SAÚDE
Farmácias credenciadas distribuem remédios para asma gratuitamente
Por Ashley Malia | Foto: Reprodução | Drauzio Varella

Sufoco, falta de ar, aperto no peito, chiado na respiração… A vida de uma pessoa que sofre de asma é cheia de complicações e, sem um medicamento de resgate diante de uma crise, a doença pode ser fatal.
A doença, que atinge 235 milhões de brasileiros, causou recentemente a morte da escritora, atriz e apresentadora Fernanda Young, na madrugada do último dia 25. Young teve uma crise de asma, seguida de uma parada cardíaca, no sítio de sua família em Gonçalves, interior de Minas Gerais. Ela foi encaminhada para um hospital da região, mas não resistiu.
Criado em 2004 pelo governo federal, o programa Farmácia Popular surgiu com o objetivo de tornar mais acessíveis os medicamentos considerados essenciais para a população. Ele foi ampliado em 2010, passando a atender doenças como a asma, que é crônica, ao disponibilizar a medicação de forma gratuita em farmácias populares e redes particulares credenciadas no programa.
Os medicamentos disponibilizados de forma gratuita no programa para o tratamento de asma são Sulfato de Salbutamol, Dipropionato de Beclometasona e Brometo de Ipratrópio. Para adquirir, o paciente deve ir até uma farmácia que tenha uma placa escrito “Aqui tem farmácia popular” levando a receita médica e os documentos de identificação, que são o CPF e a carteira de identidade, além do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), aproximadamente 13% dos brasileiros sofrem de asma. A doença, que não tem cura e pode gerar crises graves, súbitas e fatais, causa cerca de seis óbitos por dia no Brasil, além de ser a quarta maior causa de hospitalização no País.
O jornalista e produtor cultural Carlos Leal desenvolveu a doença há cerca de 10 anos atrás, mas até hoje não sabe o motivo, já que antes não sofria do problema. Ele afirmou, em entrevista ao Portal A TARDE, que já sabia dos serviços disponibilizados pelo programa Farmácia Popular, entretanto nunca utilizou e assumiu que é um pouco “relaxado” com relação ao tratamento.
“Não faço o tratamento e acho que muita gente que tem asma também não faz da forma como deveria”, admitiu ele, que gasta em média R$ 200 por mês com medicamentos básicos. “Isso causa impedimento na minha rotina, inclusive no meu trabalho. Às vezes preciso faltar por causa de asma, a falta de ar me deixa cansado e isso me impede de ter uma rotina normal de trabalho”, relatou.
A médica especialista em Pneumologia Larissa VossSadigursky explica que a asma é uma doença inflamatória crônica dos brônquios, que são tubos presentes no sistema respiratório responsáveis por levar ar para os pulmões. Ela ressalta que no caso da asma, é muito importante desmistificar o uso da bombinha, que é um broncodilatador de resgate, ou seja, uma medicação de emergência.
“Muita gente acha que a bombinha mata… Mas, diante de uma crise grave, é importante que o paciente tenha uma medicação de resgate para serem utilizados imediatamente. Se ele vir que a medicação não está surtindo efeito, não adianta usar várias vezes. É daí que vem o mito de que a bombinha mata. Na verdade o que matou não foi o excesso da bombinha, foi porque a pessoa estava com uma crise tão grave que precisava de outra medicação”, explicou a Dra.
Segundo ela, os remédios são divididos em anti-inflamatórios e broncodilatadores. “Só o médico vai poder avaliar se ele precisa e qual o tipo de medicamento vai poder prescrever”, pontuou, alertando para a necessidade de o paciente ter sempre um broncodilatador de resgate e de emergência, mesmo que o asmático esteja sem crise há anos.
O farmacêutico clínico Rosalvo Abílio Correia Júnior chama atenção para o papel de orientar o paciente no uso correto do medicamento. “Precisamos perguntar se ele está usando de forma correta ou se só usa na crise, além de orientá-lo a sempre fazer a limpeza da casa e evitar ao máximo chegar perto de substâncias químicas que possam causar crises”, instruiu.
Os especialistas afirmaram que, caso o paciente faça o tratamento correto e regular, ele pode viver normalmente praticando atividades físicas e fazendo todas as coisas que não-asmáticos também fazem, porém, tudo dentro da sua capacidade.
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