SALVADOR
Valorização do aluno reflete na qualidade da formação
Cada indivíduo, em sua jornada educacional, contribui para a construção de um mundo mais inovador, inclusivo e sustentável
Por Gabriel Vintina*
Com foco na reflexão sobre a importância da educação e seus desafios, é essencial reconhecer e celebrar o papel do estudante — cujo dia é comemorado hoje — na construção do futuro elaborado durante a vivência no ambiente escolar.
Para a psicopedagoga e diretora do Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro, Andreia Passos, a valorização dos estudantes é fundamental para o progresso da sociedade, pois eles representam a próxima geração de líderes inovadores e cidadãos ativos. “A importância de celebrar o Dia do Estudante na sociedade atual é mostrar para os estudantes que eles são especiais. Reconhecer e celebrar o estudante impacta no seu desenvolvimento, pois, ao perceber sua importância para a sociedade, ele se sente motivado a melhorar seus estudos e a ser destaque no futuro”, pontua.
O Dia do Estudante, instituído em 1927, existe em comemoração ao centenário dos primeiros cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil, criados por D. Pedro I em 1827. A data simboliza a valorização do estudante como peça fundamental no desenvolvimento da sociedade brasileira.
Mais do que um simples local de aprendizado, a escola é um ambiente onde os estudantes têm a oportunidade de descobrir suas paixões, explorar novos horizontes e se inspirar para alcançar seus objetivos.
"Meu maior sonho é me formar em Direito e fazer concurso público para a Polícia Rodoviária Federal. Entendo que a educação é essencial para a realização do meu sonho. Eu acho que o estudo é a base de tudo. Precisamos de conhecimento para chegar ao topo", disse Luiza Amorim, estudante do Colégio Estadual Hermano Gouveia Neto.
Cada jovem, em sua jornada educacional, contribui para a construção de um mundo mais inovador, inclusivo e sustentável. Muitos, inclusive, retornam à área da educação, desta vez na posição de professores, para transmitir seu conhecimento e experiência.
É o caso de Aline Gomes, professora do Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques (CEPPMM), que enxerga na educação não apenas uma oportunidade de realizar e impulsionar sonhos, mas também uma forma de retribuir o conhecimento que recebeu ao longo de sua jornada. "A educação proporciona ao aluno a possibilidade de sonhar e incentiva-o a ser o que quiser. Com a educação, o limite é o infinito", afirma.
Oportunidades
A educação é o meio de acesso para um mundo de possibilidades. Pensando nisso, Geane Barbosa decidiu retornar para a mesma unidade de ensino, hoje, como estudante do 3º ano do ensino médio. “Aos 47 anos, estou retomando conhecimentos que havia perdido há 20 anos. Este colégio, com a modalidade EJA que nos oferece, está proporcionando inúmeras oportunidades. Nós, estudantes do turno noturno, consideramos este colégio como nossa segunda casa”, compartilha.
Essa experiência de redescoberta e aprendizado é comum entre muitos adultos que, após desafios e interrupções, buscam uma nova chance na educação. Para muitos, a educação é vista como uma ferramenta crucial para a reintegração no mercado de trabalho e para a construção de um futuro promissor.
“Cometi erros no passado e deixei os estudos de lado, mas, após a pandemia, percebi a necessidade de retomar para melhorar minhas chances no mercado de trabalho. O mercado exige pelo menos o segundo grau, e muitos buscam isso nas aulas noturnas. Eu vim atrás de muito mais, porque descobri que, se cheguei ao terceiro ano, posso avançar mais um pouco e chegar até a faculdade. Quero cursar veterinária ou agronomia”, completa Geane.
Assim como Geane, muitos alunos já sabem o que pretendem fazer após a conclusão do ensino médio. “Estou no terceiro ano e pretendo seguir carreira em Direito ou Administração. Minha escolha é motivada pelo meu interesse em Ciências Humanas e pela área jurídica, que já conheço um pouco pela minha experiência pessoal”, conta Thiago Araújo, estudante do Colégio Estadual Villa Lobos.
