TURISMO
Mont Saint Michel: monumento em homenagem a um arcanjo
Por Amanda Silva
O vilarejo medieval francês Saint Michel está localizado a apenas 350 km de Paris, na fronteira da Normandia com a Bretanha, e é capaz de deixar qualquer amante de viagens emocionado (a ponto de até cair lágrima dos olhos). Todos os dias o local atrai milhares de visitantes em busca de cenários espetaculares – e lá é certo que encontrarão.
É um daqueles lugares mágicos que se tornam desejo dos aficionados por belas viagens. Diferente do que parece por foto, Saint Michel não se trata apenas de um castelo. A região murada abriga um vilarejo medieval, um mosteiro e uma magnífica Abadia. Tudo isso é rodeado por um maravilhoso fenômeno natural responsável por atrair milhares de visitantes: as maiores marés da Europa.
Visitar Saint Michel é se perder em paisagens espetaculares, becos fantásticos, jardins encantados e muita, muita escada. As principais atrações são o vilarejo medieval, os restaurantes tradicionais e as casas dos poucos habitantes locais, com uma arquitetura de fazer cair o queixo.
Saint Michel significa São Miguel em francês. Curiosamente, durante a Revolução Francesa, o Mont-Michel perdeu o seu contexto religioso e se tornou uma prisão até 1863. Em 1979, foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
No topo do Monte há uma abadia. Ela foi construída em homenagem a São Miguel Arcanjo e no topo dela há uma estátua do homenageado matando um dragão (considerado pelos religiosos um símbolo do mal). Diz a lenda que o próprio São Miguel solicitou ao Bispo de Avranches a construção de uma pequena igreja neste local, no ano 708.
Força da natureza
Saint Michel é, por si só, um cartão-postal. O pequeno vilarejo parece se equilibrar precariamente nas encostas de um pequeno morro, com sua abadia bem no topo. O local onde se encontra a estátua de São Miguel é um dos principais pontos turísticos da região. Para ter acesso a ele e poder visualizar as belas paisagens bem de cima, com uma vista mais do que privilegiada, o turista precisará desembolsar apenas 9 euros.
O que torna Saint Michel um lugar verdadeiramente mágico não é apenas sua história ou arquitetura. É preciso se recordar também de uma incontrolável força da natureza que o local possui. Por lá, a subida da maré é tão violenta que pode ser assistida como se fosse um espetáculo. Em pouco mais de uma hora, o mar inunda todo o espaço ao redor das muralhas e transforma o monte em uma ilha.
O show de efeitos especiais da natureza vindos diretamente das marés altas só acontece em períodos de luas cheia e nova e em dois horários por dia. São as chamadas "marés vivas". Para quem quiser se programar e realizar uma viagem justamente nesta época específica, o site oficial da cidade informa os horários certos, uma vez que mudam diariamente. Quem já esteve pelo local recomenda que, se a viagem para a França ocorrer em época de "maré morta", o ideal é deixar a visita a Saint-Michel para outro período.
Percorrer o vilarejo exige preparo físico, pois Saint-Michel não oferece elevadores ou outras obras de acessibilidade. De fato, o local mantém as características medievais. O jeito é mesmo encarar as escadas e ladeiras até o topo. Ao fazer as malas, o ideal é dar prioridade para calçados confortáveis (devido aos muitos desníveis), não carregar muito peso durante os passeios e nunca esquecer as capas de chuva, pois a incidência de tempestades por lá é muito alta.
A principal avenida do vilarejo é a Grande Rue. No caminho há vários restaurantes, lojinhas de souvenirs, produtos medievais, pequenos museus temáticos e alguns poucos hotéis. Não dá para sair de lá sem comprar os caramelos salgados e os biscoitos. Sempre deliciosos!
Para escapar da multidão que busca acesso à Abadia, basta tentar os caminhos alternativos que seguem pelos lances de escada nas vielas mais escondidas. E, o melhor: todos os caminhos levam ao ponto turístico.
O fenômeno das marés
O que se vê ao visitar Saint-Michel nos períodos de maré é a total transformação da paisagem ao redor da região murada. Em menos de uma hora, a baía, completamente alagada, transforma-se em um grande deserto. Há alguns anos, ainda era comum ver carros de turistas desatentos sendo levados pela força da água. Hoje em dia isso não acontece mais.
A nova pista que liga o continente ao Monte Saint-Michel leva os turistas da área de estacionamento, bem longe da região alagada, até os pés do Monte, evitando assim acontecimentos como os do passado.
Apenas nas grandes marés a pista é alagada, fenômeno que acontece em média a cada 18 anos.
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