Elon Musk alega violação de acordo e desiste de compra do Twitter
Distrato acontece três meses depois do anúncio de aquisição da plataforma por US$ 44 bilhões
O Twitter não vai mais mudar de dono. Pelo menos por enquanto. O bilionário Elon Musk comunicou nesta sexta-feira, 8, a desistência do negócio à SEC (Security and Exchange Comission), o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil.
No documento Musk afirma que houve uma violação material de várias disposições do acordo. O anúncio da saída de Musk do negócio acontece três meses depois que ele anunciou a conclusão dos entendimentos com o conselho de administração do Twitter para a compra da rede social por US$ 44 bilhões.
As ações do Twitter caíram 6% em negociações estendidas após o anúncio do cancelamento do negócio. Na carta entregue à comissão, foram explicitados os motivos da desistência. "O Twitter não cumpriu suas obrigações contratuais. Por quase dois meses, Musk buscou os dados e informações necessários para 'fazer uma avaliação independente da prevalência de contas falsas ou spam na plataforma do Twitter'", diz o documento.
Os sinais de que havia problemas na aquisição começaram a se tornar públicos em 13 de maio, quando o homem mais rico do mundo chegou a suspender temporariamente o negócio, alegando que o Twitter não conseguiu justificar os pedidos dele para saber mais sobre a a abundância de contas de spam na rede social.
Em junho, ele voltou a ameaçar desistir da compra, pelo mesmo motivo. Dados do Twitter indicam que os perfis fake e usados para postagens de mensagens de spam representam 5% da base de 229 milhões de usuários ativos da rede. Mas Musk dizia que não acreditava que as "metodologias de teste negligentes" da empresa fossem adequadas e que queria conduzir sua própria análise. Por isso, solicitou dados à rede social, que nunca os forneceu.