LEITOS PEDIÁTRICOS
Maioria das crianças internadas possui doenças diferentes de Covid
Após análise, a suspeita de infecção pelo coronavírus é afastada em boa parte das crianças
Por Jade Santana*

Apesar da tendência de alta de covid no estado e capital baiana, especialistas descartam alerta por conta do aumento na taxa de ocupação dos leitos de UTI para crianças. Isso porque, atualmente, a maioria das que estão internadas apresenta outras doenças respiratórias. Desde o início deste ano, a alta de leitos ocupados para este público variou entre 70 a 80%, mas já chegou em alguns momentos até 100%.
Após apresentar diminuição na taxa de ocupação de leitos destinados para crianças no final do mês passado, a partir de 30 de junho, com 0% na enfermaria pediátrica e 43% na UTI pediátrica, com 10 de 23 camas ocupadas na Bahia, e 0% de taxa de ocupação nas enfermarias e 90% nas UTIs de Salvador, os números de internação de crianças voltaram a crescer durante o mês de julho.
A partir de 6 de julho, a taxa de ocupação começou a crescer de forma exponencial, tanto no estado, que chegou a 28% nas enfermarias pediátricas, com 13 de 46 camas sendo utilizadas, e 48% nas UTIs, 11 de 23 leitos, como na capital, que registrou 65% das enfermarias pediátricas ocupadas, 13 de 20 camas, e 100% das UTIs ocupadas, 10 das 10 camas disponíveis na cidade.
De acordo com o último boletim da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), até ontem, a taxa de ocupação das enfermarias pediátricas e UTIs do estado haviam, ambas, chegado a 60%, com 24 dos 40 leitos disponíveis na Bahia ocupados. Em Salvador, os indicadores de ocupação apontavam para 87% dos leitos de UTI sendo utilizados e 70% das enfermarias ocupadas.
Mesmo com o crescimento da taxa de ocupação, Priscila Macedo, coordenadora do Centro de Operações de Emergências em Saúde da Sesab, explica que com o decorrer da pandemia, a equipe técnica da secretaria percebeu que a ocupação dos leitos pediátricos, diferentemente da ocupação dos leitos adultos, não são afetados pela curva de casos de Covid-19. "À medida que o número de casos de coronavírus cresce, os leitos de adultos começam a ser mais ocupados, já a taxa de ocupação de leitos pediátricos segue um ritmo que é muito mais influenciado pela sazonalidade de doenças respiratórias, principalmente no inverno”, explica.
“Ao olhar quem são essas crianças internadas nos leitos pediátricos para o enfrentamento da Covid-19, vemos que muitas, após análise, a suspeita de infecção pelo coronavírus é afastada. Hoje, estamos com 24 crianças em leitos exclusivos para o tratamento da Covid-19, o equivalente a uma taxa de ocupação de 60% em leitos clínicos e de UTI, dessas, apenas quatro têm diagnóstico confirmado para a doença", revela Macedo.
Vacinação
Mesmo sem ter efeito direto na diminuição da taxa de ocupação dos leitos infantis, já que a maioria das crianças internadas não foi infectada pela Covid-19, a coordenadora afirma que a vacinação do público jovem, principalmente das crianças entre 3 e 5 anos, é de extrema importância.
"Em 2022, 28 pessoas de 0 a 18 anos morreram por conta da Covid-19 no estado. Dessas pessoas, oito eram bebês com menos de 1 ano e mais oito estavam na faixa etária de 1 a 5 anos. São 16 óbitos desses 28, ou seja, cerca de 60% das mortes causadas pela doença neste ano. Embora os leitos não sejam tão ocupados pelas crianças por conta da covid, o número de óbitos até 5 anos nos chama atenção porque é a que mais teve óbitos no ano em relação às outras. É muito importante reforçar a vacinação desta faixa etária neste momento”, opina.
Na Bahia, entre quinta e sexta-feira, foram registrados 3.165 casos de Covid-19 e 15 óbitos. Além disso, até o momento a Bahia contabiliza 11.643. 243 pessoas vacinadas com a 1ª dose, 10.749.799 com a 2ª dose ou dose única, 6.645. 519 com a dose de reforço e 1.268.665 com o 2º reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.006.715 crianças já foram imunizadas com a 1ª dose e 599.220 já tomaram a 2ª dose.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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