Foi no ambiente escolar que Thiago encontrou uma nova perspectiva sobre a educação. “O meu desenvolvimento pessoal e acadêmico ocorreu principalmente no colégio. Foi lá que ganhei uma nova perspectiva sobre a educação, especialmente no que diz respeito à educação afro-brasileira e à cultura no Brasil”, explica Thiago.
Thiago e Geane, assim como outros 156 mil estudantes, fazem parte da rede estadual de ensino em Salvador e do total de 705 mil alunos em todo o estado da Bahia. Em paralelo, a rede municipal de educação da capital atende 137.273 estudantes. Já a rede privada no estado conta com 9.326.486 alunos, conforme os dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2023 do Inep.
Para apoiar esses estudantes e melhorar a qualidade da educação, o governo do estado está investindo R$ 7,6 bilhões na modernização da infraestrutura da rede estadual de ensino. Este investimento inclui a construção de 211 novas unidades escolares, a ampliação de 127 escolas existentes e a modernização de 141 instituições.
Processo
As habilidades e conhecimentos adquiridos nas salas de aula, junto com a experiência prática e o engajamento social, são fundamentais para preparar uma nova geração de líderes, profissionais e cidadãos conscientes. Os aprendizados e valores cultivados ao longo da trajetória escolar moldam o caráter e a visão de mundo dos alunos, preparando-os para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades ao longo da vida.
“Eu sou muito agradecida pela base educacional que tive. A educação na escola foi fundamental para o meu desenvolvimento. Já estudei em colégios que não tinham uma base sólida nem ensinamentos adequados, e o conhecimento que adquiri aqui no Pedro Paulo foi grandioso. Sinto que o que aprendi vai me acompanhar para toda a vida, tanto como aluna quanto como profissional,” conta Marcele Pires, estudante do último ano do CEPPMM.
Este ano, o governo da Bahia destinou R$ 9,2 milhões ao Programa Estadual de Transporte Escolar (Pete), entregou 25 ônibus, 57 vans e adquiriu 600 novos ônibus escolares. Além disso, o Programa de Alimentação Escolar recebeu R$ 318 milhões, com um acréscimo de R$ 92 milhões do Pnae, totalizando R$ 410 milhões para fornecer 30 milhões de refeições mensais em 1.082 escolas e 674 anexos.
Esses esforços visam não apenas expandir e melhorar a infraestrutura educacional, mas também atender à demanda crescente por educação de qualidade, especialmente entre os alunos que buscam retornar e avançar em seus estudos.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
Com foco na reflexão sobre a importância da educação e seus desafios, é essencial reconhecer e celebrar o papel do estudante — cujo dia é comemorado hoje — na construção do futuro elaborado durante a vivência no ambiente escolar.
Para a psicopedagoga e diretora do Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro, Andreia Passos, a valorização dos estudantes é fundamental para o progresso da sociedade, pois eles representam a próxima geração de líderes inovadores e cidadãos ativos. “A importância de celebrar o Dia do Estudante na sociedade atual é mostrar para os estudantes que eles são especiais. Reconhecer e celebrar o estudante impacta no seu desenvolvimento, pois, ao perceber sua importância para a sociedade, ele se sente motivado a melhorar seus estudos e a ser destaque no futuro”, pontua.
O Dia do Estudante, instituído em 1927, existe em comemoração ao centenário dos primeiros cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no Brasil, criados por D. Pedro I em 1827. A data simboliza a valorização do estudante como peça fundamental no desenvolvimento da sociedade brasileira.
Mais do que um simples local de aprendizado, a escola é um ambiente onde os estudantes têm a oportunidade de descobrir suas paixões, explorar novos horizontes e se inspirar para alcançar seus objetivos.
"Meu maior sonho é me formar em Direito e fazer concurso público para a Polícia Rodoviária Federal. Entendo que a educação é essencial para a realização do meu sonho. Eu acho que o estudo é a base de tudo. Precisamos de conhecimento para chegar ao topo", disse Luiza Amorim, estudante do Colégio Estadual Hermano Gouveia Neto.
