TURISMO
Expedição Chile: subida à Cratera Navidad, formada a partir de erupção vulcânica
Por Thaís Seixas*

Chegamos ao fim da Expedição Chile com a última atividade de aventura dentro da Reserva Malalcahuello, no sul do país. Hoje vamos subir a Cratera Navidad, formada a partir de uma erupção do vulcão Lonquimay no Natal de 1988.
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O local está relativamente perto do Valle Corralco Hotel, onde estávamos hospedados, mas ainda assim vamos de carro até a placa que indica o início da trilha. Antes, nosso guia Gardy Espinoza passa algumas orientações sobre o tipo de solo – pedras vulcânicas soltas, que dificultam a caminhada e podem gerar quedas – e como utilizar a posição dos pés a nosso favor. Também ganhamos dois bastões de trekking que são essenciais para o passeio, sobretudo na descida.

Como já disse, a cratera Navidad resulta da última erupção do Lonquimay, ocorrida no dia de Natal de 1988. A explicação, segundo Gardy, é que o cume do vulcão estava congelado e, devido à pressão interna, a lava ‘encontrou’ outro caminho para sair, pela parte lateral.
Segundo o guia, a força da erupção foi tanta que alcançou 9 km de altura. Gardy lembra que, ainda criança, celebrava o Natal com a família quando ouviu o estrondo. Todos saíram correndo para a sede da cidade de Curacautin. “Os resíduos do vulcão contaminaram o pasto e todo o gado morreu. Depois do susto, pudemos acompanhar a ação de pesquisadores na cratera”, relata.
De volta à Navidad, começamos nossa caminhada pelo solo arenoso, que amplia nossa coleção de pedras no sapato. Nada que uma parada estratégica para limpar os tênis nos possibilite seguir adiante.

Se a parte plana já é um pouco difícil de caminhar, imagine a hora da subida, quando nossos pés escorregam pelas pedras e nos obrigam a utilizar mais força nas passadas. Durante o percurso, encontramos aventureiros de todas as idades – incluindo idosos com preparo físico melhor que o nosso (risos) -, o que nos motiva a continuar.
Na chegada, temos a incrível vista não só da grande cratera, mas também do vulcão Lonquimay ao lado. Um detalhe é que, no topo, há locais abaixo da terra por onde ainda escapa fumaça. Segundo Espinoza, isso significa que o vulcão ainda não está adormecido. Entretanto, antes de entrar em erupção, há uma série de sinais que alertam a população local a evacuar a área, como ruídos e outros fatores naturais.


Na descida, o cuidado tem que ser redobrado, porque o risco de queda é ainda maior. Minhas duas companheiras de viagem levaram tombos nessa parte, mas eu, com minha experiência de muitos anos (#sqn), passei ilesa. O motivo é que prestei muita atenção nas orientações de Gardy, e utilizei a posição certa do calcanhar, que tem de ficar a 90º em relação às pedras (não sei se deu para entender direito, mas deu certo).
De lá, ainda conhecemos um Mirador de Volcanes (Mirante de Vulcões), de onde se pode ver a Navidad e o Lonquimay, além de outros vulcões da região, incluindo um que fica na fronteira com a Argentina.


Depois das fotos, é hora de voltar ao hotel e aguardar o transfer para o aeroporto de Temuco, de onde partiremos para Santiago e, no dia seguinte bem cedo, retornamos a Salvador. E Expedição Chile fica por aqui, reunindo experiências únicas de um país receptivo e cheio de histórias para contar. Até a próxima!
*A jornalista viajou a convite da JetSmart
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