SAÚDE
Poliomielite: entenda mudanças com fim da vacina em 'gotinha'
Ministério da Saúde determinou substituição da vacinação oral pela injetável
A tradicional vacina oral contra a poliomielite, popularmente conhecida como "gotinha", deixou de ser aplicada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), desde esta segunda-feira, 4. Isso porque, após determinação do Ministério da Saúde, o Brasil passou a adotar um novo esquema vacinal contra essa doença. Com isso, as gotinhas foram substituídas pela inativada poliomielite (VIP), que é injetável (injeção).
Por meio de nota, o órgão federal explicou sobre a mudança, que é válida para todos os estados do país. "A decisão do Ministério da Saúde em substituir as duas doses de reforço com vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), a famosa ‘gotinha’, pela injetável levou em conta as novas evidências científicas para proteção contra a doença. Com o avanço tecnológico, será possível garantir uma maior eficácia do esquema vacinal",
Ainda de acordo com o ministério, graças à vacinação em massa da população, o país está há 34 anos sem a doença. No entanto, é necessário que a sociedade continue seguindo o calendário nacional de vacinação. No esquema vacina o imunizante era aplicado em bebês, em três doses, sendo aos 2, 4 e 6 meses, além de duas doses de reforço da VOP, a ‘gotinha’, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Agora, será necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses.
À reportagem do MASSA!, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) disse que "a Sesab\Programa Estadual de Imunização já utilizava essa apresentação para as 3 doses iniciais do esquema primário. Agora terá apenas um reforço, também com essa vacina", destacou por meio de nota.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador também foi procurada para saber quais unidades estão oferecendo essa vacina e, segundo o órgão, todas as unidades de saúde da rede ofertam o imunizante.
Infectologista alerta sobre a doença
Embora ainda seja desconhecida por muitas pessoas, a poliomielite pode ocasionar sérios problemas à saúde. Quem explica mais sobre a doença é o médico infectologista Victor Castro Lima. "A poliomielite é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pela ingestão, principalmente, de água ou alimentos contaminados com o vírus. Ele causa originalmente uma doença diarreica, ou seja, um quadro gastrointestinal em que a pessoa pode ter diarreia, enjoo, e vômitos. A grande questão é que, como complicação dessa infecção gastrointestinal, a pessoa pode evoluir para um quadro que nós chamamos de paralisia flácida aguda, ou seja, repentinamente a pessoa perde a força muscular, principalmente das pernas", destacou o especialista.
O infectologista também explicou a diferença da gotinha para a vacina inativada poliomielite (VIP). "A vacina inativada intramuscular (injeção), ela tem menos chances de ter efeitos colaterais quando comparada com a vacina viral, a gotinha. A vacina por gotas é para as campanhas que são feitas ao longo da infância e também em situações em que se observa, eventualmente, aumento no número de casos de poliomielite, e aí, a gotinha, pode ser utilizada também como campanha. Apesar dos efeitos colaterais serem mais comuns com a vacina oral, ela também é uma vacina segura. Ambas têm uma eficácia bastante significativa".
"Levando em consideração que a gravidade de possíveis complicações que podem acontecer, ou seja, a pessoa pode ficar com uma redução da força muscular, inclusive, com sequelas motoras, que podem ser incapacitantes e levar o resto da vida. É muito importante estimular a vacinação das crianças, já que a vacina é o principal instrumento, é a principal ferramenta de prevenção contra essa doença. É uma forma de prevenir complicações graves que podem durar durante uma vida inteira", pontuou o infectologista ao ser questionado sobre as principais sequelas causadas pela doença.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes