SINAL VERMELHO
Especialista alerta para doenças virais após festas de verão; entenda
Pastas de saúde têm se mobilizado para evitar possíveis surtos causados pelo Carnaval
Por Alex Torres
A chega do período do verão, atrelado às festas que vêm acompanhadas da estação, acendem um alerta na população para o risco de doenças e infecções virais. Em uma sociedade que viveu uma pandemia, os riscos e preocupações de um surto terminam ficando sempre em eminência.
Em entrevista ao Portal A TARDE, a infectologista Clarissa Cerqueira fez questão de ressaltar que, durante o verão, outras doenças também costumam ter um índice maior de contaminações e infecções.
"No verão, o que a gente mais tem que pode influenciar a questão das viroses, são casos de dengue por conta do aumento da reprodução do mosquito. Agora, as outras doenças que a gente tem, as doenças respiratórias, elas podem se disseminar mais por conta da proximidade, do contato entre as pessoas", disse Clarissa.
Com relação às vacinas de um modo em geral, a profissional de saúde enfatiza ainda o período de encubação entre o momento que você recebe o imunizante e quando ele passa a fazer efeito em seu corpo.
Ideal é que você tenha se vacinado, pelo menos, em torno de 10 dias antes da exposição, para você ter a reprodução de anticorpos pela produção da vacina. Então, pelo menos, é esse período. Se tomar muito tempo antes, termina não tendo tanto benefício
A infectologista explica ainda que as infecções virais podem acontecer de diferentes formas, através dos chamados 'comprotamentos de risco'. Entre as situações, está o consumo de bebida alcóolica, que pode impactar de variadas maneiras.
"Quando a gente fala do comportamento de risco, posso dizer que a ingestão de álcool pode, diretamente, não ter relação com o aumento de infecção respiratória viral. Mas assim, se o paciente está muito alcoolizado, ele pode vomitar e respirar esse vômito, que chama de bronco-aspirar e levar a um quadro de infecção bacteriana. Sem contar que álcool também pode interagir com algumas medicações e isso dá muito problema com tratamentos", explicou Clarissa.
Plano de imunização
Para evitar qualquer possibilidade de surto viral, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) firmaram uma parceria e anunciaram na última semana uma campanha de vacinação pré-Carnaval. A ação teve início no último dia 17 e irá permanecer até 6 de fevereiro.
Na ocasião, a titular da saúde na capital baiana, Ana Paula Matos (PDT), destacou a importância da imunização com antecedência e pontuou que questão de saúde pública não envolve lado político.
"Uma ação estratégia feita em parceria com o estado. Mostrando para as pessoas que as políticas públicas estão a frente de qualquer questão partidária e que ganham o povo. Aqui nessa estratégia, com 15 dias de antecedência, estamos possibilitando a imunização a fazendo um chamado a esse povo. Temos vários pontos de atuação e vamos mostrar que a saúde anda sempre junto", afirmou Ana Paula.
Secretária estadual, Roberta Santana ainda alertou para o baixo número de pessoas que completaram o ciclo vacinal contra a Covid-19 na Bahia. A preocupante estatística pode possibilitar ainda o aumento de contaminações após as folias.
"A gente precisa fazer um grande chamado. Temos apenas 14% de cobertura vacinal na Bahia e temos que melhorar isso. Então nosso apelo é para as pessoas se imunizarem. As vacinas estão disponíveis para toda a população", alertou Clarissa.
Atualmente, em Salvador, o número de pessoas que completaram o ciclo vacinal é maior, em torno de 37%. Para chegar a esse número, diversas ações foram adotadas pela pasta municipal, como Dia D, Drives-In, Happy Hour da Vacinação, entre outros.
Sistema de Saúde
Após a situação de emergência sanitária vivenciada durante a pandemia, o sistema de saúde tem trabalhado para melhorar o atendimento e evitar possíveis colapsos, como os que ocorreram, principalmente, entre 2020 e 2022.
De acordo com a infectologista, a possibilidade de chegarmos a uma situação parecida em nível de ocupação e falta de recursos é extremamente remota, uma vez que existe uma preparação melhor para as situações.
"Atualmente, eu posso dizer que os sistemas de saúde estão preparados, principalmente depois da pandemia e da experiência que o Serviço de Saúde tiveram com o manejo de uma grande demanda de internação. Então, todos já têm plano de contingência em relação a isso, de fluxo de pacientes. Diria que já está tudo bem definido", garantiu.
Por fim, Ana Paula Matos detalhou também sobre o planejamento para atendimentos mais efetivos nestes casos. Segundo a secretária, a gestão costuma se preparar de forma antecipada durante as festas.
"Quando a gente estuda nossas UPAs e nossas unidades, a gente percebe que tem pessoas que possuem um agravamento maior por questões relacionadas à sua baixa imunidade. Então, quando você tem festas com grande aglomerado de pessoa, que recebe gente do mundo todo, isso gera uma sinal de alerta e a gente se antecipa", concluiu.
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