Cada jovem, em sua jornada educacional, contribui para a construção de um mundo mais inovador, inclusivo e sustentável. Muitos, inclusive, retornam à área da educação, desta vez na posição de professores, para transmitir seu conhecimento e experiência.
É o caso de Aline Gomes, professora do Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques (CEPPMM), que enxerga na educação não apenas uma oportunidade de realizar e impulsionar sonhos, mas também uma forma de retribuir o conhecimento que recebeu ao longo de sua jornada. "A educação proporciona ao aluno a possibilidade de sonhar e incentiva-o a ser o que quiser. Com a educação, o limite é o infinito", afirma.
Oportunidades
A educação é o meio de acesso para um mundo de possibilidades. Pensando nisso, Geane Barbosa decidiu retornar para a mesma unidade de ensino, hoje, como estudante do 3º ano do ensino médio. “Aos 47 anos, estou retomando conhecimentos que havia perdido há 20 anos. Este colégio, com a modalidade EJA que nos oferece, está proporcionando inúmeras oportunidades. Nós, estudantes do turno noturno, consideramos este colégio como nossa segunda casa”, compartilha.
Essa experiência de redescoberta e aprendizado é comum entre muitos adultos que, após desafios e interrupções, buscam uma nova chance na educação. Para muitos, a educação é vista como uma ferramenta crucial para a reintegração no mercado de trabalho e para a construção de um futuro promissor.
“Cometi erros no passado e deixei os estudos de lado, mas, após a pandemia, percebi a necessidade de retomar para melhorar minhas chances no mercado de trabalho. O mercado exige pelo menos o segundo grau, e muitos buscam isso nas aulas noturnas. Eu vim atrás de muito mais, porque descobri que, se cheguei ao terceiro ano, posso avançar mais um pouco e chegar até a faculdade. Quero cursar veterinária ou agronomia”, completa Geane.
Assim como Geane, muitos alunos já sabem o que pretendem fazer após a conclusão do ensino médio. “Estou no terceiro ano e pretendo seguir carreira em Direito ou Administração. Minha escolha é motivada pelo meu interesse em Ciências Humanas e pela área jurídica, que já conheço um pouco pela minha experiência pessoal”, conta Thiago Araújo, estudante do Colégio Estadual Villa Lobos.
Foi no ambiente escolar que Thiago encontrou uma nova perspectiva sobre a educação. “O meu desenvolvimento pessoal e acadêmico ocorreu principalmente no colégio. Foi lá que ganhei uma nova perspectiva sobre a educação, especialmente no que diz respeito à educação afro-brasileira e à cultura no Brasil”, explica Thiago.
Thiago e Geane, assim como outros 156 mil estudantes, fazem parte da rede estadual de ensino em Salvador e do total de 705 mil alunos em todo o estado da Bahia. Em paralelo, a rede municipal de educação da capital atende 137.273 estudantes. Já a rede privada no estado conta com 9.326.486 alunos, conforme os dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2023 do Inep.
Para apoiar esses estudantes e melhorar a qualidade da educação, o governo do estado está investindo R$ 7,6 bilhões na modernização da infraestrutura da rede estadual de ensino. Este investimento inclui a construção de 211 novas unidades escolares, a ampliação de 127 escolas existentes e a modernização de 141 instituições.
Processo
As habilidades e conhecimentos adquiridos nas salas de aula, junto com a experiência prática e o engajamento social, são fundamentais para preparar uma nova geração de líderes, profissionais e cidadãos conscientes. Os aprendizados e valores cultivados ao longo da trajetória escolar moldam o caráter e a visão de mundo dos alunos, preparando-os para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades ao longo da vida.
“Eu sou muito agradecida pela base educacional que tive. A educação na escola foi fundamental para o meu desenvolvimento. Já estudei em colégios que não tinham uma base sólida nem ensinamentos adequados, e o conhecimento que adquiri aqui no Pedro Paulo foi grandioso. Sinto que o que aprendi vai me acompanhar para toda a vida, tanto como aluna quanto como profissional,” conta Marcele Pires, estudante do último ano do CEPPMM.
