MÊS DE CONSCIENTIZAÇÃO
Fevereiro Roxo faz alerta sobre Alzheimer e Doenças Crônicas
No Brasil, estima-se que cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência
Por Marcela Magalhães*
O mês de fevereiro é dedicado à conscientização sobre o Alzheimer e outras doenças crônicas, como Lúpus e Fibromialgia. E a campanha no tema quer informar a população sobre essas patologias, destacando a importância da identificação precoce da doença, para controlar ou retardar seus sintomas, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes e suas famílias.
No Brasil, estima-se que cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência, com 100 mil novos casos diagnosticados anualmente. Globalmente, esse número atinge impressionantes 50 milhões de pessoas. A tendência é um aumento alarmante nos próximos anos devido ao envelhecimento da população, de acordo com a Alzheimer's Disease International.
O Brasil, juntamente com países como Índia, China, Nigéria e México, está entre os mais afetados pela doença de Alzheimer, devido à alta incidência em nações populosas de média e baixa renda. Além disso, esses países compartilham um aumento significativo da população idosa e uma série de fatores de risco, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes, que contribuem para agravar a situação.
O geriatra, Leonardo Salgado, ressalta a diferença do comportamento da doença em casos precoces, por volta dos sessenta anos em relação aos pacientes mais idosos: "Um paciente mais idoso que começa a desenvolver a doença de Alzheimer tem a progressão da doença mais lenta. Ele leva mais tempo para chegar numa fase mais avançada da doença. Nos pacientes mais jovens a evolução é mais agressiva e mais rápida." Quando o paciente apresenta os primeiros sintomas de esquecimento, a doença já estava agindo há pelo menos quinze anos antes em seu corpo, segundo o geriatra.
Os principais sintomas são perda de memória recente, as memórias mais antigas ficam preservadas e as memórias mais recentes começam a falhar. Um outro sintoma é desorientação espacial, como dificuldade com trajetos e reconhecimento dos locais. Pode ter alteração de comportamento, como repetição de perguntas e isolamento social, inclusive com quadros de humor e depressão atrelados. Em casos menos comuns há alteração na fala, de acordo com a neurologista Roberta Kauark.
Ainda não há cura para essa doença no Brasil, segundo a Drª Roberta, mas alguns estudos recentes nos Estados Unidos e na Europa apontam para algumas alternativas. “Estão regulamentando os biológicos, que são contra o Beta-amilóide, que é a proteína depositada no sistema nervoso central na doença de Alzheimer, mas são estudos recentes com tratamentos muito caros que devem ser feitos em fases muito iniciais da doença e que ainda não se sabe se ele vai ser muito afetivo.” No Brasil o foco é no tratamento dos sintomas, visando aliviá-los e retardar a progressão.
Ela ressalta a importância da atividade física regular, alimentação adequada, estímulo do cérebro através da realização de exercícios de memória e lógica, além da equipe multidisciplinar no manejo da doença, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Quando atrelado a outras patologias, existe uma dificuldade em gerir outras condições médicas comuns na idade mais avançada, como diabetes e hipertensão, à medida que a demência avança e o paciente perde a capacidade de tomar decisões por si próprio, não lembra que possui aquelas doenças e que precisa tomar medicações e outros cuidados. Para os familiares e cuidadores, lidar com os desafios específicos do Alzheimer pode ser uma tarefa árdua. Porém o Dr. Leonardo enfatiza a importância de permitir a autonomia do paciente, enquanto o cuidador oferece suporte e supervisão quando necessário, para evitar acelerar o processo de perda cognitiva.
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