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SAÚDE

Doping de eritropoietina no ciclismo

Por Equipe Nutrição & Boa Forma | Estadão Conteúdo

16/09/2014 - 7:00 h | Atualizada em 19/11/2021 - 6:28

A eritropoietina (EPO) é uma glicoproteína que está principalmente envolvida na eritropoiese, a (re)generação de eritrócitos ou células vermelhas. As células vermelhas são células sem o núcleo que transportam o oxigênio pelo sangue. Como não tem a habilidade de se regenerarem devido a falta do núcleo e do maquinário celular, os eritrócitos tem uma vida útil de aproxidamente 120 dias na circulação e após isso precisam ser substituídas. O tratamento com eritropoietina é utilizado em pacientes anêmicos e, chamou a atenção de atletas, como por exemplo os ciclista que acreditam que ela possa ter o mesmo efeito no corpo do atleta e, portanto melhorar a performance.

Devido ao uso crescente pelos atletas da EPO o Comitê Internacional Olímpico a incluiu na lista de substâncias proibidas, assim como os seus agentes estimulantes. Apesar da melhora da performance, a EPO aumenta acentuadamente a ativação endotelial e a reatividade plaquetária. O uso indevido por pessoas saudáveis pode conduzir a um aumento excessivo na hemoglobina, aumentando a viscosidade sanguínea, e por consequência, aumentando o hematócrito. Isso pode estar associado a complicações tromboembólicas, tais como isquemia e infarto do miocárdio, hemorragia cerebral e infarto, isquemia transitória, trombose venosa profunda, trombose arterial, embolia pulmonar, e trombose da retina. Também está relatado aumento da pressão arterial, porém o mecanismo fisiopatológico desta elevação pressórica ainda não está esclarecido, e aumento do risco de desenvolver carcinoma hepático. Todavia, os efeitos em longo prazo ainda não são conhecidos, mas acredita-se haver um risco de desenvolvimento de desordens mieloproliferativas.

Mesmo possuindo um potencial de causar riscos à saúde, formas exógenas de eritropoetina, que proporcionam melhora no condicionamento físico devido à influência sobre o sistema hematopoiético, são usadas por atletas que visam melhores resultados na prática esportiva, principalmente em modalidades de “endurance”. Com o intuito de controlar este tipo de doping, várias organizações mundiais desenvolvem estratégias para prevenir e detectar de forma eficaz a presença de EPO sintética. Porém, ainda há muito que se descobrir e aplicar. Técnicas recentes como o doping genético, onde uma cópia do gene que codifica a eritropoetina é adicionado no esportista, são praticamente indetectáveis, embora alguns estudos sugerem que é possível diferenciar, por meio do padrão de glicosilação protéico, a eritropoetina produzida pelo gene nativo da produzida pelo gene transferido.

Referências

HEUBERGER, J.A.A.C. et al. Erythropoietin doping in cycling: lack of evidence for efficacy and a negative risk–benefit, Br J Clin Pharmacol, v.75, n.6, p.1406-1421, 2012.

LACERDA, L.M. et al. Eritropoetina: breve revisão, doping e estatística, Revista Digital Buenos Aires, v. 134, 2009.

Por Joyce Rouvier

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