Este ano, o governo da Bahia destinou R$ 9,2 milhões ao Programa Estadual de Transporte Escolar (Pete), entregou 25 ônibus, 57 vans e adquiriu 600 novos ônibus escolares. Além disso, o Programa de Alimentação Escolar recebeu R$ 318 milhões, com um acréscimo de R$ 92 milhões do Pnae, totalizando R$ 410 milhões para fornecer 30 milhões de refeições mensais em 1.082 escolas e 674 anexos.
Esses esforços visam não apenas expandir e melhorar a infraestrutura educacional, mas também atender à demanda crescente por educação de qualidade, especialmente entre os alunos que buscam retornar e avançar em seus estudos.
Grêmios fomentam a construção cidadã
Neste dia, além de homenagear os milhões de jovens que se dedicam aos estudos em todo o País, é essencial destacar a importância dos grêmios estudantis na formação cidadã e na organização do público.
Essas entidades — muitas vezes vistas apenas como grupos de apoio ou organizadores de eventos — desempenham um papel crucial na representação dos interesses do público e na promoção de uma cultura de participação ativa e democrática dentro das escolas.
“O movimento estudantil é uma das ferramentas mais importantes para alcançarmos nossos objetivos. Ao longo da história, os movimentos sociais, incluindo o estudantil, conquistaram vitórias significativas como a garantia do direito ao voto a partir dos 16 anos, demonstrando que temos a responsabilidade de construir o futuro do Brasil”, conta Lucas Santana, presidente da Associação Baiana de Estudantes Secundaristas (Abes).
Os grêmios estudantis são organizações com o objetivo de defender interesses, promover atividades culturais, esportivas e educacionais, além de serem um espaço de diálogo entre os alunos e a administração escolar.
Importância
Nesses espaços, os alunos desenvolvem habilidades de liderança, comunicação e trabalho em equipe, além de adquirirem consciência crítica sobre seu papel como cidadãos. "Através do grêmio, os alunos aprendem a se organizar, a defender suas ideias e a trabalhar em grupo. Isso ajuda a desenvolver a cidadania dentro da escola, porque entendem que isso faz a diferença não apenas na nossa comunidade escolar, mas também fora dela.", destaca Suelen Duque, presidente do Grêmio POP do Colégio Estadual Bartolomeu de Gusmão.
Os alunos são estimulados a tomar iniciativas, propor projetos e lidar com desafios. Essa vivência contribui para fomentar a participação ativa na sociedade. "O movimento estudantil mostra que a educação pode transformar nossas vidas e a nossa comunidade. Como uma jovem negra e a primeira mulher a presidir a Associação Secundarista dos Estudantes de Lauro de Freitas (Aself), minha trajetória é uma prova de que, apesar das barreiras, podemos alcançar mais do que imaginamos”, relata Ana Clara Almeida, presidente do Grêmio Transformação Estudantil do Colégio Estadual Hermano Gouveia Neto.
Essa mesma força e determinação que Ana Clara menciona reflete-se em outras lideranças estudantis, que encontraram no movimento uma forma de se expressar e lutar por mudanças reais em suas comunidades escolares.
"O que nos inspirou foi a nossa união e a coragem de lutar pelos nossos direitos. Vimos que precisávamos de uma representatividade ativa, uma voz dos estudantes. Nosso lema — 'Com raízes no passado, fortalecemos o presente e construímos o futuro' — é o que queremos trazer para nossos colegas, mostrando a força que temos juntos e incentivando-os a sonhar novamente, a ter uma perspectiva de vida", destaca Júlia Vitória Souza, presidente do Grêmio Dandara dos Palmares, do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva.
Preparação
A eleição para o grêmio é um momento importante, pois é a partir dela que se define quem serão os representantes dos alunos durante o ano letivo. A participação nessas eleições é incentivada como forma de exercício da cidadania e de preparação para a vida democrática, ensinando desde cedo a importância do voto consciente e da participação ativa na comunidade escolar.
"Os grêmios estudantis são a base da participação política dos jovens nas escolas. Eles representam uma oportunidade de os estudantes se organizarem, debaterem ideias e lutarem por melhorias no ambiente escolar", afirma Lucas Santana, presidente da Abes.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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