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Doenças cardiovasculares podem crescer 30% nos períodos de frio

Doenças do coração são as que mais matam no Brasil, com cerca de 400 mil mortes por ano

Publicado sexta-feira, 15 de julho de 2022 às 08:00 h | Autor: Iamany Santos*
Em 2021, os registros de doenças do coração entre junho e setembro representaram 36,8% do total de internados
Em 2021, os registros de doenças do coração entre junho e setembro representaram 36,8% do total de internados -

Nesse período de temperaturas mais baixas, as pessoas hipertensas, diabéticas ou com o colesterol alto devem prestar mais atenção à saúde. Segundo uma nota publicada pelo Ministério da Saúde (MS), casos de doenças cardiovasculares, como o Infarto Agudo do  Miocárdio (IAM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), podem aumentar 30% nos períodos frios do ano. 

As doenças do coração são as que mais matam no Brasil de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Por ano, são 400 mil mortos.

Dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) mostram que, em 2021, os registros de doenças do coração entre junho e setembro representaram 36,8% do total de internados. O MS aponta que em temperaturas menores que 14°C, a possibilidade de ocorrências de IAM aumentam em 30%, principalmente em pessoas com idade entre 75 e 84 anos. Os casos de AVC podem crescer 20% nos períodos mais frios.

Se a pessoa já possui no coração e nas artérias alguma obstrução, a diminuição do calibre da artéria favorece a predisposição a um infarto”, explica o cardiologista Paulo Roberto Souza, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Entretanto, para além da reação natural do corpo ao frio, há também o fato de que os hábitos de vida costumam mudar no inverno. Muitas pessoas param de fazer exercícios e passam a ter uma alimentação com alimentos mais calóricos. “Tudo isso é uma mistura explosiva e deixam as pessoas mais suscetíveis a ter um AVC ou infarto”, aponta o cardiologista. A hipertensão, a diabetes e o colesterol alto são três doenças elencadas como fatores de risco, bem como o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo e uma dieta desequilibrada.

Observar o histórico familiar também é essencial. “Os pacientes que têm uma história familiar precisam ser ainda mais agressivos no controle [da doença] e na mudança do estilo de vida”, enfatiza o cardiologista. A melhor ferramenta para que casos de AVC e infarto sejam evitados é a prevenção, por isso, pessoas hipertensas, diabéticas e com colesterol alto devem manter a doença sob controle, ter uma rotina com, pelo menos, 150 minutos de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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