MATERNIDADE
Médica explica métodos para mulheres que querem ser mãe solo
Inseminação artificial e fertilização in vitro estão entre as opções
Por Da Redação
Indicadas não apenas para casos de infertilidade, mas para mulheres que desejam ter filhos de maneira independente, sem parceiro, as técnicas de reprodução assistida devem ser pensadas caso a caso, afirmou a ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Gérsia Viana, diretora do Centro de Medicina Reprodutiva (Cenafert).
“Uma paciente mais jovem e com boas condições de saúde em geral e de saúde reprodutiva pode realizar a inseminação artificial, considerada uma técnica de baixa complexidade”, disse Gérsia.
“Já uma mulher que decide ser mãe em idade mais avançada, que dispõe de uma baixa reserva ovariana, ou apresenta obstrução tubária, vai precisar realizar uma fertilização in vitro”, continuou.
Gérsia disse ainda que essas técnicas são feitas de modo seguro e apresentam bons resultados. No entanto, a médica alegou que nem sempre a gravidez vai acontecer na primeira tentativa.
“No caso da mulher que deseja ser mãe solo, ela pode engravidar com segurança através das técnicas de medicina reprodutiva e usando sêmen de doador”, continua a diretora do Cenafert.
A paciente, ainda segundo Gérsia, pode optar por bancos de sêmen nacionais ou estrangeiros. “A escolha do doador é feita com base em características físicas, genéticas e pode levar em conta até hábitos do doador”, disse.
“Quando a paciente chega ao consultório, ela deve passar por um aconselhamento reprodutivo com a equipe multidisciplinar da clínica, que envolve médicos especialistas em reprodução humana, embriologista e psicólogo”, afirma Gérsia.
Outro aspecto que a médica destaca é a importância da rede de apoio, com amigos e familiares, para a mulher que decide ser mãe solo.
Para a psicóloga Liliane Carmen Souza dos Santos, da equipe do Cenafert, o mais importante no processo de maternidade solo é que ele aconteça de forma completamente consciente.
"Vivenciar a maternidade solo não apenas é possível, como também é um reflexo natural do empoderamento da mulher moderna, que é plena, independente, capaz de fazer suas próprias escolhas”, afirma a psicóloga.
Banco de sêmen
Em Salvador, o Cenafert disponibiliza bancos de sêmen nacionais e estrangeiros com amplo catálogo de doadores para atender aos anseios das futuras mães. Quem recorre aos bancos de gametas para ter filhos pode escolher características físicas, emocionais e até hábitos do doador.
Os bancos de sêmen passam por um controle rigoroso para seleção dos doadores, com a finalidade de garantir a qualidade do material genético e a segurança da mãe e do bebê.
Os doadores passam por uma triagem médica para avaliar possíveis problemas de saúde, que possam comprometer a qualidade do sêmen, inclusive doenças infectocontagiosas. É feita também uma avaliação genética para evitar doenças hereditárias.
“Até a condição psicossocial do doador é avaliada para assegurar que ele está, realmente, pronto emocionalmente para o processo de doação anônima, de modo a evitar futuras implicações e conflitos”, explica a psicóloga Liliane Carmen.
No Brasil, de acordo com determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Federal de Medicina, a doação de amostra seminal deve ser anônima ou pode ser obtida através de um parente dos parceiros de até quarto grau, desde que não incorra em consanguinidade.
O anonimato tem como objetivo proteger os doadores e os receptores e evitar futuros conflitos. Além disso, a doação de gametas e embriões não pode ter fins lucrativos e há um limite de idade estabelecido: 37 anos para mulheres que vão doar óvulos e 45 para homens que doarão sêmen.
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