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SAÚDE

Especialistas defendem Covid em calendário

Pesquisa do Conselho Federal de Medicina sobre vacinação gera reação a favor de obrigatoriedade da aplicação

Por Jane Fernandes

28/01/2024 - 6:00 h | Atualizada em 29/01/2024 - 0:51
Zaia, 1 ano foi vacinada contra a Covid-19. A madrinha Maria garantiu a dose da menina
Zaia, 1 ano foi vacinada contra a Covid-19. A madrinha Maria garantiu a dose da menina -

Apenas 5,8% das crianças brasileiras entre seis meses e dois anos estão com esquema vacinal completo contra a Covid-19; na faixa de três a quatro anos, a cobertura sobe para 6,1%. A expectativa é que a inclusão do imunizante no calendário vacinal reverta a baixíssima adesão demonstrada pelo painel do Ministério da Saúde (MS), no último dia 22, mas iniciativas como a pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM) podem atrapalhar o alcance deste objetivo.

Embora o Conselho tenha publicado nota argumentando que a pesquisa não contesta eficácia da vacina e, sim, busca compreender a visão dos médicos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já se posicionou publicamente em apoio à inclusão da vacina no calendário infantil, tornando o uso obrigatório. A entidade também aponta falta de metodologia adequada ao objetivo apresentado pelo CFM.

O esquema vacinal completo requer três doses, mas caso a criança, entre 6 meses e 4 anos, tenha tomado as três em 2023, não será necessário repetir. Após completar 5 anos, as crianças de grupos prioritários devem tomar uma dose de reforço. São elas: imunocomprometidas; com comorbidades e deficiência permanente; indígenas; ribeirinhas; quilombolas; que vivem em instituições de longa permanência e em situação de rua.

A medida é aprovada também pela Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape). “Não há a indicação de opiniões públicas sobre vacinação. A vacinação deve ser avaliada, analisada, por especialistas, e esses especialistas realizaram uma ampla avaliação delas no momento que ela foi liberada para uso no Brasil através da Anvisa e do Ministério da Saúde”, ressaltou a presidente do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sobape, Anne Galastri.

Anne menciona a falta de especificidade da pesquisa, que engloba todas as especialidades médicas, comparando com um levantamento no qual todos profissionais de engenharia pudessem avaliar um cálculo de estrutura, por exemplo. “As sociedades competentes, quem é especialista em vacina, avaliaram de modo muito importante e muito profundo e não viram nenhum motivo para contraindicação”, reforça.

O fato da vacinação pediátrica ter o endosso do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e do Serviço Nacional de Saúde (NHS), órgãos dos Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente, que exercem papel similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, também é destacado pela representante da Sobape. “Não há motivos para medos ou receios”, defende.

Mortalidade

“A Covid-19 durante a pandemia matou mais crianças do que as doenças contra as quais a gente vacina regularmente, inclusive uma doença grave que todas as famílias temem que é a meningite meningocócica”, conta a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. Referindo-se às estatísticas de 2023 – ano de consolidação da retomada da vida pré-pandemia – ela informa que 135 crianças morreram em decorrência da covid e mais de cinco mil foram internadas por conta de síndrome respiratória aguda grave provocada pela infecção.

Para Isabella, a consulta aberta pelo CFM foi inesperada, pois nunca houve esse tipo de pesquisa antes. “A vacina de Covid entrou para o calendário e, assim como todas as outras, é considerada obrigatória, isso nunca foi um problema para nós, médicos”. Para ela, a iniciativa do Conselho Federal, diante do momento de negacionismo, pode aumentar a desconfiança da população quanto à vacinação pediátrica.

A TARDE enviou alguns questionamentos para o CFM, por meio da assessoria de comunicação do órgão, mas recebeu apenas a nota divulgada pela autarquia no último dia 12. No texto, informam que a decisão de realizar a pesquisa foi motivada pelos inúmeros pedidos de posicionamento encaminhados ao Conselho.

Maria*, manicure, 33 anos, não ficou sabendo da pesquisa direcionada aos médicos, mas admite estar hesitante quanto a vacinar seu filho caçula, de 3 anos, contra o coronavírus. Ela garante que o restante do calendário vacinal está em dia e deu todos os imunizantes previstos pelo Programa Nacional de Imunizações ao mais velho, agora com 9 anos. A mãe não consegue apontar um motivo específico para o receio, somente que está insegura quanto a possíveis riscos para o pequeno.

Como beneficiária do Bolsa Família, Maria* sabe do risco de ter o pagamento suspenso se não atualizar o esquema vacinal do caçula com o imunizante preventivo da Covid. Ela pretende conversar com a pediatra do menino na próxima consulta e só depois realizar a vacinação.

A diretora da SBIm considera que os grupos negacionistas tiveram um impacto muito significativo na vacinação infantil contra a Covid, tanto na minimização da percepção de risco da doença, como se não tivesse gravidade em crianças, quanto na criação de um temor em torno de possíveis efeitos colaterais. Um dos mais citados nas postagens e discursos contrários é a miocardite, uma inflamação no coração. “É uma grande inverdade”, enfatiza.

No site, o Ministério da Saúde garante que a miocardite é rara, mas acontece com maior frequência em crianças e adolescentes que contraíram Covid-19. “Isso porque a miocardite está relacionada com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica - uma condição grave e rara, em que crianças com Covid-19 desenvolvem uma inflamação que afeta diferentes órgãos do corpo, incluindo o coração”, esclarece.

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