TURISMO
Expedição Chile: Santiago exala luta por direitos e destaca ‘herói nacional’

Por Thaís Seixas*

Santiago, 25 de outubro de 2019. Mais de um milhão de pessoas se reúnem no maior protesto do Chile desde o fim da ditadura (1973-1990). A onda de manifestações foi motivada pelo aumento nas passagens do metrô e também era contrária ao presidente Sebástian Piñera. Três meses depois do protesto histórico, Santiago ainda guarda as marcas do movimento que chamou a atenção de todo o mundo.
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Circulando pelas ruas da capital chilena, sentimos o ar dos protestos por meio das palavras de ordem contra o governo que estão espalhadas pelos muros da cidade. E a partir daí, conhecemos histórias que só quem viveu os fatos – ou acompanhou de perto – pode nos contar.

Ainda no primeiro dia de atividades da nossa Expedição Chile – após deixarmos a vinícola Concha y Toro – seguimos com o guia de turismo Alejandro Napoleoni, que nos trouxe informações detalhadas sobre Santiago.
A cidade ainda guarda muitas construções antigas, inspiradas na arquitetura francesa, que permanecem inabaladas com os recentes acontecimentos. O tour incluiu o Palacio de la Moneda, onde funciona a sede do governo, e muitos museus (todos fechados, por ser segunda-feira), incluindo o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, que retrata a ditadura chilena.

Mas o que chama mais a atenção são os locais que ainda pulsam e nos remetem à luta do povo chileno, como a Plaza Italia, palco das manifestações, e um shopping no centro de Santiago, que no dia 29 de outubro foi incendiado e saqueado pelos manifestantes, permanecendo de portas fechadas até agora.
Diante de todo esse contexto político, eis que ressurge a figura de um símbolo nacional: ‘El Negro Matapacos’. Trata-se de um cachorro de cor preta, que virou herói nos protestos de 2010, quando milhares de estudantes tomaram as ruas pedindo o fim do controle empresarial da educação – com a maioria das escolas ligada a grupos privados.
Pois o animal de rua ganhou notoriedade ao morder policiais e defender os estudantes. O ‘Matapacos’ pode ser traduzido a partir da denominação informal – e não tão bem recebida – de policiais como ‘pacos’.
Confira alguns momentos do Negro Matapacos durante protestos em Santiago:
A imagem de El Negro Matapacos está estampada em bandeiras e em pinturas espalhadas pelas ruas da capital, que o colocam em posição de destaque em meio a diversas ações simultâneas, como se configurou o cenário político local.
O bairro de Yungay é um destes locais que carregam muita arte de cunho político. Paramos para jantar em um simpático restaurante, chamado Peluqueria Francesa, e como ainda tínhamos tempo, fomos caminhar pelas ruas da região. E lá está uma das pinturas que destacam o simpático cachorrinho, que não sobreviveu para participar dos protestos do ano passado – ele morreu em agosto de 2017.

E assim nos despedimos de Santiago, para partir em direção ao sul – e o frio – do Chile. Acompanhe as próximas matérias, que trarão aventuras na natureza e muita história do povo chileno!
*A jornalista viajou a convite da JetSmart
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