SAÚDE
Comprimido promete o mesmo efeito de perda de peso que Ozempic
Remédio vai revolucionar o combate a obesidade

Por Iarla Queiroz

A ciência acaba de confirmar o que muita gente esperava: o Wegovy em comprimido (semaglutida 25 mg) tem o mesmo impacto na perda de peso que a versão injetável do medicamento. A nova análise foi apresentada nesta semana em Atlanta (EUA) e trouxe resultados animadores — especialmente para quem busca alternativas ao uso de injeções.
Até 20% do peso corporal eliminado
O estudo mostrou que os participantes atingiram todas as metas estabelecidas: eliminação de 5%, 10%, 15% e até mais de 20% do peso corporal.
Em média, a perda foi de 16,6% do peso total, resultado bastante próximo do obtido com a caneta injetável (2,4 mg), que apresentou redução média de 17%.
Cerca de um terço dos pacientes conseguiu eliminar mais de 20% do peso, o que reforça a eficácia da nova formulação oral. Com isso, o comprimido surge como uma nova alternativa no tratamento da obesidade.
Efeitos positivos vão além da balança
A boa notícia não se limita à perda de peso. O uso da semaglutida em comprimidos também trouxe benefícios cardiovasculares e melhora no controle da glicose.
Entre os participantes com pré-diabetes, 71,1% atingiram níveis normais de glicose — contra 33,3% do grupo placebo.
Os efeitos mais expressivos foram observados em quem perdeu mais de 15% do peso, mas todos os pacientes tratados apresentaram melhora nos indicadores de saúde.
Mulheres na menopausa
Outro destaque da pesquisa foi a resposta positiva entre mulheres na menopausa.
Independentemente da fase, todas apresentaram perda de peso significativa:
- Pré-menopausa: 18,2%
- Perimenopausa: 15%
- Pós-menopausa: 15,7%
O resultado reforça que o medicamento atua de forma eficiente mesmo em períodos de grandes mudanças hormonais.
Melhora na função física
Além de emagrecer, os participantes que relataram baixa função física no início do estudo tiveram ganhos expressivos de disposição e mobilidade.
Entre quem tomou o comprimido de 25 mg, 77,3% relataram melhora na capacidade física — contra 42,9% do grupo placebo.
Efeitos adversos leves e semelhantes à versão injetável
Os efeitos colaterais foram parecidos com os já conhecidos na versão injetável: náusea (46,6%) e vômito (30,9%).
A maioria foi considerada leve a moderada, e apenas 6,9% dos pacientes interromperam o tratamento.
Casos graves foram raros — 3,9% no total.
“Esses resultados se somam às evidências clínicas da semaglutida oral e mostram que seus benefícios vão além da perda de peso, refletindo melhorias na saúde geral”, afirmou Martin Holst Lange, diretor científico e vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Novo Nordisk.
Aguardando aprovação e mirando o futuro
A versão em comprimido do Wegovy ainda depende de aprovação.
Em fevereiro, a Novo Nordisk enviou o pedido de Novo Medicamento (NDA) à FDA, e a análise deve ser concluída até o fim deste ano.
No Brasil, ainda não há previsão de liberação.
A aposta nas pílulas faz parte da nova estratégia das farmacêuticas para aumentar a adesão ao tratamento da obesidade, especialmente entre quem evita injeções.
A Novo Nordisk, fabricante também do Ozempic, e a Eli Lilly, responsável pelo Mounjaro, já trabalham em versões orais de seus medicamentos.
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