SAÚDE
Nova diretriz liga obesidade ao coração e recomenda prevenção rigorosa
Diretriz estabelece três níveis de risco cardiovascular para pessoas com sobrepeso ou obesidade

Por Redação e Agência Brasil

Pacientes adultos com sobrepeso ou obesidade devem ter a saúde do coração avaliada de forma sistemática.
A recomendação faz parte da Diretriz Brasileira Baseada em Evidências de 2025 para o Manejo da Obesidade e Prevenção de Doenças Cardiovasculares, lançada nesta semana por cinco entidades médicas nacionais: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Academia Brasileira do Sono (ABS).
O documento prevê que pacientes de 30 a 79 anos com sobrepeso ou obesidade, mesmo sem histórico de doença cardiovascular, devem passar por avaliação de risco por meio do escore Prevent. A ferramenta estima a probabilidade de infarto, AVC e insuficiência cardíaca nos dez anos seguintes.
Classificação de risco
A diretriz estabelece três níveis de risco cardiovascular para pessoas com sobrepeso ou obesidade:
Baixo: IMC abaixo de 40, idade menor que 30 anos, sem fatores de risco; ou risco inferior a 5% em dez anos pelo escore Prevent.
Moderado: IMC abaixo de 40, sem eventos cardiovasculares prévios, mas com fatores de risco; ou risco entre 5% e 20% pelo escore Prevent.
Alto: histórico de infarto, AVC, doença arterial periférica ou diabetes tipo 2 há mais de dez anos; risco acima de 20% pelo escore Prevent; ou escore de cálcio coronário elevado.
Também há uma categoria específica para risco de insuficiência cardíaca, que inclui pessoas com IMC acima de 40, apneia do sono grave, obesidade associada a diabetes e hipertensão, além de casos já diagnosticados da doença.
Canetas emagrecedoras entram na diretriz
O documento ainda aborda o uso dos medicamentos agonistas GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras. Entre eles estão a liraglutida e a semaglutida, que têm mostrado eficácia não apenas na perda de peso, mas também na redução do risco cardiovascular.
A recomendação é que a liraglutida seja considerada para adultos com sobrepeso ou obesidade e risco moderado ou alto. Já a semaglutida é indicada para pessoas com IMC a partir de 27, sem diabetes, mas com doença cardiovascular estabelecida, visando prevenir mortes, infartos e AVCs.
Outras recomendações
Além dos medicamentos, a diretriz reforça a importância da perda de peso associada à melhora de condições específicas.
O documento destaca benefícios como a remissão da apneia obstrutiva do sono em pacientes obesos e a melhora da função cardíaca e da qualidade de vida em pessoas com insuficiência cardíaca já estabelecida.
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