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Conselho cobra incentivo à vacinação de crianças de 3 a 5 anos

Ação combate a desinformação com campanhas e estratégias de estímulo a imunização

Publicado sábado, 30 de julho de 2022 às 05:00 h | Autor: Antônio Dilson Neto*
Na Bahia, o público da vacina pediátrica é de 410.459; 5.433 crianças foram imunizadas
Na Bahia, o público da vacina pediátrica é de 410.459; 5.433 crianças foram imunizadas -

O Conselho Estadual de Saúde (CES/BA) cobra incentivo à vacinação de crianças de 3 a 5 anos e combate à desinformação nas cidades baianas, através de campanhas midiáticas e estratégias para estimular a aplicação da vacina para essa faixa etária. Parte dos municípios baianos já estão realizando a vacinação e a cobrança acontece diante da baixa procura dos pais para aplicação da vacina contra a Covid-19.

Na Bahia, o público-alvo das vacinas pediátricas (indivíduos entre 3 e 4 anos) é estimado em 410.459. Deste total, apenas 5.433 já receberam o imunizante, o que corresponde a 1,32%. Em Salvador, o público estimado é de 61.057 crianças e, até ontem, 4.824 haviam tomado a vacina, 7,9% do total.

Marcos Sampaio, presidente do Conselho, afirma que a responsabilidade da baixa adesão às vacinas pediátricas não pode ser jogada exclusivamente sobre os pais. “Existe, hoje, uma grande incerteza sobre o número de doses de vacina que chegarão aos postos. Então, não é só uma questão de pais não levarem os filhos, às vezes, não há vacinas para crianças em todos os postos”. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a Bahia ainda não recebeu lotes de imunizantes especificamente direcionados ao público infantil, sendo utilizado o estoque já existente de Coronavac no estado, imunizante recomendado para esse público.

Para Marcos, o fundamental é a informação. “Precisamos levar essas vacinas para perto dos pais. Hoje, muita gente precisa escolher entre pagar um transporte ou a alimentação. Levar uma criança longe para vacinar é um obstáculo”, relatou. Além disso, o gestor acredita que notícias falsas e declarações de figuras públicas acabam comprometendo a efetividade da campanha. “Você tem até o presidente da República afirmando que não tomará vacina contra o coronavírus, e as fake news que sugerem desconfianças em relação à segurança das vacinas e atrapalham a cobertura vacinal no país”, afirma.

Escolas 

Marcos aposta nas campanhas informativas e midiáticas nas escolas como estratégia de conscientização e convite à vacinação infantil. Jorge Tadeu Coelho, diretor-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular do Estado da Bahia (Sinepe/Ba) afirma que a atuação educativa e preventiva já é uma preocupação da entidade. “Agora, no recesso escolar, formamos um comitê constituído de saúde que está discutindo essas ideias com os diretores de escola. Temos a médica infectologista Fabiana Bahia, que traz as informações técnicas para o comitê, formando as diretrizes para montarmos as ações. Com a baixa adesão às vacinas pediátricas, teremos agora uma campanha com cartazes específicos para sensibilizar as mães”, explica.

Vânia Rebouças, coordenadora do Programa da Imunização do Estado, acredita que a baixa procura pode ser explicada por uma falsa sensação de segurança. “Observamos que muitos pais ainda acreditam que casos em crianças são menos perigosos, o que não é verdade”, reforça. A coordenadora afirma que parcerias com outros setores, como a educação, são fundamentais para sensibilizar os pais e criar estratégias para aumentar a cobertura vacinal.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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