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BALANÇO

Bahia registra aumento de HIV no público entre 10 e 19 anos e gera alerta

Casos cresceram 17% no estado, entre 2023 e 2024; diagnóstico precoce facilita combate mais efetivo

Por Madson Souza

07/08/2025 - 4:04 h | Atualizada em 07/08/2025 - 11:23
Mais testes rápidos de HIV podem explicar aumento de casos
Mais testes rápidos de HIV podem explicar aumento de casos -

Os casos de HIV aumentaram 17% entre jovens (de 10 a 19 anos) entre 2023 (160 casos) e 2024 (187) no estado, conforme informações da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A maior realização de diagnósticos é a explicação para esse crescimento, útil para que as infecções sejam descobertas precocemente e combatidas com maior efetividade. Ainda assim, o cenário de uma geração que não viveu o pânico da aids - evolução mais grave do HIV - e por isso se preocupa menos com a enfermidade, é motivo de preocupação de especialistas.

A coordenadora da área de doenças transmissíveis da Sesab, Eleuzina Falcão, explica que a essa população mais jovem não ter vivido o pânico do HIV e da Aids (final dos anos 1980 e início da década de1990) reflete no comportamento com relação à prevenção também. Mas a principal razão para o aumento de diagnóstico tem a ver com a maior facilidade para testes, como indica a fonte.

“O aumento dessa detecção está diretamente relacionado com a ampliação da testagem, nas unidades de saúde principalmente, com os testes rápidos. Então, temos uma série histórica que mostra uma curva ascendente de detecção e uma queda, ainda que discreta, no número de casos de AIDS, porque, se consigo detectar os casos mais cedo consigo colocar esses pacientes em tratamento e fazer com que eles tenham uma qualidade de vida melhor”, pontua.

A iniciativa PrEPara Salvador, que oferece profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV para adolescentes LGBTQIAPN+ de 15 a 19 anos, atua com testes de HIV e teve 20 jovens diagnosticados com a infecção na capital baiana - número é superior ao de São Paulo e Belo Horizonte, outras localidades da iniciativa. Ainda que a comparação possua um universo de amostra limitado ela apresenta um panorama em que as ações de prevenção para o público jovem e para a população no geral são cada vez mais importantes.

Para o pesquisador da Fiocruz e um dos coordenadores do PrEPara Salvador, Laio Magno, o crescimento da incidência de HIV é ainda mais comum entre homens cis que transam com outros homens - não se identificam como gays. “Os estudos apontam que esse público têm uma maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Visando reduzir essas taxas ofertamos o PrEP, que é uma tecnologia que está disponível inclusive pelo Sistema Único de Saúde (Sus), mas que essa população tem acessado pouco”, diz.

O PrEPara Salvador, sediado no Casarão da Diversidade, atua com prevenção ao HIV e ISTs (Infecções Sexualmente transmissíveis) por meio de métodos como preservativos e PrEP oral e injetável. A ação é de universidades como a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Universidade Federal da Bahia (Ufba), entre outras pelo país, além de organizações como a Fiocruz.

O autônomo e integrante do Conselho Municipal LGBT+ de Salvador, Jonathan Xavier, 27, utiliza a PrEP e é um defensor da ação como estratégia de proteção combinada contra o HIV. Ele ressalta a importância para que os jovens busquem acesso a essa iniciativa também. “É uma segurança a mais além do uso do preservativo. Faz uma segurança combinada. Me sinto mais seguro com esse cuidado extra e indico para todos os meus amigos. É uma segurança a mais pra todos e pode ser muito importante para os jovens”, comenta.

Bahia e Salvador

No estado, a proposta da Sesab é oferecer uma prevenção combinada ao HIV e outras ISTs, como explica Eleuzina Falcão. “A prevenção deve considerar a especificidade de cada pessoa, dentro do seu contexto, dentro de suas características individuais e, dentro dessa perspectiva, discutir qual é o melhor método de prevenção para cada caso. É preciso considerar também, dentro da prevenção combinada, que nenhuma intervenção de prevenção isolada é suficiente”, comenta.

Esses atendimentos são feitos nas Unidades Básicas de Saúde por todo o estado, além de outras instituições importantes como o Instituto Couto Maia (ICOM), que é especializado em doenças infectocontagiosas. Eleuzina reforça a importância de fazer a testagem regularmente, porque algumas ISTs não são transmitidas apenas durante o sexo – podem ser transmitidas por objetos contaminados; da mãe para o bebê; ou através de transmissão sanguínea.

Já na capital baiana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) oferece testagem rápida para HIV e outras ISTs em diversas unidades de saúde. Além disso, há três unidades do serviço especializado (SAE) pela cidade, que atuam para atendimento de pessoas que vivem com HIV e Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Parte da gerência da atenção especializada ambulatorial da pasta, Helena Lima reforça a importância não só dos atendimentos preventivos como também de acompanhamento.

“Temos especialidades não só para o tratamento, mas também para o acompanhamento dessa pessoa. O acompanhamento é importante, porque toda vez que a gente acolhe e trata aquela pessoa a gente também tá evitando que outras pessoas se infectem. Se for uma mulher gestando, por exemplo, conseguimos interromper a cadeia de transmissão do HIV para a criança a partir do seu tratamento”, afirma.

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