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Projeto ‘Brasil com S’ promete levar cultura brasileira ao metaverso

Projeto de colecionáveis em NFT visa criar um centro para artistas e promover shows, exposições e debates

Publicado segunda-feira, 05 de setembro de 2022 às 13:30 h | Atualizado em 05/09/2022, 14:37 | Autor: Da Redação
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Um projeto de colecionáveis em NFT promete levar a cultura brasileira para o metaverso e criar um centro para expor artistas e promover shows, exposições e propor debates. Com ilustrações com camadas de diversos tons de pele e corpo, os avatares do Brasil com S também vão carregar itens, acessórios e características próprias do país.

O lançamento será no dia 7 de Setembro, para chamar atenção diante da escalada de tensão política e reafirmando a posição da cultura e da arte na defesa da democracia.

Para repensar o financiamento da cultura e garantir o sustento de artistas 'brasucas', o Brasil Com S convoca os brasileiros preocupados com o desmonte do setor nos últimos anos a se juntar à comunidade na web 3.0.

Além da falta de investimento, catástrofes como os incêndios no Museu Nacional e na Cinemateca agravaram o cenário já preocupante. Tudo isso em meio à pandemia de Covid-19, que impôs a necessidade de distanciamento social e, consequentemente, atingiu fortemente o setor.

As características físicas das artes são distribuídas a partir de um algoritmo criado com base em dados no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para tentar garantir o máximo de diversidade e representatividade.

Os itens dos avatares representam os brasileiros de diferentes regiões, como chapéu de cangaceiro, óculos ‘juliet’, ou até um risco na sobrancelha e um copo de café modelo ‘americano’.

Esses itens poderão ser utilizados como “wearables” no metaverso. Um dos planos prevê a construção de um centro cultural no Decentraland, que será uma vitrine para artistas brasileiros e para abrigar shows, exposições e propor debates neste novo mundo.

"Nossa ideia é que cada brasileiro se sinta representado em uma de nossas artes. Nós acreditamos que podemos tomar as rédeas e ajudar o país. Queremos o apoio de todo mundo que se identificar com a nossa comunidade", explicou Moisés Santana, fundador do Brasil com S, que se juntou a Euler Reis (Diretor de Tecnologia) e Matheus Volpe (Diretor Financeiro) para tirar o plano do papel.

"A proposta é abrir espaço para os artistas do Brasil se apresentarem neste centro cultural. Queremos inovar também e levar debates, discussões, qualificar o conteúdo neste espaço e fincar a nossa bandeira no metaverso", acrescentou o designer de 29 anos, formado em Cinema.

NFT's são tokens não fungíveis. Fungível é aquilo que se gasta com o tempo, ou que pode ser trocado por outra coisa que tenha o mesmo valor, qualidade ou quantidade.

É um ativo digital que representa objetos ou bens valorizados no mundo real. Isso inclui qualquer tipo de arte, avatares, memes, itens de games e música, que podem ser negociados na internet, na maioria das vezes com moedas digitais.

No caso do Brasil com S, cada arte vai vir com um atributo definido aleatoriamente. Este 'dote' vai dar direito ao colecionador a algum tipo de benefício real. Caso aquela colecionável venha com o atributo 'CDF', ele vai ter descontos em cursos online, por exemplo. Se for contemplado com o 'Cult Bacaninha' vai desfrutar de abatimentos e gratuidades em shows e exposições.

Outros atributos como 'Cria' e 'Bicho Grilo' vão reverter automaticamente os royalts de toda transação daquela arte para ONG's e entidades parceiras do projeto, voltadas à promoção social ou em defesa do meio ambiente.

O Brasil com S vai manter um blog ativo com conteúdo informativo e diverso sobre o país, e também servir como fonte para educar as pessoas sobre a web 3.0.

Outras ambições também estão no rol dos idealizadores da coleção após o primeiro ‘drop’, como criar um próprio 'marketplace' - um supermercado onde pode-se adquirir NFT's - com uma curadoria especial para expor obras de artistas do país.

Brasileiros no mercado

Vários artistas brasileiros já têm se destacado na produção digital em NFT e fazem sucesso em todo o mundo. Em junho deste ano, alguns deles foram selecionados entre 221 que expuseram no evento NFT.NYC, em Nova York (EUA), que levou as obras à Time Square.

São eles Costa Jpeg (@costajpeg), um dos pioneiros da criptoarte no Brasil, Laura Faria (@laufaria), especialista em colagens que refletem problemas sociais, e Leila Pinto (@leilapintonyc), que explora muito bem as cores nas suas pinturas.

Artistas famosos antes da era do NFT decidiram também entrar na onda e abraçaram a tecnologia. A Pablo Vittar chegou a arrecadar mais de R$ 500 mil com a venda de obras de arte em NFT como estratégia para o lançamento de um álbum em 2021 que celebrou seus cinco anos de carreira.

Recentemente, a turnê de despedida do ilustre cantor Milton Nascimento contou com uma ação de venda de 400 NFT's que atrelavam experiências únicas aos fãs, além de garantir ingresso em um dos últimos shows da sua carreira. Aos 85 anos, a lenda do jazz no Brasil, Hermeto Pascoal leiloou partituras inéditas com direito ao uso das músicas e um livro escrito por ele.

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