TURISMO
Bem-vindo à natureza de Guaibim
Por JORNAL A TARDE
Esta praia é a mais famosa da região de Valença e seu ecossistema é protegido por uma Área de Proteção Ambiental
DA EDITORIA
São quase 20 km de praias belíssimas que praticamente marcam o começo da Costa do Dendê. O nome Guaibim é de origem indígena e significa águas do além, que hoje poderia ser traduzido também por longe dos agitos da cidade grande. Localizada a 17 quilômetros de Valença, Guaibim é servida por estrada asfaltada e linhas regulares de ônibus.
A expressão Guaibim explica a crença dos índios na existência de monstros no mar, coisa que não perdeu o sentido de todo, considerando que as praias de Guaibim são um importante berçário de tartarugas marinhas, que agora enfrentam outros monstros, os da depredação do meio ambiente.
Para quem vai visitar Guaibim pela primeira vez, é bom ficar sabendo que as suas praias estão subdivididas em três partes: Taquari, Guaibinzinho e Guaibim. Todas elas são ideais para banhos de mar tranqüilos, revigorantes caminhadas e prática de diferentes esportes náuticos.
SOSSEGO E SURFE Na Praia de Guaibim, por exemplo, durante a cheia da maré, as condições são muito boas para o surfe, o que atrai para lá todos os anos algumas etapas importantes de campeonatos nacionais. Na Enseada do Taquari, trecho mais tranqüilo, as famílias e casais enamorados encontram o sossego que buscam para alguns dias de repouso e lazer em contato direto com a natureza.
A infra-estrutura do lugar ajuda ao desenvolvimento desse tipo de turismo discreto, tão em voga nos dias de hoje. Taquari surge, portanto, como um trecho ideal da Costa do Dendê para os baianos que desejam curtir suas férias no período pós-Carnaval. Anote: os banhos de água doce nos rios Taquari e Guaibinzinho são imperdíveis.
Os programas úteis também se diversificam. Ainda em Taquari, o visitante pode conhecer a maricultura, onde camarões são criados em escala comercial. Ou ainda ficar por dentro do artesanato que é produzido no distrito próximo de Maragojipinho, principalmente os que são feitos a partir de coco e cerâmica.
Bem perto de Ponta do Curral
BERNARDO DE MENEZES
De Guaibim consegue-se avistar o farol do Morro de São Paulo. A localidade fica próximo da praia de Ponta do Curral onde, por volta de 1557, o português Sebastião Pontes desembarcou as primeiras cabeças de gado, caracterizando o lugar como uma das mais antigas fazendas do litoral brasileiro.
Ponta do Curral é praticamente uma continuação de Guaibim na direção sul. Esta praia tem areias alvas, cortadas por inúmeros córregos e enfeitadas por coqueiros e Mata Atlântica nativa. Ao sul, fica a ponta da praia, às margens do Canal de Taperoá, que separa a Ilha de Tinharé (Morro de São Paulo) do continente. O chamado besouro (trator) percorre o local com turistas. Ponta do Curral tem ondas fracas, areia clara e fina e é cercada por fazendas de coco.
APA ajuda a preservar meio ambiente
A região de Guaibim foi importante na história do País na época colonial. Na Ponta do Curral, onde o gado permanecia de quarentena, deu-se o início da ocupação das terras por pequenos latifundiários. A necessidade de preservação de uma extensa planície litorânea diante do aumento do processo de ocupação motivou a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Guaibim, pelo Decreto Estadual nº 1.164, de 11/05/92.
São 2 mil hectares pertencentes ao município de Valença, brindados pela natureza com ecossistemas de restinga e manguezais, faixas de praia, brejos e remanescentes de floresta ombrófila. Hoje, a APA tem uma comunidade constituída de pescadores, alguns latifundiários e, em grande parte, pessoas que vivem do comércio de mariscos, assim como a maricultura, forte na região.
Uma radiografia do santuário
A fauna e a flora possuem grande diversidade de espécies silvestres. A APA abrange também a foz do Rio Jequiriçá, o Canal de Taperoá e a região litorânea do município de Valença. A região apresenta clima quente úmido e as praias desertas estão associadas a ecossistemas como restinga, manguezais e brejos.
Uma Área de Proteção Ambiental caracteriza-se pela ocupação humana; tem o objetivo de proteger a diversidade biológica, assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos e disciplinar o processo de ocupação.
O solo da APA Guaibim apresenta baixa fertilidade natural, pois é muito arenoso (quando não apresentam diversas áreas alagadiças), dificultando a agricultura como base para o comércio local.
Em que pese a freqüente agressão humana, ainda é representativa a fauna local, principalmente as aves. Bem-te-vi (Pitanguis sulphuratus), sofrê (Leterus icterus), socós, pica-paus, gaviões e patos selvagens são numerosos. A região ainda abriga animais de maior porte como tatus, veados, pacas, além de répteis, como o teiú e muitas espécies de cobra.
SIGNIFICADO A palavra indígena guaibim significa águas do além. Segundo a tradição, os índios acreditavam que sua águas eram habitadas por seres marinhos denominados de Igba Meapina, ou diabo pelado. Estes seres eram do tamanho de crianças, tinham o corpo peludo e a cabeça pelada.
Fantasias à parte, os turistas que vão a Guaibim só encontram coisas belas pela frente, como nos passeios pela praia e rios. Tem também o sítio histórico de Mapendipe, onde estão as ruínas do engenho que deu nome à cidade de Valença. Muita gente aproveita para caminhar até a enseada do Taquari.
Lá existem pousadas e restaurantes onde a vedete do cardápio é o camarão, iguaria famosa do lugar. Lá tem fazendas de maricultura, onde é recomendável a compra sobretudo no período de defeso da espécie.
COMO CHEGAR
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