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24/07/2024 às 7:00 • Atualizada em 24/07/2024 às 8:00 - há XX semanas | Autor: Isabela Cardoso, de São Paulo*

SAÚDE

Asma grave: estudo revela que 69% dos pacientes já foram internados

Pesquisa inédita aponta detales sobre os desafios e tratamentos para pacientes que enfrentam a doença no país

A asma grave é a 4ª causa de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil
A asma grave é a 4ª causa de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil -

Um estudo inédito no Brasil traz, pela primeira vez, uma visão detalhada sobre a realidade dos pacientes que enfrentam asma grave no país. O Registro Brasileiro de Asma Grave (REBRAG), conduzido pelo Grupo Brasileiro de Asma Grave (Grupo BraSA), revelou que 60% dos pacientes ainda não têm a doença controlada. Além disso, 69% dos adultos de 18 a 59 anos já foram hospitalizados.

Segundo o estudo, na faixa acima de 60 anos, as internações representam 68%. Desta taxa, 23% ficaram na UTI (8,9% por duas ou mais vezes), 14% necessitaram de intubação e 8,1% sofreram parada cardiopulmonar. Em ambos os grupos, os pacientes ficaram internados, em média, dez vezes na vida.

O estudo conta com 23 centros de referência no país, recrutando ativamente pacientes com asma grave. De acordo com a REBGRAG, a asma grave afeta uma parcela significativa da população brasileira, estimada em 5 a 10% dos 20 milhões de asmáticos no país, conforme dados epidemiológicos. Dos pacientes com asma grave, 3,7% têm indicação para tratamento com imunobiológicos, terapia que se mostra promissora na gestão da doença, mas que muitas vezes enfrenta barreiras de acesso.

Dr. Mauro Gomes, pneumologista e professor de pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, destacou que a asma grave é a 4ª causa de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Ainda segundo o especialista, um brasileiro morre a cada quatro horas por causa de crise pela doença.

“Os números de morte aumentaram nos últimos anos e não tem uma explicação lógica do porque aumentou. Agora, a gente sabe que vai morrer por asma a pessoa que está sem o tratamento. É injustificável que ainda morram tantas pessoas por asma com a disponibilidade de tratamentos que existem. Precisa informação para que as pessoas busquem o atendimento e uma formação dos médicos para administrar o melhor tratamento para elas, é preciso aumentar o acesso ao tratamento”, explica Gomes, em entrevista ao Portal A TARDE.

O profissional ressalta também, a necessidade de compreender que os gatilhos asmáticos afetam o sistema respiratório por inalação, não por ingestão. “As crises de asmas das pessoas alérgicas são desencadeadas pelos alérgenos respiratórios que ela respira, que vai lá dentro e irrita diretamente os broncos. É a poeira domiciliar, é o ácaro domiciliar, é a poluição ambiental, é umidade, o fungo. Tudo que é por inalação, pela respiração, não pelo que é ingerido”, pontua.

O pneumologista Dr. Mauro Gomes
O pneumologista Dr. Mauro Gomes | Foto: Divulgação

A importância do tratamento

Estes dados da pesquisa refletem não apenas a gravidade da doença, mas também a necessidade de estratégias mais eficazes nos tratamentos. De acordo com o Dr. Mauro Gomes, qualquer pessoa pode tratar a doença, mesmo a não grave, com os medicamentos disponíveis no SUS. No entanto, falta a ampliação de acesso à essa informação.

“Não é porque estão no SUS que são medicamentos antigos ultrapassados. Falta a pessoa saber que existe essa disponibilidade, falta o sistema, como um todo, identificar esse paciente, fazer o tratamento adequado, dar a orientação do medicamento adequado. Essa é uma questão do outro lado, do lado dos médicos também que estão atendendo na rede básica, saber o que é asma, quais os sintomas e saber que se esse medicamento não funcionar, existe um upgrade por medicamentos imunobiológicos”, explica o especialista.

Leia também:

>>> Tratamento garante qualidade de vida aos pacientes com asma

O pneumologista pontua também o problema em realizar tratamentos caseiros, já que podem levar a gravidade da asma e atrasam a busca do tratamento correto. “Quanto mais se demora para iniciar o tratamento da asma, mais chances a asma tem de se tornar mais grave e põe a pessoa em risco de hospitalização ou até morrer. Então, é importante que o pai não tenha preconceitos em relação as bombinhas, não tenha preconceito em relação aos novos imunobiológicos, porque são remédios absolutamente seguros que servem para fazer o controle da doença e tirar o risco completamente daquela criança, do adolescente ou mesmo do adulto, ter uma crise grave e morrer pela doença”, completa Gomes.

Os benefícios do controle da asma levam à:

- Melhora das exacerbações

- ⁠Evita internações

- Evita absenteísmo escolar

- ⁠Evita falta ao trabalho

- ⁠Diminui gastos médicos

- Diminui a⁠ mortalidade

Pacientes com asma nos esportes

Um estudo de Kenneth D. Fitch, da University of Western Australia, com base em dados colhidos em cinco edições dos Jogos Olímpicos anteriores ao ano de 2012, aponta que a asma atinge 8% dos atletas olímpicos, o que a torna a doença crônica mais comum entre os esportistas.

Além disso, a pesquisa revela que os atletas com asma recebem, aproximadamente, 2x mais medalhas que os seus pares não-asmáticos. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, 17% dos ciclistas e 19% dos nadadores relataram diagnóstico da doença. Esses atletas ganharam 29% e 33% das medalhas nessas modalidades.

Fernando Scherer, conhecido com Xuxa, campeão mundial de natação e paciente asmático
Fernando Scherer, conhecido com Xuxa, campeão mundial de natação e paciente asmático | Foto: Divulgação

“Qualquer esporte aeróbico é bom pra asma, não necessariamente a natação. Ciclismo, corrida, basquete, vôlei, futebol, desde que feito com regularidades. Jogar uma partida de futebol de fim de semana não é praticar esporte. Tem esse conceito que a natação é excelente esporte para quem tem aspas e é mesmo. Mas o problema da natação é o cloro da piscina. Aquele vapor do cloro pode ser irritante e provocar crise de asma. Aquela água da piscina é uma água que não é pura, tem cloro, tem impurezas, tem produtos químicos para tratamento, pode irritar muito o nariz, levar mais rinite, sinusite e isso pode agravar asma. Agora, não é porque a pessoa não pode fazer natação, que ela não pode fazer nenhum outro esporte. Ela deve fazer algum outro esporte”, enfatiza Dr. Mauro Gomes.

Fernando Scherer, conhecido com Xuxa, campeão mundial de natação e atleta asmático, destacou a necessidade dos pacientes buscarem especialistas e mudarem hábitos para ter uma vida saudável.

“É o querer se cuidar. o ato de colocar na sua rotina coisas saudáveis vai exigir disciplina. ‘Tenho que fazer isso e isso para ter uma vida normal’. O problema é que a gente se acostuma com a vida que tem hoje, mas ela pode ser muito melhor. É falar com especialista, colocar exercício físico, melhorar a alimentação, saber essas informações é importantíssimo. A coisa mais importante é ter saúde. Tem saída e tem controle”, completa o atleta.

*Repórter viajou a convite da AstraZeneca para o evento da campanha "Asma Grave: cuidar é o pulo do gato"

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