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Incidência de dengue na Bahia é preocupante

Até 30 de março deste ano, foram notificados 95.890 casos prováveis

Publicado sexta-feira, 05 de abril de 2024 às 05:00 h | Autor: Ian Peterson*
Combate consiste em mutirões de limpeza, aquisição de medicamentos, insumos e carros de fumacê
Combate consiste em mutirões de limpeza, aquisição de medicamentos, insumos e carros de fumacê -

Com mais de 1.000 mortes registradas por dengue até o momento em todo o Brasil, a situação da doença atinge níveis alarmantes em 2024. Na Bahia, o quadro pode ser ainda mais preocupante. De acordo com Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), até o dia 30 de março deste ano, foram notificados 95.890 casos prováveis, um aumento impressionante de 536,6% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram 15.070 casos.

Com 275 municípios em estado de epidemia, 56 em risco e 16 em alerta, a situação na Bahia demanda medidas urgentes para conter a propagação da doença.

A análise desses dados é realizada através da Semana Epidemiológica, que permite às autoridades de saúde identificar tendências de aumento de casos e direcionar esforços de forma eficaz.

Segundo Sandra Oliveira, coordenadora de agravos de transmissão vetorial da Sesab, vários fatores contribuem para o aumento dos casos neste momento. “Os fatores climáticos desempenham um papel crucial, especialmente a temperatura elevada e a ocorrência de chuvas intermitentes”, aponta. Essas condições proporcionam um ambiente propício para a proliferação do vetor transmissor da doença.

Tendência

A gestora enfatiza ainda que, somado a isso, o cenário atual inclui uma frequência maior de chuvas, que amplia o potencial de proliferação do mosquito. “Essa combinação de fatores climáticos cria um ambiente favorável para o aumento dos casos de dengue na Bahia”, conta.

A Bahia possui uma taxa de letalidade de 1,5, menor do que a média nacional. Ao todo, foram confirmados 27 óbitos por dengue nos municípios de Vitória da Conquista (7), Jacaraci (4), Piripá (3), Feira de Santana (2), Juazeiro (2), Santo Antônio de Jesus (2), Barra do Choça (1), Caetité (1), Campo Formoso (1), Carinhanha (1), Ibiassucê (1), Irecê (1) e Santo Estevão (1).

Naturalmente, segundo a especialista, os casos de dengue tendem a crescer na Bahia, no período de dezembro a maio de cada ano. No entanto, esse número tem sido maior do que em anos anteriores, e período de crescimento pode ser prolongado até o mês de maio. “Estamos fazendo de tudo para que o nosso estado tenha a redução desses casos. É o nosso maior objetivo, conter o número de casos e evitar os graves consequentemente os óbitos”, conta a coordenadora Sandra Oliveira.

O Governo da Bahia já investiu mais de R$ 19 milhões no combate à dengue através da aquisição de novos carros de fumacê, distribuição de aproximadamente 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoio para intensificação dos mutirões de limpeza, com o auxílio das forças de segurança e emergência, e aquisição de medicamentos e insumos.

Na capital baiana, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dos 285 municípios em estado de epidemia Salvador está incluída. Os municípios têm intensificado as ações de combate à dengue, que abrangem desde a utilização de carros fumacê até a criação de canais diretos de comunicação para denúncias de possíveis focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

Além disso, estabeleceu uma parceria com o Exército, capacitando soldados para atuarem como multiplicadores de ações e informações de combate à dengue, além de promover campanhas de vacinação. Até o momento do fechamento desta edição, a pasta não informou os dados atualizados da doença na cidade.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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