TURISMO
Porto Seguro, um museu a céu aberto
Por JORNAL A TARDE
Embrião do Brasil, esta região do sul baiano abre seu leque de opções, que vão das areias desertas à agitação noturna
Um dos primeiros núcleos habitacionais do Brasil foi o Sítio Histórico da Cidade Alta, em Porto Seguro. Cidade monumento nacional instituída por decreto federal de 1973, Porto Seguro recebe oficialmente um milhão de turistas por ano, que vão conferir os atrativos do chamado Museu Aberto do Descobrimento, ou seja, um museu natural a céu aberto.
Trata-se de praias, vales, trilhas, acidentes geográficos (como o Monte Pascoal) e núcleos urbanos tradicionais existentes em 130 km do litoral sul. É bem verdade que o Centro Histórico (erguido sobre um outeiro, como era comum no período colonial) chegou a ter 145 construções até o século XIX. Mas os cerca de 40 imóveis de hoje, entre residências e instituições, não decepcionam o visitante.
CENTRO HISTÓRICO Como também não decepciona a ampla vista panorâmica para o mar, de onde se vislumbra o Parque Marinho de Recife de Fora. Além das quatro dezenas de imóveis, há três igrejas cujas construções iniciais datam do século XVI. Logo à entrada, estão as fundações da primeira escola jesuítica para meninos, criada no século XVI. Quem vai ao Centro Histórico não deve dispensar uma visita à antiga Casa de Câmara e Cadeia, ou Paço Municipal, do século XVIII, que hoje abriga o Museu do Descobrimento.
No seu acervo, adornos e urnas funerárias indígenas, instrumentos e cartas náuticas, desenhos de embarcações, documentários em vídeo etc... Como curiosidade histórica, a antiga cela feminina, propositalmente voltada para a igreja para que as reclusas ouvissem os sermões do padre. Há dúvidas quanto à possibilidade de elas conseguirem ouvir os sermões àquela distância, mas é certo que o adultério cometido por mulheres era punido com a reclusão naquele imóvel.
Capeta e caldo na Passarela do Álcool
Se, durante o dia, a visita ao Centro Histórico é opção imperdível, à noite, todo o agito da cidade concentra-se na Passarela do Álcool. Lá, o turista inevitavelmente é convidado a todo o tempo a entrar nas lojas de artesanato, nos restaurantes, sentar às mesas da calçada, fazer uma tatuagem de hena, uma trança no cabelo. E tomar o famoso capeta, bebida nascida no circuito Porto/Arraial, cuja base é guaraná em pó e vodka (tem variantes). A primeira dose parece inocente, mas é apenas impressão.
Se existe o capeta para atear fogo no juízo do visitante, há também diversos caldos nutritivos que fazem o contraponto. O caldo real mistura frutos do mar; há também o caldo de sururu, o caldo de feijão, de mocotó e muitos outros à disposição de quem for ao Rei do Caldo, criado há 15 anos por Renato Fernandes na Passarela do Álcool e que no verão fervilha. A gente dá sempre uma provinha num copinho para quem ainda não se decidiu, avisa.
Para quem não se satisfaz com os caldinhos de aratu, de inhame, de polvo, de ostra, de lagosta, de peixe, de aipim, de caranguejo, de siri e outros, há ainda opções mais hard (em bom português, mais pesadas). É o caso do sarapatel, da dobradinha com mocotó e da carne-de-sol com aipim, que podem não curar as bebedeiras mais radicais, mas certamente acalmarão os ânimos mais exaltados.
NA PRAIA O movimento na Passarela do Álcool só esfria quando começa a esquentar a festa nas barracas da orla norte (Praia de Taperapuã) e na Ilha dos Aquários. Isto lá pelo começo da madrugada, durante o verão, ou a partir das 23 horas na baixa estação. A Ilha dos Aquários é um centro temático de 70 mil metros quadrados que combina preservação marinha (com enormes aquários) com uma estrutura de lazer noturno dotada de palcos para shows, bares e restaurantes.
Distante 25 km de Porto Seguro, Trancoso desponta com uma boa opção de sossego. O acesso é pela balsa que liga Porto a Arraial dAjuda. Há locais ideais para o mergulho graças aos bancos de corais. A vila foi fundada no século XVII pelos jesuítas e sua área central (o Quadrado), concentra muitos restaurantes, lojas e pousadas (Bernardo de Menezes).
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