SAÚDE
Plano Brasil Saúde aposta em prevenção e abre horizontes para o setor
Projeção é de crescimento e expansão até 2025
Por Da Redação

O ano era 2021. A pandemia de COVID-19 ainda assustava o mundo. O complexo e concorrido mercado dos planos de saúde atravessava um dos momentos mais delicados já registrados e, ainda assim, o empresário baiano Paulo Bittencourt resolveu desafiar a adversidade e fundou o Plano Brasil Saúde.
A empresa é uma healthtech especializada em serviços de saúde complementar corporativa. Com experiência em gestão de hospitais e de institutos de saúde, o executivo criou a com uma proposta diferente da maioria dos outros players do setor.
O modelo de negócio é atuar em uma medicina mais preventiva, de olho na saúde do usuário para evitar complicações e doenças que oneram a operadora. O planejamento já vem dando resultado. O número de beneficiários saltou de 13 mil em 2022 para 16 mil em 2023. O faturamento teve crescimento de 104% na comparação anual, fechando o ano passado na casa dos R$ 24 milhões, com R$ 5,1 milhões de lucro.
A expectativa real para 2024 é alcançar 40 mil vidas e R$ 120 milhões em receita, com R$ 10 milhões no azul. “Fazemos um trabalho em que tudo é monitorado, pois 80% dos nossos custos são oriundos de 20% dos usuários. O segredo é monitorar esses 20%”, disse Bittencourt, ao apontar que os preços são, em média, 15% mais baratos do que os praticados no mercado em geral. “É bom para a pessoa que fica menos doente, bom para operadora que tem menos sinistros e custos e bom para empresa que contrata o plano porque diminuem as faltas dos funcionários e o absenteísmo”, afirmou o CEO em entrevista para a IstoÉ Negócios.
O Plano Brasil Saúde tem fechado no azul, na contramão do setor. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2022 as cerca de 680 operadoras registraram prejuízo operacional R$ 12 bilhões. No acumulado de 12 meses até setembro do ano passado, era de R$ 6 bilhões negativos. Mesmo diante de 51 milhões de usuários.
“É consenso entre especialistas de que é preciso cuidar da saúde das pessoas, não das doenças. Mas ninguém coloca isso em prática”, disse Bittencourt, ao avaliar ainda que a visão dos hospitais conveniados é ter mais atendimento dos usuários, enquanto os planos tentam reduzir consultas, exames e procedimentos. “O sistema é complexo.”
- R$ 120 milhões - é a projeção de faturamento para este ano. O lucro deve chegar a R$ 10 milhões
- R$ 12 bilhões - foi o prejuízo operacional registrado pelas 680 operadoras em 2022
Com trabalho voltado a planos corporativos, já que os individuais “são muito mais regulados e judicializados”, de acordo com Bittencourt, o Plano Brasil Saúde faz o chamado ‘trabalho de formiguinha’ para conquistar mais contratos. Neste ano, a estratégia do grupo e chegar às empresas de uma forma mais abrangente. “Temos de fazer nossa mensagem chegar aos potenciais clientes”, disse.
A operadora baiana está presente atualmente em cinco estados:
• Bahia,
• Rio Grande do Norte,
• Goiás,
• Pernambuco
• Sergipe.
Está na mira do executivo expansão para:
• Alagoas,
• Paraíba,
• Minas Gerais
• Distrito Federal
Para 2025, “não é exagero”, disse Bittencourt, a meta é alcançar 100 mil usuários e preparar o terreno para desembarcar no estado de São Paulo, o principal mercado do País, com 35% dos 51 milhões de beneficiários de saúde complementar. “Queremos chegar em São Paulo com hospital próprio e bem estruturado”, afirmou o executivo.
A ascensão está sendo rápida. O projeto é ousado. Mas em um setor tão complexo quanto competitivo, é preciso ter cautela com o futuro do Plano Brasil Saúde. Afinal, prevenir é melhor do que remediar.
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