SAÚDE
Bahia ocupa o 3º Lugar em transplantes no Nordeste
Bahia registrou um aumento no número de transplantes realizados em 2024
Por Marcela Magalhães*
A Bahia alcançou o 3º lugar em transplantes no Nordeste, seguido do Ceará e Pernambuco. Este avanço reflete o trabalho contínuo dos profissionais de saúde no estado, conforme destacado no Congresso Nordeste de Transplantes, realizado no Quality Hotel, no bairro do Stiep.
Durante o evento, foram discutidos os principais desafios e avanços na área, incluindo a maior demanda por transplantes de rins e córneas e a apresentação da plataforma de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo) pelos colégios cartoriais.
De acordo com o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, a Bahia registrou um aumento no número de transplantes realizados em 2024. Em 2023, foram 308 transplantes de rim, 582 de córneas e 45 de fígado. Este ano, de acordo com o Registro Baiano de Transplantes (RBT), a demanda maior é pelos transplantes de rins, com um total de 100 procedimentos realizados no primeiro semestre de 2024, liderados pelo Hospital Ana Nery Adulto, responsável por 55 deles.
"Entretanto, não só na Bahia mas no Brasil e no mundo, o número de doações não são suficientes para que se atenda a demanda da sociedade. Então apesar do crescimento de transplantes a gente tem muitos pacientes ainda na lista.”, declara Eraldo.
Uma das grandes novidades apresentadas no congresso foi a plataforma de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), desenvolvida pelo Colégio Notarial do Brasil em parceria com o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Saúde. Giovani Gianelline, presidente dos Cartórios Notariais da Bahia, explicou: "A AEDO visa facilitar o acesso da população à doação de órgãos, garantindo celeridade, segurança e gratuidade. Com essa ferramenta, esperamos aumentar significativamente o número de potenciais doadores." A plataforma permite que cidadãos manifestem sua vontade de doar órgãos através de um processo online, com assistência de tabeliães para esclarecer dúvidas e garantir que todas as etapas sejam compreendidas e seguras.
Apesar dos avanços, a Bahia ainda enfrenta desafios significativos. A recusa familiar à doação de órgãos continua sendo um dos principais entraves, com um índice de 61%, acima da média nacional. De acordo com o RBT 2024, de 341 mortes encefálicas, apenas 67 doações foram efetivadas, 130 tiveram negativa familiar. “A recusa familiar reflete um grau de desinformação da sociedade e dos profissionais da saúde. Então o processo para mudar é através da educação e da capacitação dos profissionais. O programa de doações é extremamente seguro do ponto de vista legal e isso faz com que a população entenda e permita a doação no momento que se perde um parente, já que no Brasil depende da autorização da família. Então o fator principal é relacionado à informação mesmo, a desmistificar e fazer com que a sociedade entenda a importância da doação.”
Além disso, há um esforço contínuo para interiorizar os programas de transplante, levando esses serviços para diversas regiões do estado. "Estamos implantando serviços de transplante renal em Feira de Santana e Vitória da Conquista, e também estamos trabalhando na reativação do programa de transplante renal em Itabuna," acrescentou o Dr. Eraldo.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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