Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > SAÚDE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

FILA SEM FIM!

Internação de Faustão levanta discussão sobre transplante de órgãos

Veja critérios e dificuldades enfrentadas para pacientes que aguardam na fila do SUS

Por Brenda Ferreira

25/08/2023 - 11:55 h | Atualizada em 25/08/2023 - 12:13
Engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o  diagnóstico da doença renal em julho de 2013
Engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o diagnóstico da doença renal em julho de 2013 -

Dados do Ministério da Saúde apontam que no primeiro semestre deste ano, o Brasil realizou 206 transplantes de coração. O número é 16% maior que o mesmo período do ano passado. O tema veio à tona após o apresentador Fausto Silva (Faustão) ser internado e entrar para fila única de transplante do órgão. O apresentador está internado em São Paulo há mais de 15 dias. No país, todos os procedimentos respeitam o Sistema Nacional de Transplantes, sejam custeados pelo SUS, por planos de saúde ou pagos pelo paciente.

De acordo com o painel do Sistema de Transplantes do país, atualizado no último dia 22, há 385 pessoas aguardando um novo coração e, entre elas, Faustão. Do total, 66% são homens, e 34%, mulheres. Com 73 anos, o apresentador está entre os 31 pacientes que têm 65 anos ou mais.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, mais de 50 mil pessoas estão na fila de transplante de órgãos no país. O transplante de rim representa cerca de 70% desse total. Em números absolutos, o Brasil ocupa a terceira posição no mundo entre os maiores transplantadores de rim. Só em 2022, foram registrados 4.828 procedimentos do tipo.

Estima-se que existam 850 milhões de pessoas com doença renal no mundo, sendo mais de 10 milhões no Brasil. Dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) apontam que, só no ano passado, foram realizados 240 transplantes de rim em 10 hospitais que oferecem o procedimento no Estado, considerando as doações inter vivos.

Na fila da Bahia, 2.281 pacientes esperam transplante de órgãos, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), divulgados no período de janeiro a julho de 2023. O líder da lista é o rim com 1.597 pacientes esperando. Na sequência, vem o transplante de córneas, com 1.252 pessoas e, em último, o fígado, que conta com 22 pacientes na fila.

No entanto, isso não significa que há uma rapidez nas chamadas daqueles que estão à espera de um órgão. Um exemplo disso, é o caso do engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o diagnóstico da doença renal em julho de 2013. Foram 9 anos 10 meses fazendo diálise, enquanto aguardava um novo rim, transplantado após dois anos de espera na fila. “Realizei o transplante em maio deste ano. É uma felicidade indescritível e o pós operatório está tranquilo, graças a Deus. Nada é pior do que fazer hemodiálise três vezes por semana”, comemorou.

Em entrevista ao Portal A TARDE, o médico nefrologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, José Moura Neto explicou que entre os critérios para doação de órgãos, após o falecimento de uma pessoa, por exemplo, a família precisa autorizar, mas só acontece após a confirmação da morte encefálica, por duas equipes médicas diferentes e não relacionadas ao transplante. “No caso do rim, o transplante também pode ser realizado a partir de um doador vivo. Neste caso, a legislação brasileira exige que o doador e receptor tenham parentesco de até quarto grau ou cônjuges. Em casos do transplante com doador vivo entre pessoas não relacionadas, é necessário autorização judicial prévia”.

Médico nefrologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, José Moura Neto
Médico nefrologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, José Moura Neto | Foto: Divulgação | SBN - Sociedade Brasileira de Nefrologia

No caso do engenheiro, o início da hemodiálise, antes da cirurgia, foi no Grupo CSB Nefrologia e Hemodiálise de Salvador. “Logo pedi transferência para o Ined (Centro de Nefrologia e Diálise), do bairro de brotas e, em dezembro de 2020, fiz transferência para o Inere (Instituto de Nefrologia do Recôncavo), aqui na cidade de Santo Amaro, onde moro”, detalhou.

Ainda durante o processo de transplante, Marcos César contou ao Portal A TARDE como recebeu a boa notícia. “Em 2021 entrei na fila para transplante pela cidade de Feira de Santana. Onde, dia 19 de maio deste ano, a equipe do Doutor Túlio da clínica CSB me ligou, informando sobre a possibilidade de ser transplantado no dia seguinte".

“Realizei o transplante em maio deste ano. É uma felicidade indescritível e o pós operatório está tranquilo, graças a Deus"
“Realizei o transplante em maio deste ano. É uma felicidade indescritível e o pós operatório está tranquilo, graças a Deus" | Foto: Divulgação | Arquivo Pessoal

“Os pacientes em lista para transplante renal precisam manter hábitos de vida saudável, para que não apresentem nenhuma condição que possa impossibilitar o transplante no dia da sua seleção. Além disso, o paciente precisa realizar exames regularmente, para manter seu cadastro na central estadual de transplante atualizado. Atrasos nessas coletas podem levar à inativação da inscrição do paciente em fila” explicou o nefrologista José Moura Neto.

O especialista disse ainda que existem duas possibilidades para o transplante renal: com doador vivo ou com doador falecido. “Nos dois casos, o paciente que receberá o órgão, chamado de receptor, passará por uma série de exames que irão auxiliar nas avaliações de compatibilidade com o doador, além de garantir que o paciente esteja em condições de saúde que o permitam ser submetido à cirurgia do transplante sem riscos adicionais”.

“Já no caso do transplante renal com doador vivo, o paciente que doará o órgão também é submetido a uma extensa avaliação clínica e laboratorial, com realização de múltiplos exames e avaliações com especialistas, onde será investigado a existência de condições que aumentem o risco de desenvolvimento de doença renal após a doação”, explicou o nefrologista.

Quem pode doar e quem pode receber?

O médico nefrologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, José Moura Neto, explicou ainda que “para o transplante renal com doador falecido, é necessário que haja identidade (mesmo tipo) do grupo sanguíneo ABO entre doador e receptor. Além disso, é necessário compatibilidade HLA (uma espécie de compatibilidade genética). Toda pessoa que sofre morte encefálica pode se tornar doador de órgãos, desde que sua família autorize. No caso do transplante com doador vivo, não é necessário a identidade, mas sim a compatibilidade do grupo sanguíneo ABO entre receptor e doador, além da compatibilidade HLA”.

Para ser doador de rim em vida é preciso ter mais de 18 anos e afastar que este seja portador de fatores de risco importante para doença renal ou que o mesmo já possua doenças que contraindicam a doação renal. Do mesmo modo, para receber o órgão, o paciente precisa estar em boas condições de saúde, sem infecções ativas ou doenças descompensadas.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o  diagnóstico da doença renal em julho de 2013
Play

Botulismo na Bahia: o que se sabe sobre mortes e casos

Engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o  diagnóstico da doença renal em julho de 2013
Play

Menina de 9 anos convive com a AME na luta por uma vida normal: "Supera Expectativas"

Engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o  diagnóstico da doença renal em julho de 2013
Play

Veja quais são os riscos de fazer bifurcação da língua

Engenheiro mecânico, Marcos César Domingos, de 64 anos, que teve o  diagnóstico da doença renal em julho de 2013
Play

Excesso de telas aumenta miopia na infância

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA