SAÚDE
Conheça os sintomas da doença de Parkinson, tratamentos e desafios
Esta terça-feira, 11, é o Dia Mundial de Conscientização da doença
Por Matheus Calmon

Tremedeiras e rigidez muscular, além de dificuldade para caminhar e falar, são algumas das dificuldades enfrentadas por pessoas que receberam o diagnóstico positivo para a doença de Parkinson, que tem nesta terça-feira, 11, o Dia Mundial de Conscientização.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente no mundo, atrás apenas do Alzheimer. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.E engana-se quem acredita que a doença atinge apenas idosos.
O caminhoneiro Fábio Viana recebeu o diagnóstico da doença aos 38 anos. “Foi muito difícil. Tive que parar de trabalhar e entrei em depressão”, conta. Hoje, aos 42, ele já conhece melhor a enfermidade e segue todas as orientações da equipe do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh), onde realiza o tratamento.
No local, o Ambulatório de Distúrbios de Movimento, criado na década de 1990, já atendeu mais de dois mil pacientes. A equipe é composta por seis neurologistas e 20 residentes.
“A depressão melhorou e alguns sintomas diminuíram. Agradeço por ter descoberto a doença cedo. Vou investir também na fisioterapia e atividade física para conseguir aproveitar muitos momentos com a minha família”, acrescenta Fábio, que é casado e tem quatro filhos.
Até então, nenhum exame detecta a doença, que tem diagnóstico essencialmente clínico. Entretanto, vários estudos tentam encontrar um exame que possa fazer essa detecção precoce, como explica Érica Tardelli, presdiente da Associação Brasiol Parkinson.
"O paciente tem que passar pelo neurologista, que fará uma avaliação clínica. Se tiver dois de quatro sintomas que chamamos de sinais cardinais da doença. A lentidão de movimentos, o tremor, a rigidez muscular e a alteração postural. A lentidão de movimentos é obrigatória, então é este sintoma mais um".
O cérebro do paciente
Apesar da associação ao tremor, o sintoma não é geral e cerca de 20% dos pacientes não são afetados. Érica explica que a doença acontece após a perda de células dopaminérgicas, conjuntos de neurônios no sistema nervoso central que sintetizam o neurotransmissor dopamina.
"Os pacientes perdem neuronios na substância responsável por produzir a dopamina, neurotransmisor envolvido nos movimentos, sensação de bem estar, funções cognitivas... Então, o paciente perde todos os movimentos automátivos, como andar, falar, virar na cama, todas as atividades antes automáticas passam a ser menos automáticas, o paciente precisa pensar para fazer os movimentos", afirma Érica.
Tratamento
Por enquanto não há cura, mas é possível tratar a doença e, assim, conseguir ter mais qualidade de vida. "São dois grandes pilares: o tratamento medicamentoso é a reabilitação. Com exercícios físicos, fisioterapia, fonodiaulogia, psicólogo... A atividade física, de moderada a intensa, 150 minutos por semana, tem se mostrado cientificamente comprovado que pode diminuir a velocidade de evolução da doença. A medicação é o grande pilar, mas sozinha não consegue resolver tudo. Existem sintomas que não respondem a medicação e só melhoram com a reabilitação".
Apesar de não haver cura, é possível tratar a doença de Parkinson por meio de um tratamento multidisciplinar, que inclui medicação, reabilitação e, em alguns casos, cirurgia, permitindo uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
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