Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > SAÚDE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

SAÚDE

Maternidades baianas são referência em humanização

Unidades aplicam na prática o conceito de protagonismo das mulheres no atendimento e promovem acolhimento

Por Redação

12/05/2025 - 5:22 h
Imagem ilustrativa da imagem Maternidades baianas são referência em humanização
-

Até pouco tempo atrás, acesso a banheiras para parto, a ambientes com luz reduzida e música relaxante, a aromaterapia, a visitas de vinculação e a presença de acompanhantes de escolha da gestante era considerado luxo, restrito a hospitais e maternidades particulares de alto padrão. O cenário, porém, vem mudando rapidamente na Bahia.

Por meio de investimentos em estrutura, em qualificação profissional e em ações de conscientização, as unidades da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) passaram a oferecer ambientes acolhedores, com profissionais que respeitam os desejos das mães, favorecendo o parto ativo, natural e seguro.

A Maternidade Regional de Camaçari (MRC), por exemplo, é referência no cuidado humanizado. Conta com 107 leitos, distribuídos entre obstetrícia, gestação de alto risco, neonatologia, cirurgia ginecológica e plástica, além de leitos de UTI neonatal e unidades de cuidados intermediários (UCI), incluindo o modelo Canguru, que favorece o contato entre mãe e bebê.

Foi nessa unidade da rede estadual que Rebeca Alves, de 26 anos, realizou o parto de seu primeiro filho, José Lorenzo. Mãe de primeira viagem, ela deu à luz no último dia 25, em uma banheira de parto, acompanhada pelo marido, Alex Caetano. “Foi um conforto ter a companhia dele, me senti tranquila, pude relaxar”, conta Rebeca. “Para quem tiver dúvida, recomendo. Se tiver outro filho, farei de novo na banheira!”

Rebeca Alves
Rebeca Alves | Foto: Jamile Amine - Saúde GovBA

Com 30 semanas de gestação, a psicóloga Laisa Oliveira, de 31 anos, sonha em repetir a experiência de Rebeca, trazendo ao mundo outro Lorenzo, também na banheira de parto. “A água sempre foi um elemento muito presente na minha vida e é algo que sempre me acalma, então, até porque é meu primeiro bebê, acredito que a água vá me acalmar”, explica.

Laisa participou de uma visita de vinculação realizada no Hospital Regional de Camaçari, momento no qual as futuras mães e familiares têm a oportunidade de conhecer os espaços da maternidade, tirar dúvidas relacionadas à gestação, receber informações detalhadas sobre os cuidados com a recuperação pós-parto, aprender o conceito do parto humanizado e as diferentes formas de parto, além de compartilhar suas expectativas.

Laise Oliveira
Laise Oliveira | Foto: Jamile Amine

“É meu primeiro contato com a maternidade, achei importante vir logo para conhecer as instalações, conhecer onde o bebê vai nascer, pra ver se tudo está de acordo com o que eu espero, porque a gestação é um sonho”, diz a psicóloga, que avaliou a maternidade como confortável e humanizada. “Até as informações que a coordenadora passou para a gente, foi tudo bem explicadinho, eu me senti acolhida.”

Segundo a enfermeira Marluci Santos, coordenadora do ambulatório e responsável pela visita de vinculação, a atividade tem como proposta orientar as gestantes e aproximá-las da unidade de saúde, para que estejam ambientadas e confortáveis no momento do parto. “Todo o processo é feito no passo-a-passo, muito tranquilo e explicativo, para que no momento do parto elas retornem tranquilas, sem tantos medos e sabendo de tudo que vai acontecer com elas”, afirma.

Lojinha do Amor

Na Maternidade Professor José Maria de Magalhães Netto, em Salvador, a “Lojinha do Amor” se consolidou como espaço de acolhimento e cuidado para as mulheres durante a permanência na unidade. A loja reúne itens como roupas de bebê e de adulto, brinquedos, fraldas, produtos de higiene pessoal, calçados e cestas básicas, que podem ser acessados gratuitamente pelas pacientes.

Marília de Jesus e seu filho José Miguel
Marília de Jesus e seu filho José Miguel | Foto: Jamile Amine - Saúde GovBA

“A loja foi criada para as pacientes vulneráveis, que têm uma condição social mais precarizada”, explica a enfermeira Loliane Bastos, coordenadora do ambulatório e idealizadora do projeto. “A ideia era criar um ambiente empático, humanizado e acolhedor, para que as mães tivessem uma experiência positiva no momento da internação. Quando as pacientes chegam, nós informamos sobre a loja e convidamos para que possam conhecer o espaço e adquirir até três itens. Nós agendamos um horário com elas para recebê-las realmente como clientes VIPs.”

Desde dezembro do ano passado, quando foi criada, a iniciativa já beneficiou 600 gestantes e totaliza cerca de 1.800 itens doados e 300 cestas básicas, incluindo material de limpeza e higiene pessoal. De acordo com Loliane, o projeto tem promovido uma verdadeira corrente de solidariedade. “A gente tem recebido muitos donativos das próprias pacientes, que vieram aqui, beneficiaram-se, acharam o projeto bonito, e aí, quando os bebês estão um pouco maiores e perdem alguma coisa, já vão passando para a lojinha”, revela a enfermeira.

É o caso de Marília de Jesus, que buscou a loja para adquirir itens para o filho, José Miguel, de 1 ano e 6 meses, mas aproveitou também para deixar sua colaboração. “Eu estive aqui para uma consulta, vi a lojinha, doei alguns itens e peguei algumas coisinhas pra ele”, relata. “Achei legal, porque no momento meu menino estava precisando de roupa, porque tinha perdido muitas.”

Com funcionamento de segunda a sexta-feira, a “Lojinha do Amor” está aberta para receber novas colaborações. Os interessados podem entregar as doações no ambulatório da maternidade, localizada no bairro do Pau Miúdo.

Unidade em Ilhéus é especializada em saúde indígena

A Bahia dispõe de uma maternidade habilitada pelo Ministério da Saúde para realizar atendimento especializado para a população indígena, com equipe treinada para acolher esta população, respeitando aspectos culturais, sociais, religiosos e até a alimentação característica de cada etnia.

Inaugurado em dezembro de 2021 para atender gestantes, recém-nascidos e crianças, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, mudou a realidade para as gestantes indígenas, especialmente das etnias Pataxó, Tupinambá e Pataxó Hã-há-hãe. Até o final de março deste ano, a unidade registrou o nascimento de 392 bebês indígenas e cerca de 4 mil atendimentos, tendo como norte a humanização do cuidado, os direitos da mulher e da criança, além da consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Bruna Titiá
Bruna Titiá | Foto: Maurício Maron FESF

Um dos partos realizados foi o de Bruna Titiá, de 19 anos, moradora da Aldeia Caramuru Paraguaçu, comunidade com aproximadamente 5 mil habitantes localizada na zona rural de Pau Brasil. Estudante do quinto semestre de Ciências Sociais na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), a jovem indígena chegou à Emergência Obstétrica do HMIJS na tarde de 16 de abril e, às 19h30 do mesmo dia, deu à luz sua primeira filha, Lizzy Titiá.

Bruna afirma sonhar com um futuro no qual sua filha consiga vencer o preconceito, preservar as raízes, viver em paz e manter a tradição de seu povo. “O que queremos é respeito”, destaca. Ela diz ter escolhido o Materno-Infantil de Ilhéus para o nascimento da primeira filha por causa do atendimento especializado aos povos indígenas e pelos relatos que ouviu sobre o acolhimento na unidade de saúde. “Confirmei tudo pessoalmente”, afirma.

Com a habilitação junto ao Ministério da Saúde, o hospital coloca em prática diretrizes que vão da melhoria no acesso dos povos originários ao serviço especializado, passando por adequação da ambiência de acordo com as especificidades culturais e ajuste de dietas hospitalares considerando os hábitos alimentares de cada etnia.

Segundo a Sesab, a unidade presta ainda acolhimento e humanização das práticas e processos de trabalho dos profissionais em relação aos indígenas e demais usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando a vulnerabilidade sociocultural e epidemiológica de alguns grupos.

Estão previstos o estabelecimento de fluxo de comunicação entre o serviço especializado e a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, por meio das Casas de Saúde Indígena (Casai), e a qualificação dos profissionais que atuam nos estabelecimentos que prestam assistência aos povos indígenas quanto a temas como a interculturalidade. Também está estabelecido que o Hospital Materno-Infantil passa a ser referência no processo multiplicador para a implantação do Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI) nas demais unidades hospitalares da Bahia.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Covid 5 anos: profissionais de saúde relembram desafios da pandemia

Play

Covid: a luta de uma mãe que sofre com sequelas da doença

Play

Botulismo na Bahia: o que se sabe sobre mortes e casos

Play

Menina de 9 anos convive com a AME na luta por uma vida normal: "Supera Expectativas"

x