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30/06/2024 às 6:00 - há XX semanas | Autor: Joana Oliveira*

TECNOLOGIA

60% dos brasileiros temem impacto das IA's no trabalho

Receio dos brasileiros com relação ao avanço de inteligências artificiais supera a média global

A inteligência artificial (IA) já está transformando diversos setores do mercado de trabalho brasileiro, como indústria, saúde, finanças e varejo. E, de acordo com o estudo global Talent Trends, da Michael Page, 60% dos profissionais no país têm em a tecnologia e são os que mais acreditam que ela terá um grande impacto em seus planos de carreira a longo prazo, superando as médias global (52%), da América Latina (50%).

Por outro lado, o estudo, que ouviu 50 mil trabalhadores em 37 países, mostra que os brasileiros também lideram o uso da IA no próprio trabalho: 37% utilizam chatbots ou outras ferramentas para facilitar as atividades e automatizar tarefas repetitivas.

“Esse avanço tecnológico cria oportunidades de emprego nas áreas de desenvolvimento de IA e ciência de dados, embora possa reduzir vagas em funções administrativas”, comenta Mario Maffei, gerente da divisão de Tecnologia da Michael Page. Segundo ele, a tecnologia traz diversas oportunidades aos profissionais, como novas demandas de trabalho em desenvolvimento, análise de dados e segurança cibernética.

“Ferramentas de IA aumentam a produtividade, permitindo que os profissionais se concentrem em tarefas mais complexas. A personalização de serviços e produtos, facilitada pela tecnologia, abre novas oportunidades de inovação e negócio. O desenvolvimento de startups inovadoras também é incentivado pela democratização do acesso ao mercado proporcionada pela inteligência artificial”.

“Avanço tecnológico cria oportunidades de emprego nas áreas de IA e ciência de dados”

Mario Maffei - Gerente da divisão de Tecnologia da Michael Page

Carlos Alberto da Purificação, geofísico de formação, enxergou essas oportunidades anos atrás. Na graduação, acostumou-se com computação, algoritmos e modelagens matemáticas, mas queria trabalhar com mais dados. No mestrado, passou a se dedicar ao machine learning e hoje é especialista em IA no Senai Cimatec.

“IA nada mais é do que transmitir um conhecimento para o computador. Aplicamos esse recurso nas mais variadas áreas da indústria, desde robótica até o setor de alimentos”, conta. Ele dá um exemplo: Uma empresa queria definir padrões para identificar defeitos em uvas. No Cimatec, foram colocadas câmeras para gravar as frutas e gerar um modelo computacional no qual o algoritmo é capaz de dizer se cada uva tem um defeito A ou um defeito B.

Ainda na graduação, Carlos enxergou as oportunidades e hoje é especialista em IA
Ainda na graduação, Carlos enxergou as oportunidades e hoje é especialista em IA | Foto: Acervo Pessoal

“Assim, automatizamos uma tarefa que sobrecarregaria os olhos humanos”, celebra Carlos Alberto, que não tem receio de que as máquinas roubem os trabalhos das pessoas. “Quando surgiram os primeiros softwares de estatística, os profissionais da área ficaram com medo de ser substituídos. Mas aumentou a demanda por profissionais que alimentassem esses softwares. Sempre será necessário um humano para fazer a validação dos dados. E, até 2050, veremos surgir cargos em áreas que nem existem ainda”, diz.

Murilo Boratto, professor da Uneb que trabalha há mais de 20 anos com computação de alto desempenho, acredita que só ficará sem emprego quem não estiver preparado para se adaptar a essa realidade. “Já é possível, por exemplo, usar chats de IA para programar. Então, se antes uma equipe precisava de cinco programadores, hoje demanda dois ou três profissionais”.

No Cimatec, onde o primeiro projeto de IA surgiu em 2017, a demanda por trabalhadores da área tem aumentado nos últimos anos, conforme relata Júnia Ortiz, líder técnica de projetos de Big Data e IA na instituição. “A procura por profissionais tem aumentado porque, além de estudar as ferramentas que estão sendo desenvolvidas no mercado, também criamos as nossas próprias aplicações”. Ela conta, por exemplo, que é possível criar ferramentas similares ao Chat GPT para áreas específicas, como saúde ou Justiça, por exemplo.

37% dos brasileiros utilizam chatbots ou outras ferramentas para facilitar as atividades e automatizar tarefas repetitivas, o que coloca os profissionais daqui na liderança do uso da inteligência artificial no próprio trabalho

Ciente da brecha de gênero em todas as áreas de engenharia e tecnologia – de acordo com o Fórum Econômico Mundial, apenas 36% dos estudantes de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) são mulheres –, Júnia incentiva a participação de mulheres e meninas nessas áreas. “O Senai oferece graduação em engenharia de dados e IA com bolsas para mulheres. Nas vagas de estágio, tentamos priorizar a presença feminina”, conta.

Laís Viana, estudante de engenharia da computação, é uma das mulheres que pretende ajudar a mudar esse cenário. Estagiária numa empresa de inovação e transformação digital, ela usa IA para, entre outras coisas, criar metodologias relacionadas ao marketing. Laís conta que aprendeu os primeiros conceitos de automação para otimizar planilhas no Excel. “Usava muitos dados e fórmulas, até que pensei ‘isso aqui vai ficar melhor se eu conseguir utilizar inteligência artificial’.”

Ela também vê mais oportunidades do que ameaças no mercado de trabalho. “Enquanto algumas funções serão automatizadas, outras vagas vão surgir. Em muitos casos, o trabalho só vai ficar mais fácil, o que permitirá que as pessoas se aprofundem em outras atividades e conhecimentos ou até explorem outras áreas de atuação”, diz.

Capacitação na área

Além da resistência à mudança e o medo de perder o emprego, a falta de treinamento adequado em ciência de dados é uma barreira para adentrar o mercado de trabalho de IA. Como muitos recursos estão disponíveis principalmente em inglês, a barreira linguística também pode ser um desafio. “É importante investir em educação formal em áreas relevantes para a IA e também buscar cursos online e imersivos, que conectam teoria e prática (bootcamps) e seminários (workshops) que oferecem treinamentos intensivos e práticos”, recomenda Mario Maffei, da Michael Page.

Participar de comunidades online, grupos de estudo e eventos de networking também ajudam, segundo ele, na troca de conhecimentos. “Dominar linguagens de programação, especialmente Python, é fundamental. Manter-se continuamente atualizado com as últimas tendências também é essencial para aproveitar as oportunidades trazidas pela inteligência artificial no mercado de trabalho”, acrescenta Mario Maffei.

*Colaborou João Vitor Sena

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