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SAÚDE

Ativistas veem eugenia no aborto

Aborto de feto com Síndrome de Down é associado a casos históricos de extermínio

Por Leo Prado*

08/02/2025 - 12:44 h
Imagem ilustrativa da imagem Ativistas veem eugenia no aborto
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Motivada pelo crescimento de manifestações ao redor do mundo acerca da diminuição no nascimento de pessoas com síndrome de Down, a influenciadora baiana, Cacai Bauer (30), que possui a condição, se manifestou nas redes sociais sobre o assunto. O fenômeno, que acontece principalmente na Europa, se dá pelo avanço das técnicas que permitem detectar a alteração genética ainda na gravidez. Em um vídeo publicado no seu perfil, Cacai associa a tendência à prática de eugenia.

Na publicação, a influenciadora referencia uma notícia que fala sobre a alta taxa de aborto, na Islândia, de bebês diagnosticados com a trissomia 21, nome formal da alteração genética. Como contraponto, ela mostra personalidades que possuem a síndrome e atuam em cargos de destaque, como a modelo Amanda Leal e a escritora Fernanda Machado. “Nós trouxemos esse tema, pois não concordamos com esse absurdo que estão fazendo com as pessoas com Down”, expõe a mãe de Cacai, Janaina Bauer, que atua como uma das administradoras das redes da filha.

“Eu fico triste que em alguns países, as pessoas querem decidir quem pode nascer ou não. Nós, com deficiência, temos nossos direitos, e podemos fazer muito mais do que muitos imaginam”, lamenta Cacai, sobre o crescimento do número de interrupções em gestações que tiveram o diagnóstico.

“A eugenia é uma ideologia capacitista que busca ‘melhorar’ a espécie humana por meio do controle reprodutivo, por exemplo, incentivando características consideradas ‘superiores’ e eliminando as ‘indesejáveis”, explica o psicopedagogo, Alex Duarte, sobre o conceito. Ele é ativista e fundador do Instituto Cromossomo 21, organização dedicada a projetos sociais para pessoas com síndrome de Down.

O profissional associa a prática a outros casos históricos, como o extermínio de raças e grupos religiosos.

“Ainda que de forma menos explícita, essa lógica permanece presente na decisão de evitar o nascimento de pessoas com essa condição”.

É justo na Europa onde essa tendência é maior, por conta da legalidade do aborto na maioria dos países. O maior estudo já realizado sobre o assunto concluiu que, na última década, 54% das gravidezes em que o feto tinha Down foram interrompidas no continente

A pesquisa, publicada na revista científica Human Genetics em 2020 e atualizada no final de 2022, comparou a taxa de natalidade de bebês com a síndrome ao longo dos anos desde 1980, quando começaram a ser usados exames de triagem pré-natal. Na época, 90% das mulheres grávidas que esperavam crianças com a condição davam a luz, mas hoje, esse número caiu pela metade. Segundo o estudo, a Espanha foi onde esses bebês mais foram abortados nos últimos anos, com uma taxa de 83% das gestações com Down não concluídas, seguido de Portugal, com 80%, e Dinamarca, com 79%.

A prática também pode ser vista no Brasil. Alex conta que, no Instituto, já lidou com relatos de mães que, ao receberem o diagnóstico, ouviram sugestões de aborto ou adoção por parte de profissionais. Para ele, a desinformação acerca da condição pode influenciar na decisão dos pais por interromperem a gravidez.

“Muitas vezes, desinformados e pressionados por preconceitos sociais, são levados a decidir pelo aborto. É fundamental promover a inclusão, o acesso à informação correta e o respeito à dignidade de todas as pessoas, pois são pilares essenciais para desconstruir essa herança eugenista”, defende.

*SOB A SUPERVISÃO DA EDITORA ISABEL VILLELA

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Tags:

aborto exterminio síndrome de down

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