FEVEREIRO LARANJA
Sem fatores de risco, leucemia é combatida com diagnóstico precoce
Simples exame de sangue de rotina, como hemograma, é o suficiente para diagnóstico inicial ou suspeita
Por Da Redação
Durante o mês de combate à leucemia, chamado de "Fevereiro Laranja", médicos especializados no tratamento da doença tentam conscientizar a população a fazer periodicamente check-ups.
Hematologista do NOB Oncoclínicas, Luiza Cardoso afirma que o check-up necessário não é complexo. “Um simples exame de sangue de rotina, como o hemograma, pode ser o suficiente para o diagnóstico inicial ou a suspeita de leucemia", afirmou.
“Quando se identifica precocemente alterações no hemograma e a doença é confirmada, através de outros exames específicos como o mielograma, e tratada logo no início, as chances de cura aumentam bastante”, acrescenta Luiza, que diz ser difícil identificar fatores de risco para a doença.
Herança genética, tabagismo, exposição ambiental ao benzeno e à radiação ionizante, exposição a agrotóxicos e solventes podem aumentar as chances, embora ainda não existam pesquisas conclusivas sobre o tema.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 11.540 novos casos de leucemia devem ser registrados em 2024 no Brasil. Na Bahia, a estimativa é de 680 novos casos. Esse tipo de câncer, que começa na medula óssea e se espalha para outras partes do corpo, faz com que os glóbulos brancos (leucócitos) percam a função de defesa do organismo e passem a se reproduzir desordenadamente.
Sintomas mais comuns
Sintomas como perda de peso sem motivo aparente, palidez, cansaço, falta de energia, febre ou suores noturnos, aumento de gânglios, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, sangramentos sem causas aparentes e desconforto abdominal devem ser investigados por um médico.
A leucemia pode afetar pessoas de diferentes faixas etárias, inclusive crianças, como no caso da leucemia linfoide aguda.
Terapia gênica: avanço promissor
Algumas terapias, como o Cart Cell, são esperança para o tratamento de tumores hematológicos. A terapia já é usada nos Estados Unidos e em outros países para tratar alguns tipos de leucemias e linfomas avançados.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou quatro medicamentos para terapia gênica com células CART Cell, uma nova forma de imunoterapia personalizada que utiliza células de defesa do sistema imune do próprio paciente, os linfócitos T, modificadas geneticamente em laboratório para reconhecer e lutar contra os tumores.
Indicada para tratar tumores recidivados ou que não responderam a outros tratamentos, cirúrgico, radioterápico ou quimioterápico, a terapia é usada nos casos de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) de células B, Linfomas não Hodgkin e mieloma múltiplo.
Por enquanto, o tratamento ainda não faz parte do rol de procedimentos da saúde suplementar e não foi incorporado ao SUS, mas já vem sendo realizado, em caráter experimental, através de ensaios clínicos realizados apenas por instituições de referência.
“Trata-se de uma possibilidade terapêutica que usa tecnologia avançada e pode trazer resultados mais efetivos e mais qualidade de vida para pacientes com tumores avançados”, afirma Luiza Cardoso.
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