CAMPANHA VACINA BRASIL
Vacinação atualizada pode reduzir a Covid Longa, dizem especialistas
Não vacinados com a imunização contra a doença apresentam maiores riscos de desenvolver a condição
Por Carla Melo*
Condição mais resistente dos sintomas do coronavírus em até três meses após infecção, a Covid-19 Longa pode ser reduzida diante da imunização pela nova vacina atualizada contra as sublinhagens Ômicron XBB e cepas circulantes do SARS-CoV-2, que já está disponibilizada nos postos de saúde do Brasil.
Atualmente, a Covid Longa, conhecida no campo médico como Síndrome Pós-Covid-19, está ligada a três em quatro casos em adultos no sul do país tiveram Covid-19. Não vacinados com a imunização contra a Covid-19 apresentam maiores riscos de desenvolver a condição do que vacinados.
As mortes por Covid-19 ainda preocupam os especialistas e profissionais da área de saúde, até mesmo em comparação à Dengue. No início de 2024 até 17 de maio, o Brasil registrou 3.452 mortes por Covid-19 e mais 590 mil novos casos da doença, segundo dados da plataforma Coronavírus Brasil. O SARS-CoV-2 foi responsável por causar mais mortes do que a Dengue - 3.400 óbitos contra 2.715.
Alexandre Naime, Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) explica que a Covid-19 adquiriu variações ao longo do tempo, e que atualmente consegue fugir das nossas respostas imunológicas.
“Tivemos 7 milhões de mortes globais e isso chama muito a atenção. Agora, a covid-19 tem outra face, que não fica tão evidente. A Covid Longa, que são as condições pós-covid, se referem a um conjunto de sinais e sintomas que se mantém após covid após quatro semanas. Os sintomas mais frequentes são fadiga extrema, em que permanece uma inflamação. Também após infecção por covid agudo acontecem perdas de memória, dores articulares, falta de atenção, distúrbio de sono, perda de olfato que duram quatro semanas e até anos”, concluiu o infectologista durante lançamento da campanha Vacina Brasil, nesta terça-feira, 28, em São Paulo.
Com a média de mortalidade por Covid-19 de 1 mil brasileiros por mês, a ADIUM, em parceria com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), lançou a campanha Vacina Brasil com objetivo de conscientizar a população dos riscos das variantes da covid-19, principalmente do desenvolvimento da Covid-19 Longa e, possibilitar o alcance para a imunização da nova vacina atualizada nos postos de saúde.
Também presente no lançamento esteve o ator Ary Fontoura, que contou sobre sua experiência com a doença e também ressaltou a importância de a população se vacinar com o imunizante atualizado contra a Covid-19.
“Desde que me conheço por gente, sempre ouvia que a vacinação era sinônimo de vida. Sempre fui vacinado e é uma tradição na minha família. Quando vi pessoas negando durante o isolamento, fiquei triste e pensando onde chegaríamos. Essa é uma vacina mais completa e me sinto muito feliz em falar sobre isso para falar da necessidade da vacinação e quero que todos tenham acesso a vacinação gratuita”, disse o ator, que também é embaixador da campanha.
Impactos econômicos
Os públicos que estão mais sujeitos a pegar a Covid Longa são mulheres, com idade avançada, com obesidade, tabagismo, comorbidades, não vacinados e entre outros De acordo com informações do Ministério da Saúde e estudos recentes da Fiocruz e da OPAS/OMS, entre 10% e 20% dos pacientes recuperados da Covid-19 podem desenvolver a Covid longa.
Para a presidente do Comitê Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Maisa Kairalla, além das perdas de vidas e os impactos sociais que a não vacinação causa na sociedade, ainda é preciso lidar com os impactos econômicos.
“O impacto econômico para os não vacinados é muito grande porque você aumenta a doença porque a incidência é maior. O exemplo disso são os fechos de internações hospitalares. Temos o impacto inclusive daquilo que não é pontuado, que é o idoso que começa a precisar de um cuidador, do idoso que precisa alguém parar de trabalhar pra cuidar dele. As pessoas começam a precisar de fisioterapia, fonoaudiologia.. Então, é importante quando se previne as infecções. Nosso programa nacional de imunização é extenso, a gente tem várias outras formas de fazer prevenção”, continua a geriatra.
*Repórter viajou para São Paulo a convite da ADIUM
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