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27/05/2024 às 5:00 - há XX semanas | Autor: Jane Fernandes

SAÚDE

Hematoma subdural crônico pode ser causado por pancada leve

Quadro apresentado por Tony Ramos é resultante de um acúmulo de sangue entre membranas revestidoras do cérebro

Tony Ramos passou por cirurgia para drenagem de hematoma intracraniano
Tony Ramos passou por cirurgia para drenagem de hematoma intracraniano -

A internação do ator Tony Ramos para drenagem de um hematoma cerebral chamou a atenção da população para esses acúmulos de sangue que podem ocorrer dentro do crânio. No caso dele, o diagnóstico divulgado foi de hematoma subdural, caracterizado pela localização dessa espécie de coágulo entre a dura-máter - uma membrana que recobre o cérebro - e a calota craniana.

Responsável médico pela Linha de Cuidados Reabilitação Pós-AVC da Clínica Florence e coordenador da UTI Neurológica do Hospital Mater Dei, Jamary Oliveira que o cérebro é revestido por algumas membranas e a dura-máter é a mais externa dela, ficando bastante colada com o osso. Com o avançar da idade pode surgir um espaço vazio entre a membrana e o osso, aumentando a propensão para o acúmulo de sangue naquela área.

Segundo o neurologista, o hematoma subdural geralmente é provocado por traumatismos externos. O problema pode se apresentar de forma aguda ou crônica. “No hematoma subdural agudo, a manifestação acontece logo depois do traumatismo. Então você bate a cabeça, em um acidente de carro, de moto ou então de uma queda da própria altura e bate a cabeça no chão, levando à formação de hematoma que imediatamente se manifesta”.

Um dos sinais do acúmulo de sangue sob a dura-máter é a sonolência após o trauma. Com a chegada do paciente ao serviço de emergência, o hematoma será identificado facilmente por tomografia do crânio.

“Já no hematoma subdural crônico demora mais para o acúmulo de sangue acontecer entre as membranas cerebrais. Muitas vezes o traumatismo nem é lembrado pelo paciente, aconteceu semanas a meses antes, são traumatismos menores, tipo, você levantar e bater a cabeça no armário. Esse deslocamento do cérebro dentro da caixa craniana, faz com que você tenha essa pequena hemorragia, que vai gradualmente acumulando”.

Assim, a forma crônica tende a ser descoberta apenas quando o acúmulo de sangue começa a provocar manifestações clínicas no paciente, a exemplo de sonolência, dor de cabeça e confusão mental.

“De uma forma geral, o hematoma subdural agudo é mais grave, ele acumula mais rapidamente e está associado com uma chance de morte mais alta, e por isso tem que ser tratado mais rapidamente. Já o hematoma subdural crônico, o problema dele não é nem tanto a mortalidade, como a manifestação clínica é mais sutil, o desafio é a dificuldade de reconhecimento por familiares”, pondera.

Diagnóstico

Para facilitar o diagnóstico desses hematomas, especialmente o crônico, em estágio inicial, Oliveira orienta o compartilhamento da ocorrência de qualquer impacto na cabeça aos familiares, pois muitas vezes o paciente chega no hospital em confusão mental e não recorda o ocorrido.

“A segunda coisa é ter um alerta mais específico para alguns sintomas que podem suceder o traumatismo e podem indicar a ocorrência do hematoma subdural. São eles: persistência de dor de cabeça, vômitos ou perda de consciência. Esses três fatores, se surgirem nas primeiras horas ou dias após o traumatismo, devem sinalizar a busca imediata de uma emergência para poder fazer os exames diagnósticos”, recomenda.

Nos de tipo agudo, comumente, é necessário fazer uma cirurgia de emergência, pois há risco de morte, então a drenagem do sangue acumulado precisa ser feita imediatamente. “A drenagem é feita na superfície do cérebro, você faz um pequeno orifício na calota craniana, aspira esse hematoma e alivia essa pressão que existe na cabeça”, explica.

Quando o hematoma subdural é crônico, a conduta vai depender muito dos sintomas apresentados pelo paciente e da gravidade deles. “Sempre vai precisar de vigilância ativa, vai precisar internar o paciente, examinar com cuidado, e fazer um tratamento desse aumento da pressão na cabeça, tem medicações para isso. Então vamos repetindo os exames de imagem para avaliar se o hematoma está crescendo ou está regredindo, pois alguns reduzem espontaneamente”.

A realização de drenagem ou outra intervenção para remoção do sangue acumulado ainda pode ser requerida nos casos crônicos, a depender da avaliação inicial e da evolução do quadro. O tratamento também pode ser feito por embolização de artéria meníngea média, um procedimento executado dentro do vaso para reduzir a possibilidade do hematoma continuar crescendo. Se for realizada após a drenagem cirúrgica, a embolização irá prevenir um novo acúmulo de sangue naquele espaço.

O caso de Tony Ramos

O ator Tony Ramos, de 75 anos, recebeu alta, na manhã da última sexta-feira, após passar oito dias internado no Hospital Samaritano de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, onde deu entrada no dia 16. Tony foi levado ao hospital para tratar um sangramento no cérebro e foi submetido a uma cirurgia para drenagem de hematoma subdural. O ator precisou ainda passar por uma segunda intervenção depois do aparecimento de coágulos e um novo sangramento intracraniano. Na última quarta-feira, ele havia recebido alta do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e o boletim médico já indicava que o ator seguia em plena recuperação.

Fonte: Agência Brasil

Acúmulo de sangue pode ocorrer em outras áreas

Além do tipo subdural, os hematomas intracranianos localizados na região das membranas cerebrais (meninges) podem ser epidurais ou subaracnoideos. No primeiro grupo, o acúmulo de sangue ocorre acima da membrana dura-máter, no espaço diminuto entre ela e o osso craniano. Segundo o neurologista Daniel Farias, do Hospital Geral Roberto Santos, o hematoma surgido nesta área, normalmente, é resultado da ruptura de uma artéria.

Como as artérias são maiores e têm mais pressão do que as veias, origem mais comum do sangue acumulado nos hematomas sob a dura-máter (subdurais), o tipo epidural tende a agravar rapidamente, em decorrência do sangramento muito intenso. Uma característica em comum entre os sangramentos epidurais e subdurais é que ocorrem após traumatismo craniano.

“O paciente sofre um trauma severo, um acidente automobilístico, uma queda de laje, e a clínica clássica é o que a gente chama de intervalo lúcido, então ele cai, bate a cabeça e perde a consciência por ter batido a cabeça. Essa perda de consciência transitória a gente chama de concussão cerebral. Depois da concussão, ele acorda e aí é o tempo que o hematoma cresce e ele perde a consciência de novo”, explica Farias.

O hematoma epidural é considerado uma emergência neurocirúrgica, mas apesar da sua gravidade, a cirurgia é considerada uma intervenção simples, ressalta o médico. Sobre as possibilidades de sucesso do procedimento, ele esclarece: “toda vez que você tem um trauma grave na cabeça, pode ficar com sequelas, pode ter alguma lesão neuronal, mas só pelo hematoma, se for tratado a tempo, o paciente pode se recuperar completamente”.

Já no hematoma subaracnoideo, o acúmulo de sangue irá ocorrer entre a membrana aracnoide e pia-máter (a mais interna das três membranas que revestem o cérebro), no espaço onde fica o líquor. Este tipo é subdividido em pós-traumático e espontâneo. No primeiro, enfatiza o neurologista, o prognóstico geralmente é muito bom, não requerendo cirurgia. O segundo costuma surgir em decorrência da ruptura de um aneurisma, um acontecimento bastante grave que requer intervenção urgente.

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