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29/06/2023 às 22:05 - há XX semanas | Autor: Da Redação

AGÊNCIA INTERNACIONAL DE PESQUISA EM CÂNCER

Aspartame será declarado por agência da OMS como potencial cancerígeno

Adoçante é usado em produtos como os refrigerantes dietéticos da Coca-Cola, a goma de mascar Extra da Mars e

Desde 1981, o JECFA afirma que o aspartame é seguro se consumido dentro dos limites diários recomendados
Desde 1981, o JECFA afirma que o aspartame é seguro se consumido dentro dos limites diários recomendados -

Um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo deve ser classificado como possível cancerígeno nos próximos dias pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), organismo da Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com duas fontes com conhecimento do processo. A decisão o coloca em confronto com o setor de alimentos e as agências reguladoras.

O aspartame é usado em produtos como os refrigerantes dietéticos da Coca-Cola, a goma de mascar Extra da Mars e algumas bebidas Snapple.

O parecer da IARC, concluído no início deste mês, depois de uma reunião dos especialistas externos do grupo, destina-se a avaliar se algo é um perigo em potencial ou não, com base em todas as evidências publicadas. Ele não leva em consideração a quantidade do produto em questão que uma pessoa pode consumir com segurança.

Esta recomendação para indivíduos vem do Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da OMS e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), conhecido com JEFCA, na sigla em inglês, e é acompanhada das determinações das agências reguladoras nacionais.

Resoluções semelhantes adotadas pela IARC sobre outras substâncias geraram temores dos consumidores sobre seu uso, deram origem a processos na Justiça e pressionaram fabricantes para que recriassem receitas e trocassem tais substâncias por alternativas equivalentes.

O comitê de aditivos da OMS e da FAO também está no processo de rever o uso do aspartame. A reunião começou no fim de junho e as conclusões devem ser anunciadas no mesmo dia em que a IARC planeja tornar pública sua decisão, em 14 de julho.

Desde 1981, o JECFA afirma que o aspartame é seguro se consumido dentro dos limites diários recomendados. Por exemplo, um adulto de 60 quilos precisaria beber entre 12 e 36 latas de refrigerante diet — dependendo da quantidade de aspartame na bebida — todos os dias para estar sob risco. Essa avaliação do comitê é aceita de forma generalizada por agências reguladoras nacionais, inclusive nos Estados Unidos e na Europa.

Um porta-voz da IARC disse que as conclusões da agência e do JECFA são confidenciais até julho, mas informou que elas eram “complementares” e a da IARC representava “o primeiro passo fundamental para entender a carcinogenicidade”. Segundo o porta-voz, o comitê de aditivos “executa a avaliação de risco, que determina a probabilidade de que um tipo específico de mal [por exemplo, o câncer] ocorra sob certas condições e níveis de exposição”.

No entanto, o setor de alimentos e as agências reguladoras temem que realizar os dois processos ao mesmo tempo possa provocar confusão, de acordo com cartas de agências reguladoras dos EUA e do Japão a que a "Reuters" teve acesso.

“Pedimos gentilmente a ambos os órgãos que coordenem suas iniciativas de revisão do aspartame para evitar qualquer confusão ou preocupações entre o público”, escreveu Nozomi Tomita, do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, em uma carta datada de 27 de março e dirigida à vice-diretora-geral da OMS, Zsuzsanna Jakab.

A carta também pedia que as conclusões dos dois organismos fossem divulgadas no mesmo dia, como vai ocorrer desta vez. A missão japonesa em Genebra, onde fica a sede da OMS, não respondeu a pedidos de comentários.

As decisões da IARC também enfrentam críticas de que causam um alarme desnecessário sobre substâncias ou situações que são difíceis de evitar. A agência tem quatro níveis de classificação — cancerígeno, provavelmente cancerígeno, possivelmente cancerígeno e não classificável. Os níveis se baseiam no peso das evidências, e não no quanto uma substância é perigosa.

“A IARC não é um órgão de segurança alimentar e sua revisão sobre o aspartame não é abrangente do ponto de vista científico e se baseia fortemente em pesquisas desacreditadas de forma geral”, disse Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA, na sigla em inglês), grupo representativo do setor.

A associação, que tem entre seus membros a Mars Wrigley, uma unidade da Coca-Cola e a Cargill, declarou ter “preocupações sérias sobre a revisão da IARC, que pode passar uma impressão errada para os consumidores”.

A diretora executiva do Conselho Internacional de Associações de Bebidas, Kate Loatman, disse que as autoridades da área de saúde pública deveriam estar “profundamente preocupadas” com essa “opinião vazada” e também advertiu que essa opinião “poderia induzir desnecessariamente os consumidores a consumir mais açúcar em vez de escolher alternativas seguras sem açúcar e com baixo teor de açúcar”.

O aspartame é estudado de maneira extensiva há anos. No ano passado, um estudo observacional feito na França entre 100 mil adultos mostrou que as pessoas que consumiam grandes quantidades de adoçantes artificiais — entre eles o aspartame — tinham um risco ligeiramente maior de desenvolver um câncer.

O uso do aspartame é autorizado em todo o mundo por agências reguladoras que revisam todas as evidências disponíveis. Além disso, os principais fabricantes de alimentos e bebidas defendem o uso desse ingrediente há décadas. A IARC informou que analisou 1,3 mil estudos em sua revisão de junho.

Alterações recentes nas receitas da gigante dos refrigerantes Pepsico demonstram as dificuldades que o setor enfrenta quando se trata de equilibrar as preferências de sabor de seus consumidores com questões de saúde. A Pepsico removeu o aspartame de seus refrigerantes em 2015, voltou a usá-lo um ano depois, apenas para eliminá-lo de novo em 2020.

Segundo as fontes próximas à IARC, incluir o aspartame na lista de possíveis cancerígenos se destina a estimular a realização de mais pesquisas sobre ele, o que ajudará agências, consumidores e fabricantes a chegar a conclusões mais firmes.

No entanto, também é provável que isso volte a aquecer o debate sobre o papel da IARC, assim como sobre a segurança dos adoçantes em geral.

No mês passado, a OMS publicou diretrizes em que recomenda que os consumidores não usem adoçantes sem açúcar para controlar o peso. As diretrizes causaram furor no setor de alimentos, que argumenta que os adoçantes podem ser vantajosos para os consumidores que querem reduzir a quantidade de açúcar em suas dietas.

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