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PROIBIDOS, MAS USADOS

Cigarros eletrônicos trazem riscos à saúde, aponta pneumologista

Em entrevista ao programa Isso é Bahia, especialista listou consequências do uso constante de dispositivo

Por Daniel Brito

05/04/2022 - 8:55 h | Atualizada em 05/04/2022 - 12:49
Médico pneumologista João Moysés falou sobre consequências do cigarro eletrônico
Médico pneumologista João Moysés falou sobre consequências do cigarro eletrônico -

Apesar de estarem proibidos para comercialização no Brasil desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os chamados cigarros eletrônicos continuam sendo utilizados de forma ilegal e trazem grandes riscos à saúde. Em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM (103.9), o médico pneumologista João Moysés falou sobre o assunto.

O profissional expôs os prejuízos que as substâncias que compõem os cigarros eletrônicos podem causar. "Contêm, na grande maioria deles, nicotina e vários outros produtos químicos potencialmente tóxicos. A nicotina desses cigarros pode causar o aumento do risco de infarto, doenças respiratórias - como a asma e, além disso, várias substâncias deles são comprovadamente cancerígenas. Não só para o pulmão, como também para o esôfago, o estômago e até para a bexiga, havendo também risco de explosão e intoxicação", alertou.

Para o pneumologista, um dos fatores que levam à utilização do dispositivo é o fato de ele ser uma novidade em relação ao cigarro convencional. "O jovem, por conta da novidade, acaba utilizando. Além disso, por esses cigarros serem saborizados e trazerem uma sensação de prazer, atraem muitas pessoas, especialmente os jovens e também pessoas já adultas que tentam parar de fumar [o cigarro convencional]", ressalta.

Sobre a comercialização apesar da proibição, Moysés atribuiu o problema à falta de fiscalização efetiva por parte do poder público. "A internet vende tudo, legal e ilegalmente. Resta aos meios do governo tentar impedir. Mas ela facilita, você compra aonde quiser. Há até lojas que vendem abertamente. Se não houver fiscalização efetiva dos órgãos competentes, o produto continuará sendo vendido como se vendem drogas", ponderou.

O uso constante do dispositivo pode desencadear a chamada doença pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico, representada pela sigla Evali (em inglês, "E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury"). O especialista listou os sintomas e consequências que o problema pode causar à saúde de quem o utiliza.

"O paciente costuma apresentar tosse, dor toráxica, falta de ar, além de sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia, e também sintomas inespecíficos, como febre, calafrios e até perda de peso. Além desses sintomas, provoca alterações nos exames de imagem do pulmão ao fazer uma radiografia ou tomografia e também nos exames de sangue, onde podem haver alterações nos leucócitos, nas provas inflamatórias, das enzimas hepáticas. E pode evoluir até para uma insuficiência respiratória aguda, levando o paciente até a ser intubado e colocado em ventilação mecânica", citou.

Por fim, Moysés também falou sobre como dependentes desse cigarro - e dos convencionais - podem deixar o vício. "Existem várias maneiras, mas o principal é querer. Eu não vou atender um paciente que não quer, mas é obrigado a ir ao consultório pela família, pela mulher, pelo filho, pelo pai. É preciso que ele tenha uma conscientização de que está fazendo mal à sua saúde, antes de tudo, mas é importante que procure um especialista para dar seguimento a esse tratamento", recomendou.

Assista à entrevista:

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Tags:

cigarro eletrônico riscos uso

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