filho de Luci, pode ver a celebração pela primeira vez. O jovem acompanhou de perto enquanto as baianas circulavam a estátua e a lavavam com água de cheiro e a presença de flores. Ele também viu as rodas de capoeira que foram formadas ao longo do encontro, ouviu os discursos de políticos e militantes, além da performance musical. Luci ressalta a importância desse momento na educação de seu filho.

“É preciso deixar para os mais jovens esse amor aos heróis negros, que não estão nos livros didáticos. Eu como alagoana, neta de quilombola, ele como bisneto de quilombola, precisa entender que os heróis não estão só nos livros didáticos. Esse letramento racial é muito importante e não é papel só da escola, mas da família também levar os jovens pros patrimônios, pra conhecer a história do nosso povo preto”, afirma.

A lavagem é promovida pela União de Negros pela Igualdade (Unegro) e pelas baianas e possui diversos significados e interpretações diferentes, mas que compartilham entre si a importância da celebração deste momento. Para a ialorixá Maisa Bahia, que fez parte da lavagem, o momento é de um simbolismo muito forte. “É muito importante para o nosso povo negro de resistência, principalmente aqui em Salvador, que é uma terra tão negra. Para mim essa lavagem traz energia positiva para nós, traz toda a força ancestral para o nosso povo, para a gente continuar avançando nessa luta”, conta.

Já Hildete Laurindo, também baiana que participou do processo, aponta que vê a lavagem como um momento de purificação e comunidade. “É purificação pra gente. É uma homenagem a Zumbi, que sofreu, que lutou, que foi um general negro, que lutou pela nossa independência e nós seguimos aqui como resistência todos juntos, em comunidade”.

Encontros potencializadores

Numa reunião com tantos movimentos e pessoas de diferentes esferas, a secretária de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Ângela Guimarães, afirma que esses encontros são potencializadores para a mudança de realidade do povo negro. “É muito recente esse esforço para o estado brasileiro incorporar essas demandas e a luta de vocês. Precisamos defender as ações de rua e também a institucionalização das reivindicações do movimento negro, porque é desse jeito que a gente gera transformações. Como a democratização da universidade em políticas afirmativas e cotas e o ensino de capoeira nas escolas”, comenta.

Conforme a presidente estadual e nacional da União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), Marina Duarte, a celebração do Dia da Consciência Negra como feriado nacional é uma conquista, que deve ser usada também para manter a luta. “Esse feriado é uma conquista, mas é também um dia de estarmos na rua, reivindicando, protestando e comemorando as conquistas do movimento negro. O tema deste ano é em defesa da vida da população negra, que traz outros sub-eixos, como saúde, educação, segurança pública, e a luta para o fim do extermínio da população negra, da juventude negra”, fala.

Celebração e reivindicação são as palavras de ordem para a bancária Nancy Andrade, que já participa da lavagem há sete ou oito anos. “É um momento de valorizarmos o que os nossos antecessores conseguiram conquistar com muita luta, de celebrar a conquista e estar ciente de que juntos nos fortalecermos em relação ao combate ao racismo. É importante nos reunirmos e gritarmos que é necessário um respeito pela vida negra, que possamos oferecer a essa vida negra educação de qualidade, moradia digna, acesso à saúde pública e gratuita, entre outras coisas”, indica. O clima que fica da celebração é de que a população - tal qual a estátua de Zumbi dos Palmares - saí lavada e pronta para seguir na resistência da luta contra o racismo.

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