Saiba como a má alimentação pode interferir na qualidade de vida

A sexta-feira, 31, é marcada pela celebração do Dia Mundial da Saúde e Nutrição. A data é importante para lembrar que uma alimentação desequilibrada pode favorecer um quadro inflamatório crônico, impactando no aparecimento de doenças, envelhecimento precoce da pele, piora da acne e celulite, perda da qualidade do sono, aumento do estresse e inchaço corporal.

Uma pesquisa publicada na revista Sleep Epidemiology apontou que cerca de 66% dos brasileiros dormem mal. A nutricionista Itana Oliveira lembra que existe uma grande relação entre a alimentação e a qualidade do sono.

“Já foi provado cientificamente que maus hábitos alimentares, como pular refeições, elevado consumo de açúcares, carboidratos refinados, gorduras e o baixo consumo de vitaminas e minerais podem impactar na qualidade do sono e consequentemente no nível de estresse. Isso acontece por conta de uma desregulação hormonal que acaba gerando um ciclo. Quanto pior for a qualidade do sono, maior o nível de estresse e a vontade de comer alimentos calóricos. E quanto pior a qualidade nutricional dos alimentos ingeridos, maior o nível de ansiedade, impulsividade e estresse gerados, prejudicando a qualidade do sono”, conta.

A especialista explica como os hormônios no corpo são afetados através da alimentação.

“Uma alimentação desequilibrada afeta a produção de hormônios importantes no nosso corpo, como a serotonina (hormônio do bem-estar) e a melatonina (principal hormônio regulador do sono). Com isso há um aumento nos níveis de ansiedade, impulsividade e vontade principalmente de comer doces. Além disso, há um aumento nos níveis de cortisol (hormônio relacionado com o estresse), que acaba afetando as escolhas alimentares. Com todas essas alterações os mecanismos internos de percepção de fome e saciedade ficam prejudicados e dessa forma é muito mais fácil exagerar nas refeições o que impacta no aumento do peso, quadro inflamatório e consequentemente saúde da pele”.

Além da interferência no sono e humor, as refeições também podem trazer alterações para a saúde da pele, que assim como outros órgãos, têm necessidades nutricionais específicas e por isso uma alimentação equilibrada é tão importante. Investir em alimentos anti-inflamatórios, antioxidantes, ricos em vitaminas e minerais, auxiliam na construção e manutenção de uma pele saudável e viçosa.

“Não existe nenhum alimento que de forma isolada é capaz de construir ou manter a saúde da pele, por isso é necessária uma alimentação equilibrada. O que acontece é que de forma geral as pessoas consomem mais alimentos pró inflamatórios do que anti-inflamatórios, e esse desequilíbrio no corpo repercute desde a saúde na pele, com piora da acne, celulite até a dificuldade em emagrecer. Por isso, o consumo de alimentos inflamatórios, como os industrializados, que são ricos em aditivos químicos, gordura saturada, trans, açúcar, os embutidos, óleos refinados, margarina, salgadinhos, não devem fazer parte da rotina alimentar. O ideal é investir em alimentos anti-inflamatórios, com uma base rica em legumes, verduras e frutas. É importante ressaltar a importância de sempre incluir um vegetal verde escuro, já que é fonte de magnésio, super anti-inflamatório, frutas cítricas ricas e vitamina C, como laranja, acerola, kiwi, alimentos ricos em ômega 3, como os peixes, a linhaça, boas fontes de proteína, e claro, não podemos esquecer da água, já que é água que vai ajudar na eliminação das toxinas”, explica Itana.

Uma alimentação saudável além do emagrecimento, proporciona uma mudança no estilo de vida. “Não se trata de cortar alimentos ou fazer uma dieta restritiva. Ter uma alimentação saudável tem a ver com o aumento de energia, vitalidade e disposição”, conclui a nutricionista.